domingo, 27 de maio de 2012

BRASILEIRÃO 2012: Palmeiras 0 x 1 Grêmio

Palmeiras 0 x 1 Grêmio
27/05/2012
Brasileirão 2012
Estádio Olímpico
2ª rodada

Onze iniciais
O Palmeiras veio a campo no 4-3-1-2 de Felipão, com o retorno de Felipe para a armação (Valdívia poupado no 1º tempo) e Fernandinho na lateral esquerda. Luan compôs a dupla de ataque com Barcos.

O Grêmio de Luxa veio em uma formação parecida, mas atuando praticamente no 3-5-2. Fernando atuou praticamente como terceiro zagueiro, recuando para que um dos zagueiros fizesse a saída de bola, além de marcar individualmente Felipe. Gilberto Silva e Naldo completando a zaga, Pará e Gabriel como alas - o tempo todo avançados.

Onze iniciais no 4-3-1-2. Luxa no 3-5-2

Primeiro tempo
O jogo até começou disputado, mas aos poucos o time da casa dominou a partida. Com o adversário no 3-5-2, marcando forte nossos três homens de frente e com os alas avançados, o Grêmio ganhou o meio-campo na superioridade numérica. Enquanto Marcos Assunção anulava Marco Antônio, Leo Gago e Pará sobrecarregavam João Vítor. Gabriel e Souza ganhavam sobre Márcio Araújo. Souza e Leo Gago são dois volantes bastante técnicos, difíceis de serem marcados. Com isso o Grêmio teve muito espaço para atuar, principalmente explorando as laterais do campo. Cicinho, mal na partida e marcando mal, muitas vezes fora de posição, deu várias oportunidades para o adversário.

O domínio, entretanto, não foi suficiente para o time deslanchar. A primeira boa oportunidade surgiu aos 16', em uma cobrança de lateral pela direita. Gabriel, avançado, arremessou a bola para Marco Antônio, que levantou na cabeça de Marcelo Moreno, cabeceando nas mãos de Bruno. Aos 22', porém, a pressão surtiu efeito. Souza enfia boa bola para Pará entre João Vítor e Cicinho, e sofre o pênalti. Na cobrança, Leo Gago acertou o travessão.

O Palmeiras, com a perda do domínio no meio-campo, recuou. Felipe, que já não fazia boa partida, com pouca movimentação, sumiu de vez. Com isso, Barcos atuou isolado, e quando isso acontece, já conhecemos a história. Busca jogo na intermediária e: ou faz o pivô, ou tenta resolver tudo sozinho dando chutão (muitas vezes sem direção).

Fernandinho até que tentava, mas pouco subia e errava passes. Com o espaço dado ao time adversário, o Grêmio se posicionava avançado, marcando a saída de bola do Verdão. A dificuldade do time em ficar com a bola era nítida e a primeira "grande" oportunidade veio só aos 32'. Felipe lançou Luan em profundidade pela esquerda, que bateu forte e cruzado. A bola passou rasteira na frente do gol, mas João Vítor não conseguiu concluir. João Vítor, diga-se de passagem, não fez boa partida.

Na sequência, Luxa tirou Miralles, que sentiu dores, colocando André Lima, outro centroavante. Em tese, não ajudou em nada, já que Marco Antônio estava anulado em campo. Por mais esforçados que fossem os atacantes do Grêmio, a bola não chegava. Aos 42', falta na intermediária para Kid cobrar nas mãos de Victor. O último lance perigoso da partida no primeiro tempo foi bizonho: Cicinho entregou a posse, o time do Grêmio aproveitou, Marco Antônio encontrou Pará livre (já que Cicinho tentou resolver o erro que fez), o lateral gremista chutou em cima do próprio Cicinho e quase - de novo - tomamos um gol.

Segundo tempo
O Grêmio veio com a mesma formação, enquanto Felipão promoveu a entrada de um "descansado" Valdívia. Não deu certo, e mesmo que com a habilidade do chileno o jogo do Palmeiras tenha melhorado, com melhores passes e melhor articulação, o time adversário ainda povoava o meio-campo. Sobrou espaço para a ligação direta, e em uma delas o Verdão quase abriu o placar aos 5'. Henrique lançou para Barcos, que escapou de Naldo, driblou o jogador novamente e finalizou em cima de Victor.

O jogo seguiu sem muitas chances dos dois lados, truncado. Mesmo melhor em campo, o Grêmio de Luxa errava passes primários. Aos 18', o treinador substituiu Marco Antônio para a entrada de Rondinelly (homenagem ao Rondinelli, "deus da raça"?). Garoto habilidoso, se movimentou bem, mas não fez chover. O jogo continuou com a mesma cara até que Felipão, aos 25', finalmente colocou Maikon Leite, o "falso-reserva", para tentar abrir o jogo pela direita. Para isso, o treinador tirou Barcos e deixou na mesma formação que jogou contra o Atlético Paranaense, em um 4-3-3 com Valdívia entre os ponteiros. Não deu certo, a bola não chegava e o panorama de hoje era completamente diferente: se naquele jogo eles estavam acuados, dessa vez, o Palmeiras é que estava no campo de defesa.

Luxa, ainda tentou articular alguma coisa diferente. Inverteu Léo Gago para atuar junto com Gabriel, pela direita. Os dois trocavam posições, confundindo a marcação, mas pouco resolvia, acabando sempre no tradicional chuveirinho para dentro da área. 

Léo Gago jogando pela direita e Rondinelly armando

Com o jogo parelho e com poucas chances para cada lado, a partida seria decidida nos detalhes. Aos 26', o Verdão levou a pior. Falta quase no círculo central para o Grêmio. Fernando levanta uma bola despretensiosa na pequena área. Marcos Assunção não deu conta de marcar André Lima, que deu uma casquinha de cabeça na bola e marcou. Grêmio, 1x0.

Reclamando ter sofrido falta, Kid ainda levou pra casa um cartão amarelo na bagagem. Se foi falta ou não, não importa. Quem deveria estar marcando um dos centroavantes do time adversário deveria ser um dos zagueiros centrais. Não foi o que aconteceu.

Percebendo as poucas chances do jogo, e mesmo jogando em casa, Luxa tratou logo de segurar a vantagem. Tirou Marcelo Moreno e colocou Vilson para fechar ainda mais o meio, com Léo Gago retornando para a ala esquerda e Souza para a ala direita. Rondinelly ficou isolado na criação e André Lima a única referência no ataque. Armou duas linhas de 4 recuadas no 4-4-1-1 e "trancou" o jogo. Ainda assim, o Palmeiras ainda dava sopa para o azar: aos 32', João Vítor cabeceou para trás, deixando Souza cara a cara com Bruno. O volante deu um voleio, mas pegou mal na bola e mandou pra fora.

Felipão tirou Assunção por medo de expulsão e colocou Betinho no lugar, que novamente não entrou bem. O jogo seguiu sem oportunidades para os dois lados até o final.

E o Verdão conheceu sua primeira derrota no Brasileiro.

Considerações
Na "batalha tática", pode-se dizer que Luxa levou a melhor. O Palmeiras, mesmo com um trio de volantes no meio, não conseguiu a posse. Poderíamos até apontar que os "desfalques" - como a ausência de Valdívia no primeiro tempo - atrapalharam, mas o chileno entrou no segundo tempo e também não ajudou muita coisa. O time de Luxa, nessa disposição tática no 3-5-2, anulou os jogadores de ataque do Verdão e ainda teve superioridade numérica no meio-campo. E é aí que entra a outra batalha.

Na "batalha da bola", não vi superioridade. Mesmo com tantos elementos a favor, além da torcida, o time gaúcho não tem nenhum destaque na armação. Com os laterais do Palmeiras atrás - Fernandinho, muito cru, quase não subiu no primeiro tempo e Cicinho, recuado pelos avanços de Pará - o Grêmio não conseguiu infiltração. Se conseguisse, aí sim o time de Felipão teria um problema: Miralles e (principalmente) Marcelo Moreno são bons atacantes.

O jogo serve como prévia para a Copa do Brasil, onde teremos um jogo mais disputado. Se o Palmeiras armar o time com a mesma disposição que o Grêmio veio hoje pode deixar o meio-campo do próximo jogo com cara de Avenida 23 de maio em manhã chuvosa de segunda. Aí, é apostar na eficiência das bolas paradas (set pieces, lá fora). Sim, o time leva vantagem nesse quesito quanto ao aspecto ofensivo - temos Kid. Já o aspecto defensivo, vimos o que aconteceu hoje (e que continuará a acontecer). Na média, são "elas por elas".

Uma saída pode ser explorar melhor as laterais e as pontas. Tirar um volante, colocar os pontas velozes - Maikon e Luan - desde o início, empurrar os laterais para o campo de defesa. Isso anularia a eficiência que teve o 3-5-2 teve hoje. Gabriel e Pará não saíram do campo defensivo do Verdão essa noite. Com eles atrás, o meio campo gremista sobrecarregaria menos os volantes alviverdes e o time teria um pouco mais de saída de bola. Juninho como elemento surpresa na frente traria mais ofensividade ao time. Com mais espaços, Valdívia poderia criar mais e, quando a bola chega lá na frente, Barcos poderia atuar mais próximo ao gol.

*Minha opinião é que a competição é importante demais para dependermos da sorte. Até porque, ela pode não estar do nosso lado até o final.

quarta-feira, 23 de maio de 2012

COPA DO BRASIL: Palmeiras 2 x 0 Atlético-PR

Palmeiras 2 x 0 Atlético-PR
23/05/2012
Copa do Brasil
Arena Barueri
2º jogo



O Verdão entrou em campo no 4-3-1-2 habitual com uma novidade: Betinho, o "reforço", substituiu Barcos e teve a companhia de Mazinho pela esquerda. Leandro Amaro voltou como zagueiro pela direita, ao lado de Henrique. Já o time do Atlético também veio em uma formação parecida, com Alan Bahia, Deivid e Zezinho fechando o meio, Liguera na armação das jogadas, Guerrón caindo ora pela direita, ora pela esquerda e Bruno Mineiro na referência.


Onze iniciais

Primeiro tempo
O Palmeiras começou pressionando, ainda que desordenadamente e com Valdívia pouco inspirado. A tônica da partida se deu logo aos primeiros minutos de jogo. O Atlético, nitidamente preocupado em tomar o primeiro gol, mostrou aquele que seria seu padrão de jogo pelos próximos 90 minutos: quando sem a bola, formava praticamente duas linhas de quatro, com Deivid, Alan Bahia, Liguera (pouca coisa mais à frente) e Zezinho. O "ferrolho" do Atlético não tinha jogador "na sobra", mas sobrava jogador dentro da grande área. Quando o time recuperava a posse, saía até que de forma competente ao contra-ataque, com tabelas e passes "verticalizados", objetivos, atuando nos espaços deixados pela defesa do Palmeiras.

Do lado alviverde, Felipão segurou Juninho na lateral esquerda, e com a cobertura de Márcio Araújo e cia, Guerrón ficou tão sem espaço que se viu obrigado a deslocar para a direita, sem sucesso. Betinho quase não apareceu no primeiro tempo, jogou a maior parte do tempo enfiado entre os zagueiros e, consequentemente, com o time do Atlético todo recuado, acabava engolido pela marcação adversária. Barcos, atuando de costas para o gol, é muito mais prestativo. Mazinho bem que tentou algumas jogadas, mas também era peça nula, prendendo demais a bola.

Com o tempo, mesmo sem chances para os dois lados, só a bola parada resolveria. Mesmo assim, a única boa chance de Assunção foi quando Mazinho sofreu falta na intermediária aos 34', pela direita. Kid cobrou, a bola passou por todo mundo e o goleiro Rodolfo desviou.

Aos 43', Betinho ainda receberia bom passe de Valdívia, ficou cara a cara com o goleiro, mas desperdiçou a chance de "consagrar" a estréia chutando em cima de Rodolfo.

Fomos para o intervalo sob pressão.

Segundo tempo
O Verdão veio a campo sem substituições. Já o Atlético surpreendeu quando Carrasco tirou Guerrón para a entrada de Edgar Junio. Talvez o treinador tenha se cansado de explorar as laterais, foi uma alteração no mínimo estranha. 

Com a saída do equatoriano, o time começou a explorar mais as laterais, mas o padrão continuava o mesmo. Após perder a posse, o Atlético recuava rapidamente, o Palmeiras não avançava rapidamente, e encontrávamos um paredão intransponível, ainda mais com "um homem a menos" na frente (Betinho). Aos 15', Felipão sacou o centroavante para promover a entrada de Luan. Mazinho atuou por pouco tempo como referência enquanto Valdívia seguia armando um pouco mais pela direita, apoiado por João Vítor. 

A entrada do jogador promoveu logo de cara uma mudança pelo lado esquerdo, sem referência de velocidade até aquele momento. Com Mazinho puxando a marcação, Luan encontrou mais espaço para tentar jogadas por aquele lado.

Luan na ponta esquerda, Mazinho de referência

Na sequência, Felipão abriu de vez a defesa do Atlético colocando Maikon Leite em campo, no lugar de Mazinho aos 19'. Com o tempo acabando, o time do Atlético começou a ceder mais espaços em toda parte do campo.

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Com os dois velozes pontas, abrindo o "ferrolho" atleticano no 4-3-3

Apenas dois minutos depois, em linda jogada pela direita, Maikon recebeu boa bola pela direita, deu o drible da vaca em Renan Foguinho, quase que de costas para o zagueiro, encontrou Valdívia de frente para o gol na cabeça da pequena área. O chileno, que até aquele momento havia finalizado várias vezes sem sucesso, pacientemente encontrou Luan à sua esquerda, que não perdoou. Verdão, 1x0!

O time seguiu dominando a partida, e o entrosamento melhorou com o gol, dando mais confiança no resultado. Infelizmente, tudo em excesso faz mal: Valdívia, "se sentindo um Marcos Assunção", entrou com muita força no desarme e acabou amarelado. Está suspenso para a próxima partida.

O time do Atlético ficou abatido e, mesmo com boas jogadas pela esquerda com Ricardinho e Edgar Junio pela direita, não conseguia deslanchar. A defesa foi bem e fez muitos desarmes e antecipações, sem afobar. Aos 37', escanteio pela esquerda. Maikon chamou a responsabilidade e quis cobrar. No lançamento, Valdívia escorou a bola pra trás e Henrique só completou. Verdão, 2x0!

Aos 39', Felipão ainda daria uma "Felipada", colocando Patrik na vaga de João Vítor. Com Valdívia cansado, atuando muito recuado, o time ficou quase que em um 4-4-2 em linha, com Patrik fechando pela esquerda e apenas Luan e Maikon no ataque, tentando algumas jogadas. Com isso o time "trancou" o meio-campo e selou a vitória.

O time com Patrik, praticamente em um 4-4-2 em linha

Considerações
Felipão armou mal o time, talvez em um excesso de cautela, talvez projetando um Atlético agressivo, partindo para cima. O time no 4-3-1-2 só funciona se tiver velocidade pelas laterais. Com Juninho e Cicinho atados ao campo defensivo, Mazinho - um jogador cuja característica parece ser o drible e a finalização - e Betinho fixo, perdemos a velocidade nos contra-ataques. Quando subíamos ao campo de defesa do Atlético, já era tarde. Os jogadores já haviam recuado.

Guerrón ainda que tentou as suas jogadas, mas foram poucas e não combinavam com a estratégia do time paranense, que se fechava rapidamente no campo de defesa, mostrando isso logo no início da partida.

Com o time adversário recuado, entretanto, Felipão fez o que dele se esperava. Mazinho por vezes prendia demais a bola, ainda mais tendo como referência Betinho, engolido pela zaga do Atlético. Colocou dois pontas velozes e descansados no segundo tempo e abriu a defesa adversária nos contra-ataques. 

Maikon e Luan jogam muito mais pelos lados do campo do que pelo meio. Naturalmente, os espaços começaram a surgir e a estratégia do Atlético começou a ir por água abaixo. Logo em um de seus primeiros lances, Maikon deixou Renan Foguinho e construiu a jogada do primeiro gol. Luan, além de marcar gol, fechava o lado esquerdo, sem dar espaços para Edgar Junio. Valdívia cresceu na partida e no final, o domínio era tanto que a torcida pode, aliviada, gritar o tão desejado "olé".

Para a próxima fase, entretanto, não teremos Valdívia, que apesar dos chutes errados, jogou bem hoje (deu uma assistência, poderiam ter sido duas...). Vamos ter o retorno de Barcos para o ataque. Pegaremos o vencedor de Bahia ou Grêmio, e até lá o time precisa estar preparado. 

Escalações iniciais ruins podem nos custar caro em jogos cada vez mais decisivos, contra adversários cada vez mais fortes. Felipão precisa estar atento. As boas substituições, aconteçam elas no primeiro ou segundo tempo, por sua vez, serão sempre bem vindas.

terça-feira, 22 de maio de 2012

VideoCAST em breve

Como é curiosa a internet. Recentemente, fui chamado para colaborar com o site verdeternizar.com.br. Agora, um primo me convidou para realizar um videocast sobre partidas antigas. As coisas estão surgindo naturalmente e eu que sou um apaixonado por futebol, estou adorando. Ainda não sabemos se escolheremos as partidas segundo algum método, o importante é analisar futebol, entender o futebol. Talvez mais à frente desenvolveremos alguma rotina.

A partida que vamos analisar - escolhida por ele - é a final da FA Cup de 1973, entre Leeds e Sunderland. O Sunderland venceu aquele jogo pelo placar mínimo, é bem sabido. Como ele venceu é o que vamos ver. O fato é que o Leeds da primeira metade da década de 1970 era um timaço, comandado pelo lendário treinador Don Revie. O trabalho pelo clube o levou ao comando da seleção inglesa em 1974. Revie é contemporâneo de outro lendário treinador, Brian Clough, que à época levou o Nottingham Forest duas vezes a ser campeão da Taça dos Campeões Europeus, a antiga UEFA Champions League. A relação - conflitante - entre os dois treinadores é retratada no filme "Maldito Futebol Clube" (The Damned United, título original). Vale a pena conferir.

Em breve, mais informações do VideoCast.

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Verdão sem Barcos

O Palmeiras teve o desfalque que nenhum torcedor - Felipão há muito avisava - gostaria de ter. Barcos não joga a partida de volta pelas quartas-de-final da Copa do Brasil 2012, contra o Atlético Paranaense, suspenso. Com isso ficamos com um sério problema nas mãos: qual formação utilizar, já que não teremos centroavante?

Dois pontos

1) Se o Atlético tomar 1 gol apenas, a classificação é praticamente do Palmeiras. Portanto, não acredito em uma postura agressiva do time visitante, como na partida de ontem, quando entrou no 4-3-3. Se o Atlético vier dessa forma, ficará mais aberto e criará mais espaços para que os contra-ataques do Palmeiras se tornem perigosos. Atuando assim é entregar a classificação nas nossas mãos.

2) Dentro de casa precisamos nos impor. Com o adversário recuado, a iniciativa é nossa. Se marcarmos apenas 1 gol, a vaga na próxima fase é quase certa, porém, precisamos criar chances para que a oportunidade de gol aconteça.

Levando em consideração os pontos levantados acima, só podemos concluir que o time que entra em campo na próxima partida deve ser ofensivo. O problema passa a ser, portanto, mais o "como montar" o time do que "qual o esquema" a ser utilizado, já que Barcos, nosso principal atacante, está suspenso.

Esquemas

Caso Felipão não altere o esquema que tem iniciado as últimas partidas, entraremos em campo no 4-3-1-2. Como montá-lo sem Barcos?

1) 4-3-1-2
Time no 4-3-1-2 sem Barcos

Mantendo as características do esquema que vem iniciando as partidas, Maikon Leite ou Daniel Carvalho poderiam entrar na vaga deixada por Barcos. Prefiro Maikon Leite, que tem mais característica de finalizador. Não que Daniel não seja bom nesse quesito, pelo contrário, é excelente. Mas as arrancadas de Maikon são um diferencial, ainda mais atuando próximo do gol. O problema é que se o Atlético atuar muito fechado, não adianta velocidade, mas qualidade, visão de jogo. Nesse caso, Daniel Carvalho seria mais indicado. Cabe a Felipão o "feeling" na hora de colocar o jogador. 

Mazinho completaria a dupla de ataque porque não faz muito sentido colocar Luan: nas finalizações, não é um primor; atua melhor pelos lados do campo, não pelo meio; quando muito avançado, não recua pra marcar, o que já não era necessário na presença de três volantes. Essa última característica é sem dúvida o principal motivo para Luan entrar em uma partida: mesmo que não marque gols, pelo menos marca por dentro na lateral esquerda.

Logicamente, nada disso impede que ele seja escalado.

2) 4-3-3 / 4-2-3-1
Opção ofensiva: Luan e Maikon mais abertos, DC falso nove

O time nessa formação tática é uma opção ofensiva interessante. Daniel Carvalho como "falso nove" (como levantada a lebre pelo @gabrielgebar, do Verdeternizar), recuando e criando jogadas com Valdívia. A escolha de Daniel para essa função é justamente a característica de finalização do jogador, que é mais acentuada que a do chileno. Luan poderia atuar pela esquerda, ou seja, mais pelos lados do campo, assim como Maikon cairia ainda mais pela direita. São dois jogadores velozes, que rendem mais quando atuando por essa faixa do gramado. Cicinho ou João Vitor na lateral direita, dependendo se Felipão armar o time com três volantes como primeira formação e o lateral de ofício estiver rendendo pouco. Luan faria a cobertura de Juninho pela esquerda.

The Real Deal
Alternativas à parte, a verdade é que Felipão já apontou após o jogo de ida na coletiva que Betinho, a "contratação de risco" do time, será titular. Segundo o treinador, tem muita vontade e isso o agrada. Ora, sabemos muito bem que em um momento decisivo como este, colocar um jogador que fez nada menos que 70 partidas por um time marcando apenas 1 gol não se trata de "situação de risco", mas de "situação de sorte" (alguns preferem o termo "loucura" ou "jogo de azar"). 

O Palmeiras é um time consideravelmente grande para a realização de tais empreitadas e, naturalmente, quem entra para o elenco titular, entra por mérito. Posso queimar a língua? Posso. Mas a verdade é que, mesmo que Betinho marque o gol da vitória, a chance de ter acontecido por pura sorte será muito elevada. Ricardo Bueno era banco no Atlético-MG, um time considerado "grande". Não vingou.

As alternativas com Daniel Carvalho são ousadas, é verdade. Se nesse momento perdermos algum dos meias por lesão, não teremos peças de reposição - principalmente para o Brasileirão, um campeonato muito longo. Carmona já saiu e algumas improvisações que já conhecemos (Patrik, o próprio João Vítor já jogou mais adiantado) e que não funcionam tão bem quanto as "peças originais" serão necessárias. Mas isso não tira em nada a importância da partida de volta. Em determinados momentos, é preciso arriscar. Não tenho certeza que será dessa vez.

Betinho pode sim ser titular. Não há o menor problema nisso. 

Se não vingar, queimamos uma substituição.

*Henrique poderia ser improvisado como centroavante. Sabe cabecear, finalizar com a bola nos pés, já fez gols pelo Palmeiras (Betinho, não). Mas já imaginaram Román e Maurício Ramos (ou Leandro Amaro) batendo cabeça lá atrás? Não rola.

quarta-feira, 16 de maio de 2012

COPA DO BRASIL: Palmeiras 2 x 2 Atlético-PR

Palmeiras 2 x 2 Atlético-PR
16/05/2012
Copa do Brasil
Estádio Vila Capanema (Durival de Britto)
1º jogo



O time veio a campo armado no 4-3-1-2, com Valdívia na armação, Mazinho e Barcos compondo o ataque. O trio de volantes já tarimbado entrou novamente, com Juninho na lateral esquerda, Cicinho na direita e Leandro Amaro compondo a zaga com Maurício Ramos. Bruno no gol. Já o técnico Juan Carrasco fez o que pode para garantir a vantagem em casa: armou o time no 4-3-3, com Guerrón pela direita, Edgar Junio pela esquerda, Bruno Mineiro como centroavante.




Onze iniciais: Verdão no 4-3-1-2 contra o 4-3-3 do Atlético

Primeiro tempo
Logo nos primeiros minutos, o Atlético partiu para cima e chegava à frente com facilidade. Com Valdívia e Mazinho pouco inspirados, o time da casa recuperava a bola e partia para cima pelos lados do campo, explorando Guerrón nas costas de Juninho. A primeira chance do Verdão só surgiria aos 9', quando Márcio Araújo encontrou João Vítor, livre pela direita, após um escanteio. O volante bateu duas vezes, uma em cima da zaga, e na sobra, pra fora. 

Observação interessante: A jogada toda, entretanto, merece destaque. Após o escanteio e a finalização errada, o time ficou com a sobra e trabalhou os passes em volta da grande área até encontrar uma oportunidade. Não adianta finalizar a sobra de qualquer jeito. Com os zagueiros subindo para cabecear no escanteio, muitos jogadores adversários voltam para marcar, abarrotando a grande área. É preciso "abrir" esse bolo, tocar com paciência até encontrar espaços.

As inúmeras subidas do CAP pela nossa ala esquerda teriam que gerar algum perigo. O adversário conseguiu uma falta por lá aos 16'. Ligueira cobrou no segundo pau, Renan Foguinho conseguiu ganhar da marcação, cabeceou para dentro da pequena área e Bruno Mineiro concluiu também de cabeça. CAP, 1x0.

Os erros pela lateral continuaram os mesmos. Aos 19', jogada emblemática. Juninho perde a bola no ataque, Guerrón recebe lançamento longo, livre pela nossa lateral e cruza rasteiro. A bola passa por toda a defesa palmeirense mas o Atlético não aproveita.

Aos 20', Barcos recebe grande passe de Valdívia depois de driblar um marcador, na grande área, pela esquerda. Ganha no "pé de ferro" com Renan Foguinho e finaliza no canto esquerdo do goleiro Rodolfo. Verdão, 1x1!

A alegria, porém, durou pouco. Alan Bahia - o cara das bolas paradas do CAP - lançou Guerrón nas costas de Juninho - impedido - que bateu forte para dentro da pequena área. A defesa não conseguiu desviar a bola que sobrou para Edgar Junio finalizar. CAP, 2x1.

As chances começaram a rarear e o time ficou sem criatividade, dependendo de uma ou outra chance de bola parada. Aos 26', Assunção cobrou na barreira (Cleberson desviou com a mão). Aos 29', Rodolfo deu um tapinha na bola, por cima do gol. Ainda sobraria para o travessão aos 40'. Não vingou.

Aos 34', João Vítor aciona Valdívia pela direita. O chileno foge da marcação e encontra Barcos de costas para a marcação de Manoel. Ele girou sobre o zagueiro e chutou, mas Rodolfo defendeu. Aos 36', no contra ataque, outra jogada de destaque. Edgar Junio partiu pela esquerda, encontrou Liguera passando atrás da zaga alviverde, só que demorou demais para finalizar. Maurício Ramos conseguiu o desarme por trás e Bruno desviou a bola.

Tirando uma bola parada do Atlético, o jogo chegou ao final sem mais tropeços.

Segundo tempo
Felipão veio com a mesma formação, apesar dos erros defensivos nas jogadas de bola parada e pelas laterais. Segundo entrevista pouco antes do jogo recomeçar ao canal SporTv, ele disse que o Atlético jogava com um centroavante que saía constantemente da área (Bruno Mineiro), a zaga acompanhava e então tentava-se um lançamento para os pontas (Edgar Junio e Guerrón) entre a zaga e os laterais. Pediu ainda para os laterais marcassem mais firme por dentro - basicamente, para não deixar essas enfiadas acontecerem. Além disso, deu uma alfinetada nos volantes: "tem que ter cobertura".

O time começou melhor, o puxão de orelha parece ter funcionado e nosso lado esquerdo decolou, além da melhor cobertura com Márcio Araújo por aquele lado. Roubando a bola principalmente no meio do campo com os três volantes, ou com as interceptações e avanços dos zagueiros, que faziam boa leitura do jogo adversário, o time manteve o ataque abastecido no início. 

Aos 6', em boa subida, encontrou Barcos na cabeça da grande área. Ele rolou pra Mazinho, que devolveu para o argentino. Ele chutou, a bola desviou na zaga e bateu no travessão.

Aos 12', Felipão fez duas alterações substanciais, armando o time no 4-2-3-1: Mazinho, até aquele momento, nulo, saiu para a entrada de Luan. Cicinho saiu para a entrada de Maikon Leite. 

Como Luan realiza a cobertura pela esquerda, não precisamos de três volantes. Sem três volantes, abre uma vaga no meio-campo ou no ataque. Com a necessidade de ao menos igualar o placar, Felipão deu prioridade ao ataque. Maikon, já é sabido, cai muito melhor pela direita que pela esquerda. Além disso, com o cansaço do time adversário, encontraria muito espaço por lá. Recuou João Vítor para a lateral direita - melhor na partida que Cicinho - e botou o jogador para "voar" nas costas de Zezinho.

Time no 4-2-3-1, uma de nossas formações ofensivas

Logo aos 13', Márcio Araújo encontrou Barcos na ponta direita da grande área. O argentino puxou dois marcadores, tocou de calcanhar para Maikon Leite que vinha correndo por dentro. O atacante foi cortando para a esquerda na entrada da área e bateu de canhota, no ângulo do goleiro Rodolfo. Verdão, 2x2!

O Atlético tentou esboçar uma reação - com Guerrón, de novo (até enche o saco ficar escrevendo o nome desse cara), ganhando em cima de Juninho e batendo cruzado - mas foi só. O técnico Juan Carrasco, que a essa altura da partida já havia sido expulso por um tumulto com Valdívia, sacou a principal arma do time, o equatoriano - muito provavelmente para dar um descanso ao jogador para a partida de volta - e acabando com as jogadas em velocidade. 

Os zagueiros do Verdão cresceram na partida, fazendo muitas antecipações e a cobertura com Luan pela esquerda foi excepcional, mesmo que no ataque ele não seja aquela maravilha. Até os 25', atuando dessa forma, o time manteve o domínio da partida, mantendo a posse no meio-campo e chegando bem principalmente com Luan e Maikon. Aos poucos, porém, o ritmo do jogo esfriou, poucas chances foram criadas dos dois lados e era claro que o empate com gols estava de bom tamanho. Aos 40', ainda deu tempo de uma chance bizonha de Luan, sozinho pela esquerda, tentar uma cavadinha para encobrir o goleiro e acabar recuando a bola. Fim de jogo na Vila Capanema.

Considerações
Sobre o resultado final, o empate com gols não é ruim. Sabíamos que o Atlético viria mordido com a derrota no Estadual e partiria para cima. Nosso objetivo era justamente esfriar esse ânimo e sair em situação favorável. Não foi a vitória, mas saímos com a vantagem dos gols fora de casa.

Analisando o jogo em si, porém, vimos que poderíamos ter levado mais gols. O buraco na esquerda deve ser resolvido para a próxima partida. Futebol é oportunismo, se um time tem vantagem em algum setor e explorá-la sistematicamente, terá chances. As chances pela lateral esquerda que foram aproveitadas geraram dois gols. A parte ruim é que nem todas foram aproveitadas. A parte boa é que Juninho não precisa sair para o buraco desaparecer. Luan dá conta da cobertura.

O dilema do treinador é: "quando usar a formação ofensiva?". Se começássemos no 4-2-3-1, com Maikon e Luan na frente, diante de um Atlético descansado, com Guerrón voando nas costas do Juninho, o que aconteceria? No 4-3-1-2, temos uma linha de três jogadores cuja especialidade é o desarme. Maikon não é jogador de segundo tempo, mas definitivamente entra melhor nesse momento, com o time adversário cansado. Se Mazinho aprender a marcar, pode ser um jogador excepcional. Hoje, não atuou bem no ataque. Como não tem outra característica forte, como por exemplo a marcação, veio a ser substituído. Luan, por sua vez, é exatamente o oposto: sabe marcar, mas no ataque é sofrível.

Outro ponto a ser resolvido: bola parada, eterna falha desse time. Treino, treino e mais treino.

A última questão que gostaria de abordar - e há tempos venho falando nisso - é a enorme diferença entre o "Barcos que recebe a bola fora da grande área, tenta algo sozinho e perde a posse" e o "Barcos que recebe a bola dentro da grande área, finta um marcador e marca o gol". Nosso time tinha os dois até outro dia. Hoje, só o segundo jogou. E é esse o Barcos que queremos. 

Infelizmente, não estará disponível em nenhuma das versões por suspensão automática na próxima partida.

Com o Atlético cauteloso no próximo jogo, saindo no contra-ataque, mesmo se tomarmos um gol, o empate nos dá a vitória. Se marcarmos 1x0, a fatura é quase liquidada, por isso é provável que eles não venham no 4-3-3 de hoje. Temos que nos impor em casa. Usando esse esquema ofensivo do segundo tempo (4-2-3-1), podemos criar mais chances pois Valdívia fica mais livre para encontrar Barcos no momento do ataque, com os pontas ocupando os marcadores. 

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Prévia (Copa do Brasil): Palmeiras x Atlético-PR

Palmeiras x Atlético-PR
16/05/2012
Copa do Brasil
Estádio Vila Capanema (Durival de Britto)
1º jogo

O time pega o Atlético-PR pelo primeiro jogo das quartas-de-final da Copa do Brasil. Como o jogo será fora, entende-se que o time paranaense deve tomar a iniciativa, pressionando logo nos primeiros minutos.



Treinos de hoje (14/05/2012)
Felipão treinou o time com duas formações. A primeira foi praticamente a mesma que atuou contra o Paraná.


1ª formação, no 4-3-1-2: Mazinho e Barcos no ataque, Valdívia na ligação, o trio de volantes Márcio Araújo - Kid - João Vítor e com Leandro Amaro (na vaga de Henrique, suspenso) completando a dupla de zaga ao lado de Maurício Ramos.


2ª formação, no 3-5-2 (3-5-1-1): Juninho deu lugar à Román, provavelmente uma preocupação particular do treinador com Guerrón, que cai muito bem pelos dois lados do campo. Juninho é excelente no apoio, mas na marcação deixa a desejar. Cicinho apóia - não tão bem quanto o lateral esquerdo - e defende - nesse aspecto, melhor que o outro lateral, apesar das faltas idiotas que faz de vez em quando. Paradoxalmente, colocou Luan no lugar de Mazinho. Ora, se o Luan entra e o time já conta com três volantes, porque não deixar o Juninho na posição? A lateral esquerda não estaria tão desprotegida. Talvez aí resida uma pista de que o treinador está mais disposto a segurar, provavelmente, um empate, do que buscar a vitória. Por fim, decidiria a classificação em casa.


Medo em excesso? Retranca? Na minha opinião, sim. Mas a importância da taça, neste momento, somada ao fato deste time (sim, um time de série B) ter disputado a final de um campeonato estadual e eliminado um time considerado de "grande porte" como o Cruzeiro (mesmo que em um péssimo momento) pode ter feito o treinador ter pensado duas vezes. Ou três. Ou sei lá quantas.

O Atlético Paranaense

Jogadores
Analisando o time atleticano, não há um jogador além de Paulo Baier e Guerrón que esteja acima da média. Manoel é bom zagueiro. Apesar da boa partida que fez contra o Cruzeiro, com uma assistência e um gol, Ligüera foi reserva de Baier na decisão contra o Coxa. De qualquer forma, se entrar, é perigo para o time. Pode tanto dar passe para gol quanto finalizar. O mesmo vale para o veterano meia (e ex-Palmeiras). Quanto ao Guerrón, é o craque do time. Artilheiro da edição atual da Copa do Brasil, atua bem pelos dois lados do campo, é veloz, faz assistências, dribla bem, finaliza com as duas pernas. É o principal perigo do time atleticano e certamente vai dar muito trabalho aos nossos alas.

Tática
É um time que marca bem, toca rapidamente a bola, joga com dois meias, apesar de um deles - Zezinho - também marcar. Joga no 4-3-1-2 sem a bola, com Zezinho avançando pela esquerda com a posse. Além disso, o elenco é jovem, ou seja, correria é o que não vai faltar. Para se ter uma idéia, a linha de defesa (laterais e zagueiros) que atuou contra o Cruzeiro tinha média de idade de 20,5 anos. O Verdão pode e deve explorar essa inexperiência.

Jogam exatamente como o Palmeiras quando atua com Maikon Leite e Barcos no ataque (com Maikon atuando nos dois lados do campo, "flutuando" ao redor de Barcos, sempre em jogadas de velocidade). Guerrón não tem uma grande referência atuando ao seu lado. Pode ser Edigar Junio, pode ser Patrick Alves. O perigo mesmo é o equatoriano.

Os laterais não são exímios apoiadores, são mais fortes defensivamente.

Conclusões
O Atlético é um time que atua no contra-ataque e pelos lados do campo. Falta qualidade ao meio-campo, o que deixa o time previsível. Atuando em casa, deve pressionar o Verdão nos primeiros minutos, mas o entrosamento do time, aliado à qualidade do elenco do Verdão, pode aos poucos nos dar a posse. Por quê?

Contra  times muito fechados que atuavam dessa forma, o Palmeiras sentiu grandes dificuldades no Campeonato Paulista. Um exemplo foi a partida contra o Mirassol, que fez esse papel muito bem. O grande mérito do Mirassol era sair organizadamente ao ataque, quase sem errar, ou seja, de forma eficiente. Outro exemplo recente é o que ocorreu na última rodada da Premier League. O QPR deu 3 arremates, e marcou em 2 oportunidades. O City deu 44 e acertou 3.


Não acredito que o Atlético consiga exercer esse papel de forma tão eficiente quanto o Mirassol. Apesar das vitórias recentes, o entrosamento do time não é excepcional. Além disso, a marcação na nossa saída de bola - naquela partida - foi fundamental para forçar o nosso erro, que basicamente é o "alimento" dessa estratégia. O Atlético não marca, até onde sei, dessa maneira. Se marcar, é claro, teremos dificuldades.

O excesso de cautela exibido por Felipão pode, entretanto, nos deixar com poucas chances na mão. A estratégia parece ser, a partir do visto nos treinos, segurar o resultado lá, botar o 3-5-2 para funcionar ao final do jogo e decidir em casa. Porém, o encontro de tantos marcadores frente aos nossos habilidosos de frente podem render jogadas de bola parada na intermediária.


Para quem tem Assunção, é um diferencial.

domingo, 13 de maio de 2012

Manchester City é Campeão da Premier League



Escrevo este post mais como admirador do futebol do que qualquer coisa.

Que jogo emocionante os deuses deste esporte abençoado nos premiaram hoje. E o QPR fez tudo certinho, contando ou não com Joey Barton - velho conhecido do Newcastle e de outros clubes pelo temperamento difícil. O time adversário se fechou, contando desde os primeiros minutos com os 10 jogadores de linha no campo de defesa. Em muitos momentos, era possível ver 8, 9 jogadores dentro da grande área, defendendo o gol de Kenny. Saindo no contra-ataque, foram eficientes e marcaram dois gols, quase selando uma tragédia com a casa lotada. 

Mas o futebol é apaixonante, porque quem luta até o final geralmente é premiado, mesmo que a vitória venha no último segundo. Seria justo, um time que bateu seu maior rival, que manteve-se na ponta por tanto tempo, não fosse premiado pelo trabalho bem feito?

E com dois gols nos acréscimos, o City confirmou a superioridade no campeonato.

O jogo é emblemático pois mostrou tudo o que futebol significa. O pequeno, desde que assuma sua inferioridade, pode lutar de igual para igual. O grande, mesmo que superior, não pode deixar de respeitar o adversário, deve suar pela vitória. Sair na frente no placar nem sempre é sinal de jogo ganho. Mesmo que um revés aconteça, se ainda houver tempo, pode ser contornado. E quem luta até o final, sem desistir, na maioria das vezes, vence.

Alguma semelhança com a vida?

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Palmeiras 4 x 0 Paraná

Palmeiras 4 x 0 Paraná
09/05/2012
Arena Barueri
Copa do Brasil

O Palmeiras começou o jogo no 4-3-2-1 (4-5-1), com Mazinho e Valdívia na meia e Barcos na referência. Na prática,  Barcos busca o jogo, recebendo bolas tanto dos volantes quanto dos laterais que sobem. Os meias criam, mas também são incumbidos de atacar.


Apesar da marcação avançada imposta pelo time de Ricardinho, pressionando a saída de bola logo nos primeiros minutos, jogando nos erros de passes do Verdão, o time rapidamente se impôs no meio campo. Aos 8', Valdívia arriscou de fora da área, o goleiro Luís Carlos deu rebote e Barcos quase abriu o placar. O Paraná, na sequência, roubou a bola de Valdívia, lançou Douglas livre na ponta da grande área, que por pouco não marcou, chutando cruzado para fora.

Passado o sufoco, o time continuou sem alterar seu padrão de jogo. Mazinho demonstrou que se movimenta bem e pode deixar os companheiros em condições de finalizar, como aos 11', em que encontrou João Vitor livre. Outro que fez bom primeiro tempo foi Márcio Araújo, que aos 13' fez bela arrancada pela direita, inverteu o jogo para Juninho na ponta esquerda que bateu prensado.

Aos 21', outro chute de Valdívia para rebote do goleiro, com Barcos isolando a bola. O time seguia insistindo muito pelo meio, sempre acabando bloqueado pela forte marcação do Paraná. Aos 28', Valdívia recebeu falta na intermediária, pela direita. Kid cobrou e Mazinho completou na pequena área, de carrinho. Verdão, 1x0!

No minuto seguinte, Henrique e Douglas se estranharam dentro da grande área do Verdão, e acabaram expulsos. Marcos Assunção rapidamente assumiu a posição de Henrique, com o time atuando no 4-2-2-1, sem prejuízo para o sistema defensivo e meio-campo. Após isso, o padrão do jogo se manteve até o final do primeiro tempo.



Segundo tempo
O time voltou a campo sem Barcos, que sentiu uma pancada após cobrança de falta do Paraná ao final do primeiro tempo. Com Román em seu lugar, Marcos Assunção voltou à posição original e o time atuou sem centroavante.



A principal mudança do Paraná não foi tática nem de jogador, mas de estratégia de jogo. O time se deslocou todo ao campo de defesa do Palmeiras, partindo para o tudo ou nada. Em um dos passes pelo meio, logo aos 5', Kid interceptou a bola, avançou e lançou Mazinho na meia esquerda, que só precisou tirar o último marcador da jogada para finalizar forte no canto de Luis Carlos. Verdão, 2x0!

O Paraná seguiu avançado, e sistematicamente distribuindo o jogo pelas laterais, principalmente com Paulo Henrique nas costas de Juninho, conseguindo boas chances em que muitas vezes contamos com a sorte e com a falta de pontaria dos jogadores do time adversário para não levar gol.

Como a estratégia não dava retorno, o Verdão era quem se beneficiava. Jogando como o resultado a seu favor, tinha a tranquilidade para melhorar a qualidade dos passes no meio campo e contava com boa subida dos laterais Cicinho e Juninho, que foram continuamente acionados. O time avançava com facilidade ao ataque, sem pressa, "cozinhando" o time de Ricardinho. Em uma das subidas, pela esquerda aos 16', Mazinho driblou um marcador, bateu forte, cruzado, a bola passou por baixo das pernas de outro marcador e Valdívia completou. Verdão, 3x0!

O time adversário morreu em campo com o terceiro gol e este é o momento ideal para colocar um jogador veloz como Maikon Leite para acabar de vez com a partida. Aos 26', Mazinho saiu para a entrada do atacante, que não fez feio e aproveitando uma devolução errada da defesa do Paraná, interceptou a bola, disparou, deixou a zaga no vácuo e marcou o seu. Verdão, 4x0!

Depois disso, foi só administrar o resultado até o final do jogo. Felipão sacou Valdívia para a entrada de Patrik e o time fez o resto. Fim de jogo, vitória de um elenco entrosado, calejado, e que fez por merecer, atacando até o último minuto da partida. Tocando bem a bola, com tranquilidade, digno de "olé" por parte da torcida que compareceu ao estádio. Bela partida, vitória que levanta o ânimo do time.

Considerações
Duas considerações sobre Mazinho. É, claramente, um bom reforço. Um jogador que em apenas dois jogos demonstra forte entrosamento com os jogadores de meio-campo e ataque só pode ser bom. E para estar afinado com uma turma que conta com Barcos, Valdívia, Assunção, tem que ser habilidoso. Essa é uma aposta minha. A segunda consideração é o bom chute de canhota. Tem direção e é muito forte. Basta ver o lance do segundo gol. O goleiro estava na bola. Só a velocidade do chute superou a projeção de "tempo da bola" feita pelo goleiro, que caiu atrasado.

A outra observação é a "disputa" entre Maikon e Mazinho pela vaga de titular. Isso é absurdo, historiazinha inventada pela mídia para gerar alguma audiência criando um atrito inexistente. Os dois devem ser vistos não como concorrentes - aliás, nem características semelhantes possuem - mas como complementares, como foi nessa noite. A entrada de Maikon no final de jogo sempre leva mais perigo ao adversário, que nesse momento da partida está mais cansado.

Sobre a partida, sempre é bom ganhar de goleada. Mas lembremos que após o primeiro gol, o Paraná que até então esperava o Palmeiras avançar para partir no contra-ataque se posicionou todo no campo de defesa alviverde, partindo para o tudo ou nada. No segundo gol (de Mazinho) e no gol de Maikon, foram interceptações no meio-campo que deixaram os jogadores livres para marcar, o que certamente não ocorreria se a defesa do time adversário estivesse bem postada. O Paraná encontrou nas costas de Juninho uma senhora avenida com o lateral Paulo Henrique sistematicamente pressionando por lá e quase tomamos gol no finalzinho por aquele lado.

O time no 4-3-2-1 é interessante, mas é ainda mais interessante com Daniel Carvalho e Valdívia atuando juntos. Mazinho é habilidoso mas, diferentemente de Daniel Carvalho, conduz a bola até o ataque ao invés de meter uma enfiada entre os zagueiros de qualquer distância. Daniel é mais eficiente e tem maior visão de jogo. Uma alternativa interessante com Mazinho seria utilizá-lo no 4-2-3-1, com Daniel ou Valdívia centralizado, Maikon pela direita, Mazinho na esquerda e Barcos na referência. O esquema com três volantes ainda é o "padrão", então essa alternativa ficaria para momentos em que o time estivesse precisando de "agressividade". Como o buraco na lateral esquerda é essencial ao time - a relação custo-benefício do apoio constante de Juninho parece valer a pena - Márcio Araújo faz a cobertura e João Vítor sairia.