sexta-feira, 22 de julho de 2011

10ª rodada: Palmeiras 0 x 0 Flamengo


Estatísticas: UOL.com.br


O melhor time da temporada
Seguindo à risca o plano tático que implantou em 2011, Felipão nos apresentou contra o Flamengo talvez o que seja um breve esboço daquele que pode ser o "melhor Palmeiras" da temporada 2011. Escalado no 4-2-2-2 sem a bola, alternando para o 4-2-1-3 com o avanço de Luan, esse time pode, caso a permanência de Luan seja sacramentada e Valdívia retorne, ser uma equipe capaz de disputar por uma vaga na Libertadores. Luan não é fundamental apenas por marcar, como quer a mídia, mas também por realizar a mudança de esquema no contra-ataque, dando maior potência ofensiva ao time. Com dinâmicas bem conhecidas pelas laterais e jogadas-chave, é talvez um dos times com padrão de jogo mais definido do campeonato.

A melhor equipe da temporada 2011: 4-4-2(4-2-2-2), alternando para 4-2-1-3 com o avanço de Luan

Estilo Flamengo de jogar
O jogo do Flamengo é bem conhecido. 4-2-3-1, Ronaldinho na armação caindo pela esquerda e Renato Abreu fazendo as costas, Thiago Neves pela meia-direita, mas funcionando mais como segundo atacante, arriscando jogadas entre o zagueiro e o lateral esquerdo do time adversário, dois volantes de qualidade, um lateral direito que apoia constantemente o ataque. Basicamente, o Flamengo tinha dois pontos fortes e dois pontos fracos:

Pontos fortes:
  1. Ronaldinho pela esquerda: Praticamente não atua pela direita, pela própria dinâmica de jogo. Léo Moura apóia muito por lá, o que encaixa perfeitamente com o estilo de jogar de Thiago Neves, que prefere jogadas mais centralizadas do que cair por aquele lado. Se não marcar Ronaldinho, ele pode fazer tanto uma assistência perfeita quanto uma finalização precisa. Além disso, cobra faltas na intermediária com muita qualidade. É extremamente metódico nas cobranças. Dá três passos contados a partir da bola de modo a realizar a melhor cobrança possível. Força e movimento são decorados. Veja neste vídeo, na época do Barça (método de ronaldinho), a partir do 4º minuto, onde ele ensina seu jeito de cobrar a falta. Em suas palavras, "se colocar a bola entre a cabeça de dois jogadores da barreira, com curva, é gol".
  2. Assistências direita-centro: Léo Moura apoia constantemente o ataque. As assistências da direita para o centro são sempre muito perigosas, e feitas não apenas pelo lateral.
Pontos Fracos:
  1. Bola aérea: O time da gávea sofre com esse tipo de jogada. A dificuldade em marcar os jogadores de apoio aéreo é enorme e o time já tomou vários gols dessa forma.
  2. Direita vulnerável: Léo Moura apoia bastante, mas não volta tanto. Vale lembrar que o atleta já está com 32 anos.Várias jogadas de contra-ataque dos adversários, inclusive gols, saíram pelo "buraco" deixado pelo lateral.
Palmeiras ofensivo
Mesmo com a preocupação de marcar Ronaldinho, que vive ótima fase, e Thiago Neves, Felipão veio a campo com um time bastante ofensivo e sem a preocupação de congestionar a criação adversária. Mesmo assim, o meio embolou. Os volantes deram conta de Ronaldinho, que mais apareceu no jogo por conta de um lance curioso com o goleiro Marcos do que com a bola rolando. O juiz já havia paralisado a partida quando Ronaldinho tentou encobrir o santo de luvas, que não permitiu tal desfeita, para o delírio da torcida alviverde.

Jogo truncado
Gabriel Silva ficou bastante recuado, correndo atrás de Thiago Neves. Patrik entrou na armação (o jogador veio de boas atuações e substituiu Lincoln), mas não fez boa partida, sendo anulado pelos bons volantes Willians e Airton. Com isso, a bola não chegou com qualidade para Luan. Pela direita, Cicinho também não teve vida fácil: além de ajudar Márcio Araújo na marcação de Ronaldinho, tinha Renato Abreu e Júnior César na cola. A dupla de ataque Kléber e Maikon Leite fez bom jogo para uma primeira atuação juntos, com muita movimentação, porém pecou na pontaria. Maikon teve melhores chances, mas não finalizou certo.

Por outro lado, Thiago Neves teve levou perigo à defesa palestrina, porém esbarrou em grande noite de Marcos. Sem encontrar Deivid, apagado por Thiago Heleno e Maurício Ramos, teve de arriscar chutes de média distância. Apesar de um "domínio" inicial do Flamengo no começo do primeiro tempo, a marcação do Palmeiras encaixou e o time pressionou os cariocas. Com poucas chances dos dois lados, a emoção ficou por conta das bolas paradas. Marcos Assunção e Thiago Heleno assustaram Felipe nos escanteios e faltas de longa distância, enquanto Marcos teve de se esforçar para pegar em dois tempos um chute do outro pentacampeão Ronaldinho. Fora isso, o jogo foi equilibrado - até demais - e não poderia terminar de outro jeito: acabou empatado.

Considerações
O Palmeiras não se "apequenou" frente ao vice-líder, Flamengo. Do meio-campo pra frente, o time da gávea é um dos melhores do campeonato. Mesmo com a preocupação de marcar praticamente quatro meias (Léo Moura incluso), sendo um deles ninguém menos que Ronaldinho Gaúcho, o time entrou com a formação tradicional, laterais que sobem bem ao ataque, dois atacantes. O time encaixou a marcação, os laterais ajudaram bastante e, com ou sem ligação direta, a bola chegou ao ataque. O time pecou nas finalizações, o que poderia ter mudado - muito pouco - o resultado do jogo, porém o principal ficou por conta da fraca atuação de Patrik. Isso foi fundamental para que o empate fosse definido.

As principais dinâmicas de ataque do Verdão pelos flancos são conhecidas: as tabelas de Cicinho (L)-Márcio Araújo(V)- Maikon Leite(A) pela direita, as de Gabriel Silva (L) - Patrik (M) - Luan (M) pela esquerda. Luan, que tem sido peça decisiva nos últimos jogos do Palmeiras, simplesmente não veio a jogo. Por quê? Não havia forte marcação pela direita do lado do Flamengo. As subidas de Léo Moura e a movimentação de Thiago Neves sobrecarregaram Gabriel Silva e o "defensor Luan" teve de trabalhar. Mas o "atacante Luan" não saiu do banco de reservas.

É por isso que talvez, com a chegada de Valdívia, em boas condições, pode aumentar ainda mais a capacidade ofensiva do time. O jogador chileno é bem conhecido pelas torcidas adversárias e o apelido de "Mago" não é por acaso. Certamente, um Valdívia em boa fase teria dado mais trabalho aos volantes rubro-negros, melhorando as condições pela esquerda. Mesmo aquele Patrik que muito ajudou Luan contra o Santos na última rodada ainda tem muito a aprender para chegar ao nível de meia-armador do craque chileno.

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