quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Verdão 2012

Felipão já entregou uma lista de nomes à direção do Palmeiras para o projeto de 2012. Não adianta ficar aqui discutindo quantos ou quem serão os reforços. A lista de dispensa não será proporcional, até porque Felipão sabe que não pode ter tantos jogadores quanto quiser. De qualquer forma, alguns deverão sair para viabilizar os negócios, desonerando a folha salarial. Mesmo com a entrada dos valores das cotas de televisão, o clube deve aproveitar a receita extra para quitar algumas dívidas.

Vou analisar agora pontos que, na minha modestíssima opinião, poderiam seguidos nesse novo projeto.

1. Jogadores com a qualidade que o Palmeiras merece
Que a qualidade dos reforços é imprescindível, isso é claro. Precisamos de jogadores que pratiquem futebol do nível da série que disputam. Não quero menosprezar a série B, longe disso. Alguns argumentarão que a maior parte dos jogadores da série A passaram - não necessariamente - pela série B, e com razão. Existem sim jogadores da série B que exibem futebol no limite ou até mesmo além do nível praticado na segunda divisão, é verdade. Analogamente, existem jogadores da série A que jogam futebol de segundona. Que o diga nosso time, que está cheio deles. E é aí que reside o cerne da questão. O limite - técnico - entre uma divisão e outra não é delimitado apenas pelos times que jogam nessa ou naquela. Mas a chance de encontrarmos um jogador tecnicamente credenciado para disputar bem o campeonato é maior na primeira divisão que na segunda.

2. "Medalhão", hoje não
Outro ponto é quanto à questão da contratação dos chamados "medalhões". Primeiro, vamos definir exatamente do que se trata.

"Medalhão" é um atleta que se encontra na parte descendente da curva de rendimento de sua vida profissional. Decadente? Não necessariamente. Todos tendemos à decadência, isso é claro. Mas que eles estão mais perto do fim de carreira, isso é ainda mais claro.

Por que os "medalhões" são caros? Porque a curva de rendimento desses jogadores foi excepcional. O patamar, mesmo que em tendência de queda, é elevado.

Apesar disso, contratar um destes não significa que ele irá render dentro de campo. A vida dos "medalhões" geralmente é marcada por lesões, indisciplina, falta de comprometimento e amor à camisa. Uma conjunção perigosa de fatores capaz de afetar consideravelmente o tão sonhado rendimento que muitas vezes só existe na memória dos torcedores mais inocentes.

O futebol, porém, não vive só do espetáculo. O "medalhão" traz uma compensação financeira ao time que consegue comprá-lo, melhorando o marketing do clube. Portanto, fica claro aqui que o clube tem interesse em contratar o jogador não somente pelo desempenho dentro de campo, mas também extra-campo. Você pode pensar que isso é muito óbvio, eu sei, mas há uma diferença sutil aqui e me preocupo em não desperdiçar seu tempo com obviedades. O que é melhor para o clube não é, a curto prazo, o melhor para o time. E quando um "medalhão" vem para o seu time, que está precisando de resultados naquele longo campeonato, ou naquele jogo decisivo, resumindo, de bom futebol, você sabe que um jogador contratado não apenas pelo nível do futebol apresentado recentemente, pouco irá resolver.

3. Prudência financeira
A receita extra do começo de 2012, receita essa que os outros times também terão, pode inflacionar o passe geral dos jogadores. Os "medalhões" estarão ainda mais caros, portanto espero que o clube não torre esse dinheiro à toa. O Palmeiras deve usá-lo com prudência, e paralelamente vender alguns jogadores para reforçar o caixa, pagar dívidas, enfim, colocar a casa em ordem. Foi às custas da filosofia de trazer "medalhões" para o time que pagamos, por exemplo, parte do salário de Lincoln enquanto ele joga no Avaí. Valdívia quase não jogou este ano, entre lesões e serviços prestados à seleção chilena (que geralmente colocavam na bagagem do mago mais lesões de brinde). Toda semana sai uma estimativa de quantos milhões custa um gol do meia. Cada vez mais alta.

Da mesma forma, não é hora de realizar "pechinchas". Também aprendemos - duramente - essa lição. Não é preciso citar nomes, certo?

4. A Espinha Dorsal
O ponto principal desse longo post.

Independente de quais forem os reforços, ou da qualidade destes, Felipão precisa antes de tudo ter uma idéia básica de como será o time. Como irá atacar, como irá defender, como será o fluxo de jogo. Somente a partir dessa idéia básica é que ele buscará no mercado as engrenagens capazes de exercer cada função para que a máquina-time funcione. A diretoria correrá atrás de suas solicitações, sim, irá. Provavelmente não conseguirá trazer exatamente as mesmas peças que pediu, fazendo o técnico trabalhar para realizar as adaptações necessárias e, em último caso, alterar o esquema formulado anteriormente.

Concluindo, todo bom time tem uma Espinha Dorsal, e de qualidade. Ela é a estrutura básica da equipe, do goleiro ao centroavante, a base a partir da qual tudo é erguido. É o alicerce do time. E Felipão precisa encontrar a espinha dorsal do próximo Palmeiras. Precisa montá-la bem.

Há uns dois anos atrás, se você perguntasse a uma pessoa qualquer, ou até mesmo quem não fosse torcedor do time, como era formado o Palmeiras, ela saberia ao menos dizer um nome de cada linha que compunha a equipe: Marcão, Danilo, Pierre, Diego Souza, Cleiton, Keirrison. Até Obina seria lembrado. Façam um teste. Qual a espinha dorsal do Flamengo atual? Felipe, Angelim, Airton, Willians, Ronaldinho, Thiago Neves, Deivid. Do Corinthians? Júlio César, Alessandro, Paulo André, a dupla sertaneja Ralf & Paulinho, Alex, Danilo, Liedson. A questão é que o nosso time atual não tem isso. A espinha não é completa. Até a linha de volantes, temos uma defesa sólida e respeitável. Dali em diante, um time acéfalo, sem agressividade e principalmente sem união. Sem referências nas linhas de meia e ataque, o time se perde. E desse jeito não adianta falar em jogo coletivo, coisa que o time também não tem dali pra frente.

5. Mudança de atitude
Venha quem vier, todo time é um reflexo de como pensa o treinador. Felipão poderia ser mais ousado, usar dois meias ao invés de um, não ficar improvisando volante na lateral, dado mais chance a alguns jogadores, fazer algumas alterações que apesar de não serem "garantidas", poderiam ter dado certo. Sei que criticar é fácil. Somos dezenas de milhões de torcedores que, quando as coisas não vão bem, do conforto de nossas poltronas e motivados pelos nossos míseros salários, é o mais conveniente a fazer. Porém, não estamos de todo errados. Felipão poderia sim, ter arriscado mais. Perderíamos mais nesse processo de tentativa e erro, obviamente, mas 1 vitória e 1 derrota valem mais que 3 empates. Nos restaria ainda uma bala.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Felipão sinaliza Verdão no 4-4-1-1

Felipão sinalizou mais uma mudança tática. Não resolve mas é a postura mais precavida, marca do Felipão diante do elenco que tem e alimento garantido para os que o chamam de "retranqueiro".

Diante das ausências de Maikon Leite, Luan e Ricardo Bueno (questões contratuais), e com as más atuações recentes de Gabriel Silva e Márcio Araújo, algumas atitudes foram - corretamente - tomadas.

Sem Luan pela esquerda, o jeito era colocar alguém para marcar, só marcar. A melhor opção, por incrível que pareça, era Rivaldo. Só que Gabriel Silva também não tem atuado bem. Então Rivaldo começou na lateral e Patrik na frente. Depois, Gerley entrou na vaga do Patrik e Rivaldo avançou. Na minha opinião, essa deveria ser a formação titular. Ficamos então com uma linha repleta de volantes à frente da zaga, Valdívia isolado na criação de jogadas e Fernandão à frente.

O time sinalizado no 4-4-1-1 me faz pensar algumas coisas.

É certo que a linha de quatro jogadores não fará estrago algum ao time adversário. Tecnicamente, são todos volantes, jogadores de meio-campo cuja principal característica é a marcação, não a criação, muito menos a finalização. Já viu algum deles acertar um chute? Arriscar de fora da área? Dar uma assistência? Pois é.

Um time que atua bem no 4-4-1-1 é o Tottenham. Os Spurs atuam com dois volantes, um de contenção e outro com mais saída para "empurrar" o jogo pra frente, e nas alas, jogadores extremamente rápidos e com qualidade no cruzamento, Gareth Bale e Aaron Lennon. Mesmo que conte com apenas um desses jogadores,  é crucial para o fluxo do jogo a presença de pelo menos um deles.

O problema do Verdão é que não temos nenhum jogador com essas características.Temos, geralmente, Luan e Maikon Leite caindo pelos lados do campo e se no quesito finalização as coisas não vão bem, no quesito cruzamento a coisa nunca existiu.

Com os volantes na próxima partida, o panorama é fácil de analisar:

  • perdemos as finalizações, o que é pior, porque antes nós tinhamos, mesmo que em pouca quantidade devido à qualidade técnica com que vinham sendo executadas.
  • nada ganhamos em termos de assistências, o que não é pior, dado que nunca tivemos bons jogadores nesse quesito.
  • ganhamos na marcação. Na teoria, claro.

Valdívia deve, portanto, ficar isolado na criação de jogadas. Fernandão se virando como pode na pequena área. Se o Mago pode jogar centralizado, porque não pode atuar pela direita? Isso abriria espaço para a entrada de Carmona. Mesmo que não tenha atuado bem com a bola correndo, é uma referência nas bolas paradas. Os cruzamentos que perdemos com a lesão do Kid, poderíamos ganhar novamente com o jogador. O problema é que Luan saiu. E se o Luan sai, alguém tem que ficar pra marcar na esquerda. Rivaldo poderia ficar na lateral esquerda, mas não rende. E deixar isso tudo acontecer é arriscado demais para o coração do Felipão, que já tá véio. Por isso, Carmona e Valdívia não atuam juntos.

Com isso ficamos à mercê dos lampejos de magia do chileno e de alguns corre-corres com o Cicinho pela direita. Nada mais que isso. Ligação direta, chutão de longe para a arquibancada, cruzamentos ruins. Isso vamos ver bastante.

Moral da história: outro jogo feio, sem criatividade, sem agressividade, com queda de qualidade técnica.


sexta-feira, 14 de outubro de 2011

30ª rodada que promete mudanças

Depois do jogo contra o Flamengo, só se fala na ausência garantida de Kléber, que não joga mais pelo Palmeiras. Nem Felipão, nem Frizzo querem que ele jogue pelo Palmeiras. Não tô nem aí. Se ele jogará ou não, meu time é maior que tudo isso. Por isso, me preocupo acima de tudo com a próxima rodada. E a ausência que mais será sentida não será a do já "ex-atacante" do Verdão, mas sim a do nosso volante-sósia, Kid. A saída do principal batedor de faltas vai dar uma sacudida no esquema tático do alviverde imponente.

A mudança é forte porque:

1. Bola parada: o volante se destaca no campeonato. Cobra todos os escanteios do time, faltas de pequena e média distância. Tem um número impressionante de assistências, 25 no total, além de ter marcado 5 gols. É de longe a peça mais importante no elenco alviverde e os números refletem mais do que a qualidade - indiscutível, diga-se de passagem - do jogador. Refletem, acima de tudo, um time que tem jogado completamente em função desse jogador. Daí surgem duas opções: ou o time continua com o padrão de jogo atual, ou muda tudo. Caso Felipão escolha pelo "Palmeiras de sempre", poderá motivar a entrada de Pedro Carmona no meio campo, já que um dos pontos fortes do jogador é a bola parada. Caso isso não ocorra, podemos ter que nos virar com a bola no chão. E com a bola ao chão, é melhor colocar o Valdívia em campo, mesmo que sem ritmo. Cabe ao Felipão escolher.

2. Marcação pelo lado esquerdo: do ponto de vista da marcação, mesmo não sendo dos mais aclamados, fará falta ao time. Olhando os números, o argumento de que a entrada do Luan é importante para cobrir os "buracos" na marcação deixados pelo Kid não procede. Além disso, nosso lateral esquerdo titular sobe demais e é extremamente fraco na marcação. Apesar do número de desarmes ficar na média, o volante aparenta ser lento em campo. Entretanto, nunca comprometeu o time. Não é habilidoso, mas tem bom passe.

Sonho meu
Se eu fosse o treinador, seria simples e direto. Se mantermos o padrão de jogo, é 70/30. 70% de chance de empate, 30% de chance de derrota. Precisamos jogar bem com a bola no chão, e o time é capaz disso. A imprensa sempre pende para o time com maior torcida, e vi um Palmeiras diferente ontem, que foi melhor que o Flamengo, que agrediu mais. Precisamos potencializar isso. A mudança de padrão de jogo poderá forçar os atacantes - e não os altos zagueiros - a fazer o serviço para o qual foram contratados, marcar gols. Mas como?

Com Marcos Assunção em tratamento, a linha de volantes seria formada por Chico e Márcio Araújo. Henrique e Thiago Heleno na zaga, Cicinho na lateral direita. Gabriel Silva na lateral esquerda. Luan será importantíssimo contra o Fluminense, por dificultar a saída de Mariano que, contra o Coxa, infernizou e deu duas assistências por aquele lado. No jogo de ida, os jogadores praticamente se anularam. Luan quase não apareceu no jogo, e a maior parte das chances de gol do Fluminense saíram pela esquerda, com o lateral Carlinhos ou com a troca de passes entre Deco e Marquinhos, resumindo, acharam - e rápido - que o caminho para derrotar o alviverde era pela esquerda, o lado direito do Palmeiras.

Marquinhos também infernizará o meio-campo, assim como na partida de ida. Cicinho não foi bem naquela partida, e a dinâmica entre o meia-esquerda do Fluminense com Deco praticamente selou o resultado. Deco, por sua vez, não tem atuado bem, mas é o Deco. No jogo de ida, sairam dos seus pés dois lançamentos que, por extrema infelicidade de Fred, não se converteram em gols. Não podemos vacilar, e torço para que Chico e Márcio Araújo anulem o jogador. Terão trabalho, assim como o próprio Kid que voltou do Rio com uma caneta de brinde do ex-Chelsea e Barcelona.

Patrik fez boa partida contra o Flamengo (dando lugar a Valdívia no segundo tempo) e poderia continuar, mas ainda acho que o meio-campo ficaria pouco criativo e dinâmico dessa forma. Com Valdívia sem ritmo, se colocássemos Carmona na criação, ficaria sobrecarregado. Ele tem que jogar com outro meia, outro criador. Carmona jogaria bem com Patrik caindo pela direita, mas isso não é possível porque Luan tem vaga cativa e Maikon Leite terá a titularidade garantida após a saída de Kléber. Fernandão é a referência, então, no esquema proposto por Felipão, com dois atacantes, não há espaço no meio campo para o novato, que atua como Valdívia, mas não é o Valdívia. Acho que fica no banco.

Para o próximo jogo, o Palmeiras tem que agredir pelo lado esquerdo, ou melhor, o lado direito do Flu. Esse é o caminho. Com Luan na marcação, o meia tem que ter um passe preciso para sairmos em velocidade no contra-ataque nas costas do Mariano. Carmona e Valdívia possuem essa característica, por terem velocidade e boa saída. Patrik é um jogador mais estático. Caso Luan esteja muito recuado no momento da saída, o ideal era ter um atacante pela esquerda com movimentação e velocidade. Esse é outro fator, aliado ao fato de que devemos jogar (necessariamente) mais com a bola ao chão, para que Fernandão não comece como titular. Apesar de habilidoso, Fernandão é lento, sendo mais um homem de referência do que um atacante. Não queremos um novo Kléber. Em seu lugar, optaria por um jogador mais veloz, no caso, Ricardo Bueno. Acho difícil Felipão armar o time assim.

Por fim, cuidado redobrado com Fred, que está jogando demais. Um especialista em bola aérea que encontrará a defesa que mais vacila nesse tipo de jogada. As chances de tomarmos gol nesse tipo de bola é grande, desde que a bola saia dos pés de um armador ou lateral para a cabeça dele. Por isso, repito, a caça de Luan por Mariano deve ser implacável. Quanto às qualidades defensivas de Gabriel Silva, oremos.

Minha escalação! Deola; Gabriel Silva, Henrique, Thiago Heleno, Cicinho; Chico e Márcio Araújo; Luan e Valdívia; Ricardo Bueno e Maikon Leite.

Felipada! Deola; Gabriel Silva, Henrique, Thiago Heleno, Cicinho; Chico e Márcio Araújo; Luan e Patrik; Fernandão e Maikon Leite.

terça-feira, 11 de outubro de 2011

28ª rodada: Palmeiras 0 x 1 Santos

Também imaginava que o 3-5-2 poderia ter uma boa dinâmica na ausência do Cicinho. O problema é que, diante de um time com um lateral esquerdo como Léo, do Santos, a inoperância do lado direito é quase certa. O lateral santista levou a melhor sobre Márcio Araújo, que apesar de não estar escalado como lateral, teve de atuar como tal. Com o volante "obrigado" a recuar durante todo o jogo, a necessidade de três zagueiros foi nula.  Gabriel Silva pouco fez pelo lado esquerdo, o único lado que funcionava no jogo. Ainda assim, nada foi criado. Carmona pouco se apresentou e Fernandão estava muito enfiado na área. Geralmente as jogadas terminavam com um passe errado ou uma bola perdida.

Felipão deveria ter observado isso, mas depois do primeiro gol, não fez nenhuma alteração tática. Novamente, trocou seis por meia dúzia. Tirou Maikon Leite e colocou Ricardo Bueno, depois tirou Pedro Carmona e colocou Patrik. Os três zagueiros não eram necessários, e a prova maior disso é que o próprio Felipão, vejam bem, mandou Henrique avançar quando o time tomou 1 a 0.

Não seria mais fácil tirar, por exemplo, o alto Maurício Ramos, que vacilou no primeiro gol e nem pulou no cruzamento baixinho do baixinho Léo para o baixinho Borges, e colocar Patrik em seu lugar? Pedro Carmona não precisava sair. Tinha feito partida razoável, apesar das faltas e alguns passes errados, era o primeiro jogo como titular e estava sobrecarregado na armação das jogadas, precisava de outro jogador acompanhando. Seria mais fácil deixa-lo em campo e colocar Patrik para atuar pela direita, ou até mesmo Tinga. Novamente, foi o conservadorismo de Felipão, o excesso de cautela, de pessimismo, que ditou o resultado. Quando o time tomou o gol, já se sabia que este seria o placar até o fim do jogo. Só não foi mais porque Deola, aos poucos, está descobrindo o porquê de Marcos ser chamado "santo". Vai ter que fazer pelo menos três milagres por jogo até encerrar a carreira.

terça-feira, 4 de outubro de 2011

28ª rodada: Palmeiras x Santos: atualizado!

Estamos sem Cicinho (atualizando: treinou hoje), Valdívia (seleção), Kléber ainda é dúvida. A situação tá feia no Palmeiras... novidade. Palmeirense é uma raça ruim. Não desiste nunca. Nem com gambá buzinando na orelha todo dia, bambi enchendo o saco... eu continuo acreditando no Verdão e foda-se o resto!

Bom, me resta sonhar - como todo bom palmeirense - ser o bigode por pelo menos uma noite (mais uma...) e tentar reverter a situação.

Felipada! (4-3-1-2) Deola; Gabriel Silva, Maurício Ramos e Henrique, Márcio Araújo; Kid, Chico e Tinga; Carmona ou Patrik; Fernandão e Milk.

Felipão já se pronunciou sobre os impactos de jogarmos sem o Luanel. Em alto e bom tom, disse que o time volta para o esquema com três volantes, ou seja, 4-3-1-2. O bigode deve ir de Gabriel Silva na lateral esquerda.  Na armação, a briga é entre Patrik e Carmona. Patrik já está acostumado a atuar na posição de armador, mesmo não sendo um. Carmona, talvez só no final do segundo tempo. Acho difícil começar como titular. Não vejo o Felipão colocando o rapaz no clássico, ainda mais depois de ficar "queimado" naquele fatídico encontro com o Atlético-GO, em que empatamos com dois a mais graças a um vacilo de marcação dele no finalzinho do jogo. Tinga, como sempre, entra pela direita e na linha de volantes. Fernandão isolado à frente e Maikon correndo que nem louco pelo canto, já que Márcio Araújo como lateral é nulo no apoio, Chico não faz milagre e Tinga... bem, vamos mudar de assunto.

Minha escalação! (4-2-2-2) Deola; Gerley (Rivaldo não, por favor), Maurício Ramos e Henrique, Márcio Araújo;
Kid e Chico; Carmona e Patrik; Fernandão e Milk. Mantendo Gerley quietinho no campo de defesa, Carmona na posição que costumava jogar pelo Criciúma, Maikon acelerando a bola pela direita e Fernandão na referência. Patrik no lugar de Tinga, que não vem jogando bem.

Carmona entraria novamente, pra pegar ritmo de jogo. Não sei se tem treinado como titular, apenas sei que vem treinando firme (assim como muitos outros que apesar disso não recebem a oportunidade de atuar sob o comando do Felipão...) e que tem recebido elogios dos companheiros de time (Kléber elogiando Carmona). Pelo que vi nos vídeos disponíveis no Youtube, pode render, mas ainda é preciso calma com o rapaz. Patrik atuando pela direita poderia auxiliar Maikon com a habilidade que tem, mesmo ficando esse lado do time à meia-bomba.. O problema sobre Patrik é que ele tem mais características de um atacante do que de um meia. Se ele atuar muito avançado, a bomba pode estourar em cima do Chico. Por isso a atuação defensiva de Márcio Araújo é importante, mesmo se Tinga "jogar" no lugar do Patrik.

Minha prancheta... triste prancheta

Atualização 1! Cicinho está treinando firme, jogou 30 minutos no último treino e pode ocupar a lateral direita. Desta forma, Márcio Araújo seria deslocado para o meio, onde entraria (possivelmente) ao lado de Marcos Assunção, o Kid. Estou em dúvida quanto a Chico, que tem atuado como volante titular. Não acredito que Felipão entre com três volantes, já que o meio-campo do Santos já não assusta tanto. Porém, como o estilo de jogo do Santos é o de um jogo aberto, com muita movimentação, pode ser que essa história mude, já que o Kid já não é mais um garotinho com "dois pulmões" como diria o comentarista Neto.

Atualização 2! Nem Cicinho, Nem Kléber viajaram com o time para a baixada. Agora seja o que Deus quiser.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Por um Felipão mais "ousado"

Observação importante (27ª rodada): empatamos mais uma. E contra o lanterna do campeonato... 

Agora vamos ao post!

Além de treinar e concentrar, o treinador é pago principalmente pela forma como arma o time antes do jogo e realiza as substituições para alterar a situação durante o jogo. Até o momento, Felipão tem patinado feio nessas atividades.

Erra antes...
Lembro o jogo contra o Botafogo no Engenhão em que colocou nada menos que 5 volantes. Adiantou? Tomamos 3 a 1. Em muitos outros jogos, entram 4 volantes, raramente 3. Como ele pensa em marcar gols com tantos volantes em campo? Esse é o problema na hora de armar o time, ou seja, antes do jogo começar. Questão estratégica.

... e erra depois.
Depois, quando o time está precisando do resultado, fica trocando peças iguais, o famoso 'seis por meia dúzia', sem alterar o estilo de jogo do time, sem deixa-lo mais agressivo. Troca Tinga por João Vítor, Gabriel Silva por Gerley, Fernandão por Ricardo Bueno. Esse é o erro durante o jogo. Escalações e mudanças que em nada alteram o padrão de jogo e, consequentemente, em nada alteram o resultado.

Considerações
Felipão de fato "acerta" jogadores. É um trabalho duro, traduzir idéias complexas sobre tática para jogadores certamente não é nada fácil. Porém, dentro de campo, as condições são variáveis e a flexibilidade do treinador é primordial para lidar com as adversidades. Durante as partidas do Palmeiras, entretanto, não vemos essa flexibilidade. O estilo de jogo do time é inflexível, invariável, e com isso, previsível. Isso é uma fragilidade.

Alguns - poucos, no momento - podem defender Felipão, argumentando que os volantes ajudam a prender a bola no campo de defesa adversário, que custa a voltar, encontrando o paredão no meio campo. Com a bola sempre no ataque, pelo menos na teoria, nos bastaria apenas ter atacantes na frente para finalizar ou realizar uma jogada ofensiva, combinado com bastante ligação direta.



Balela. Se por um lado, isso deu certo defensivamente - somos o time menos vazado do campeonato -, por outro lado, nos prejudicou quanto ao poderio ofensivo. Por quê? Porque mesmo um esquema básico armado no 4-4-2, com dois volantes e dois zagueiros, parece uma barreira intransponível para o Palmeiras, pois o time não conta com meia-armadores de qualidade desde a saída de Valdívia. O meia é fundamental para "furar" as linhas defensivas, seja por uma jogada de habilidade ou por um passe em profundidade, deixando os atacantes em melhores condições de finalização e conseqüentemente, aumentando as chances de marcar. E não é o que ocorre no Palmeiras.

Além de armar mal o time, Felipão escorrega nas alterações. Falta ao treinador do Palmeiras, um "baita dum treinador", diga-se de passagem, ousadia. O time é limitado sim, mas pode render muito mais. Precisamos de novas jogadas, mais trabalho coletivo, mais variações táticas. Isso melhora o entrosamento, e não o contrário. Se um time fica bitolado demais no esquema feijão-com-arroz, só saberá fazer o feijão-com-arroz e não saberá improvisar. Basta encarar um adversário que impõe mudanças no padrão de jogo que a partida fica complicada.

Muitos são os exemplos em que o time teve o controle do jogo durante quase toda a partida, mas não evoluiu além de um empate. Em uma reportagem recente do LANCE! (vacilos que custam a liderança), foram mostrados os pontos que estavam na nossa mão e que foram desperdiçados, podendo ter deixado o time na ponta, no melhor dos cenários, claro. Mas não há dúvidas que, se pelo menos parte destes pontos fossem recuperados, estaríamos na briga por uma vaga na Libertadores.

Em quase todas essas oportunidades, a situação era a mesma: tínhamos o domínio do jogo, ou seja, o padrão tático e as peças, naquele momento, quase davam conta do recado. Sem alterações, nada mudaria. Continuaríamos com o controle do jogo, porém sem o resultado. O que devia ser feito, afinal? Uma alteração efetiva, a saída de um volante por um meia ou atacante, uma mudança tática, uma nova jogada, algo que sacudisse o jogo, que deixasse o time mais ofensivo, que pegasse o time adversário desprevenido, uma mudança, não simplesmente uma substituição, mera reposição de peças. Coisa que Felipão não fez.

Resumindo, se o panorama é ruim, o excesso de conservadorismo do bigode deixa as previsões sobre futuro ainda piores. E por isso eu digo...

- Muda, Felipão!