quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Jogando com inteligência

Palmeiras 3 x 1 Linense
29/02/2012
Lins


Onze iniciais
O time veio a campo no 4-3-1-2, com a linha de volantes composta por Chico na esquerda, Márcio Araújo centralizado (cumprindo o papel exercido por Marcos Assunção quando jogamos desta forma) e João Vítor pela direita. A surpresa da não escalação de Patrik não para por aí. Felipão colocou Artur na vaga de Cicinho, que não vinha de bom momento, e Maikon começou invertido pela esquerda. Na verdade, o jogador "flutuava" ao lado de Barcos, alternando jogadas pela direita e pela esquerda.



Estratégia arriscada
Exceto pelo gol logo aos 2 minutos de jogo - em uma felicidade absurda de Maikon Leite, que na cobrança de bola parada de muito longe pela esquerda fez a bola entrar quase sem desviar-  o time não adotou uma postura claramente ofensiva. A estratégia consistia em deixar o Linense jogar, retomar a posse no campo de defesa, sair no contra-ataque. O time sequer pressionava a saída de bola do Linense.

Com três volantes no centro, o time do Linense, porém, encontrava muita dificuldade em criar jogadas e se via obrigado a atuar pelas laterais, sem sucesso. Restava então chutes de longa distância, já que o time não conseguiu penetrar na área do Verdão. Deola fez várias defesas, mas nenhuma com um grau elevado de dificuldade. Analogamente, o Verdão armado no 4-3-1-2 também dependia da subida dos laterais por conta do centro muito estreito do time. Tanto Artur quanto Juninho apresentaram segurança e apoiaram bem no contra-ataque.

O truque, mérito de Felipão
Apesar de arriscada, a estratégia dava certo por dois fatores. O Linense, quando saía para o ataque, avançava como um todo. Aí ficava o "truque" da estratégia. Com apenas três homens à frente da linha de volantes e com o time do Linense todo no ataque, a defesa deles ficava vendida no contra-ataque. Só que a estratégia só daria certo por um segundo fator: qualidade. Não adianta sair no contra-ataque se o time não tem um jogador veloz como Maikon, um outro que dribla bem, tem visão de jogo e excelente posicionamento como Daniel e um artilheiro veloz e matador como Barcos. Ou vocês imaginam Fernandão fazendo aquela pintura de gol? O drible da vaca até vai, sofrido ainda, mas o toque de categoria por cima... vamos mudar de assunto?

Verdão 3 x 0 ainda no primeiro tempo.

Segundo tempo
O time voltou sem mudanças para o segundo tempo, enquanto o Linense já tinha feito duas alterações. Ademir Sopa saiu para a entrada de Éder e Rhayner deu lugar para Shimba. O padrão de jogo não mudou muito, o time continuou com a estratégia, em menor intensidade. O Linense continuou chutando de fora da área,  porém perdeu muita ofensividade. O Verdão começou a valorizar mais a posse de bola quando a possuía, mas sem perder o foco na estratégia que deu certo no primeiro tempo. O time, muito mais lúcido que o Linense, chegou a manter a posse no ataque tabelando e tentando arriscar alguma jogada. Entregue em campo, o time adversário queimou a última alteração logo aos 14'.

Daniel Carvalho cansou e Patrik entrou em seu lugar aos 25'. O time continuava com o domínio de jogo, mesmo com o Linense levando sufoco à defesa. Aos 28', em uma bola parada do Linense, Deola fez linda defesa na cobrança de falta. O esforço, entretanto, não vingou.. Juninho, em jogada individual pelo lado esquerdo do Verdão, limpou João Vitor e bateu no canto esquerdo de Deola. A bola quicou e levamos a pior. Verdão 3 x 1 Linense.

O time começou a perder o controle da partida abandonando a estratégia de recuperar a posse no campo de defesa, se projetando muito para a frente. O Linense começou a criar chances baseado nos espaços que a defesa abriu com esse movimento, mas sem muito perigo. Artur caiu muito de produção, dando espaços para o time adversário, que criou diversas chances pelo lado do jogador.

Aos 40', Artur foi substituido por Cicinho, corretamente. O jogador entrou com sede de jogo, e criou jogadas pela direita, além de dar mais segurança na cobertura. O time cozinhou o Linense, botou os adversários na roda e a torcida gritou "Olé". Aos 45', Román entrou na vaga de Leandro Amaro. Substituição para dar ritmo de jogo ao argentino. Sem novidades, o jogo prosseguiu até os 48'.

Fim de jogo! Jogaço do Verdão!

Considerações
Jogamos de maneira inteligente. Olhando o time a partir do esquema montado por Felipão, parecia que o time iria jogar na retranca diante de um time fraco como o Linense. Pois a estratégia deu certo, e era arriscada: consistia em deixar o inimigo com a posse, esperar ele atacar para depois retomar a posse. Com três volantes no meio campo e sem que o Verdão pressionasse a saída de bola adversária, o Linense avançava lentamente pelas linhas de defesa do Palmeiras. E era aí que ficava o truque. Com apenas três jogadores à frente da linha de volantes, Daniel Carvalho, Maikon Leite e Barcos, a defesa do Linense só ficava vendida no contra-ataque. É claro que sem qualidade, coisa que o trio de ataque possui e muito, isso não iria vingar.

Outros pontos positivos da partida foram a excelente partida de João Vitor, que repito, tem se encontrado nessa posição de volante pela direita, a segurança de Márcio Araújo na posição em que o Kid joga e a ótima partida dos laterais. O 4-3-1-2 exige que os laterais sejam participativos. Sem isso, o esquema não funciona porque o centro do time (no caso de hoje, João Vítor - Márcio Araújo - Chico) é muito estreito e o espaço pelas laterais sobra. Juninho foi excelente defensivamente e no apoio pela esquerda deu uma assistência. Artur também foi bem até o segundo tempo, quando caiu drasticamente de produção, sendo substituído por Cicinho. O trio de ataque funcionou maravilhosamente bem, cada um fez seu gol (o de Barcos foi, verdade seja dita, de placa), Maikon flutuando cada vez melhor ao redor de Barcos, enfim, noite sensacional.

Se existem partidas para esquecer, essa é uma partida para relembrar.

11ª rodada: Palmeiras x Linense (PRÉVIA)

11ª Rodada, Palmeiras x Linense, 29 de fevereiro de 2012
Lins


Contra times menores, o time tem atuado no 4-2-3-1 (4-2-2-2 com a bola, com o avanço de Maikon). Só alternamos para o 4-3-1-2 contra times que possuem um meio campo, digamos, privilegiado, como foi contra o Santos de Ganso e Elano e o São Paulo de Jadson e Lucas.


Expectativas
João Vitor deve confirmar a boa fase entrando no lugar de Marcos Assunção. Acredito que Márcio Araújo não deverá voltar para a direita, uma vez que tem rendimento parecido pela esquerda. O risco de botar João Vitor pela esquerda é bem maior que o ganho de deslocar Gente Boa para sua posição original.

Um ponto positivo (além da expectativa de vitória) é pela evolução física de Daniel Carvalho. Espero que o meia jogue até o final do segundo tempo. De Patrik, o retorno ao rendimento que teve contra times como o Ituano, por exemplo, revertendo a atuação péssima contra o Oeste. Contra o SPFW, ele já deu sinais de melhora.

Também é esperada uma evolução de Cicinho, que tem sentido o peso da titularidade com um reserva de qualidade como Artur. As jogadas do lateral direito com Maikon são fundamentais para o desenvolvimento do ataque do Verdão. Caso não funcione, talvez Felipão tenha de pedir novamente inversões de Maikon Leite com Patrik. Para completar, aguardo também uma evolução de Juninho, sendo mais firme no aspecto defensivo e mais atuante no ataque.

Palpite
2 a 0, Barcos e Milk.

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Uma Seleção de Bósnia

Brasil 2 x 1 Bósnia (ou 1 x 2?)
St. Gallen, 28 de fevereiro de 2012.

Patético, não tem definição melhor.



Sinceramente, levar Ronaldinho até a longínqua Suíça para mostrar ao mundo o que o Brasil todo já sabe é deprimente. Somente um modus operandi arcaico seria capaz de levar tal mentira às últimas consequências. O jogador já não tem nível de seleção. A culpa é do "gaúcho"? Sim. Dos gaúchos. O autêntico - atual técnico - e a versão carioca.

Não cabe aqui destacar o aspecto político da questão (que é público e até os bêbados que habitam o buteco mais sem vergonha sabem), mas retratar o quadro atual do ponto de vista técnico e tático. Se o primeiro erro de Mano Menezes (o outro gaúcho da história) foi escalar novamente o jogador, o segundo - e mais grave, na minha opinião - foi colocá-lo fora de posição. Ronaldinho sempre atuou melhor, isso é conhecido no mundo inteiro, mais avançado, pela esquerda. Apático, facilmente marcado, errou N passes no primeiro tempo, totalmente sem inspiração. Fosse apenas um teste, ficaria tranquilo. Mas Mano conseguiu fazer outra cagada (me desculpem o termo) e botou Hernanes aberto pela direita. What the fuck! Você se irrita, coça a cabeça, não consegue acreditar no que está acontecendo. Foi até a Suíça pra fazer isso? O tempo passa devagar, nada acontece, você espera até os 20' do segundo tempo pra enfim vê-lo colocar Paulo Henrique Ganso no lugar de Ronaldinho e em seguida o Hulk no lugar do Hernanes. What the fuck 2!

O resultado foi um time que já temos visto há algum tempo com Mano Menezes. Sem agressividade. Sem chutes a gol. Sem objetividade. Hernanes pouco criou fora de posição, Ronaldinho nem entrou em campo. Neymar deu trabalho, mas sem a presença de ataque dos companheiros que atuam na mesma linha e com Damião plantado na grande área, pouco fez. Restou aos laterais decidirem a partida. Mano está insatisfeito? Pois foi ele que montou o time dessa maneira.

A saída de Ronaldinho da seleção, após essa partida, é uma tendência cada vez mais forte. Posso estar errado. Depois de vê-lo ser escalado pra seleção mesmo apresentando um futebol medíocre no Flamengo, não duvido de nada.

O problema para o qual chamo atenção, entretanto, é muito mais grave. Jogadores chegam à seleção consagrados pelo futebol que apresentam em seus clubes, dentro da posição que costumam jogar. O futebol hoje é tão especializado como o trabalho na fábrica de alfinetes que Adam Smith, o "pai" das Ciências Econômicas, sonhava funcionar. Se você mudá-los de posição, não vão render o esperado, leia-se "o que apresentam em seus clubes".

Chamo a atenção porque vi uma Argentina com Higuaín, Messi, Tévez e Agüero cair diante de um ótimo time como a Alemanha, na Copa do Mundo da África, em 2010 por um humilhante placar de 4 a 0. Problemas com o ataque? Não. O time sucumbiu diante do "suicídio tático" realizado por Maradona, colocando diversos jogadores fora de posição e realizando improvisos escabrosos. Deixou Messi exclusivamente na criação de jogadas, coisa que não fazia (e ainda não faz) no Barça. Mascherano sozinho na linha de volantes, diante de um meio campo privilegiado com Khedira e Özil (ambos no Real Madrid atualmente) e Schweinsteiger (Bayern), outro erro. Otamendi, pela lateral direita, sem a cobertura do volante (que era um só, ou seja, isto seria praticamente impossível) viu Podolski surfar no ataque. Di María foi erroneamente escalado avançado pela direita (jogou toda a temporada de 2009/2010 pela esquerda, ainda no Benfica) e sem a obrigação de marcar Boateng. Esse último, notável lateral no aspecto defensivo, encontrou tamanha mamata que até arriscou jogadas avançando no ataque. Sim, se mesmo Máxi Rodriguez não conseguiu marcar Lahm pela esquerda, certamente Di María tomaria um baile maior ainda. Mas escalá-lo na direita, seria uma boa? Existiria algum jogador forte no apoio por aquele lado do campo no banco da Argentina? São coisas que um técnico deveria pensar. Hernanes é melhor no apoio pela direita do que Hulk ou Lucas? Eu acho que não.

Escalar a defesa do jeito correto, até a minha avó acerta. E a sua também. Agora, escalar corretamente o ataque nos daria aquela agressividade que fazia os gringos suarem frio ao enfrentar a amarelinha. Sensação semelhante à dos jogadores que descobrem ter o Barcelona como próximo adversário. Mano não tem feito isso. Hulk, Hernanes, Lucas e Damião têm qualidade.

Jonás
Acabei de tomar banho e lembrei de outra lambança tática do El Pibe de Oro. Não conhecia o futebol de Jonás Gutiérrez até a Copa de 2010. Foi então que o vi atuar, se não me engano, como volante, lateral e por fim em sua posição original, meia pela esquerda. Tive a impressão de nunca ter visto um jogador tão ruim atuar pela seleção argentina. Por incrível que pareça, logo após a Copa comecei a acompanhar tudo sobre o Campeonato Inglês, surgindo uma admiração forte pelo Newcastle United, time que tem um estilo "Palmeiras" de atuar, com técnica mas também muita garra, raça. E assim foi feito justiça ao futebol do meia argentino, depois de muitas partidas assistidas. Hoje, reconheço: o cara é um craque de bola. Porra, Maradona!

Pra pensar...
Colocar Ronaldinho centralizado e Hernanes aberto pela direita, para alguém que está pressionado no cargo por resultados, frente à uma seleção de segunda linha (apesar de ter lá seus méritos) não parece uma decisão sensata. Estaria Mano "pedindo pra sair"?

sábado, 18 de fevereiro de 2012

Rodada de Carnaval

Palmeiras 3 x 2 Guaratinguetá, 8ª rodada - Paulistão 2012
17/02/2012




Considerações iniciais
O time entrou no esquema que vem jogando habitualmente, com Daniel centralizado, Maikon e Patrik pelas pontas com Barcos na referência. Após a saída de Luan, Kid e Márcio Araújo inverteram posições, uma solução prática que vem dando certo. Além disso, com Assunção pela direita fica mais fácil realizar lançamentos em profundidade para Maikon. O time, no entanto, pouco criou. Daniel, apático como na última apresentação, não conseguiu realizar jogadas nem com Maikon ou mesmo Barcos. A única jogada de efeito aconteceu aos 4', pela direita. Maikon recebeu lançamento de Daniel na ponta direita, cortou o defensor do Guará e bateu pra fora. Até os 10' iniciais, isso foi tudo.

4-2-3-1 habitual: Artur no lugar de Cicinho.

E foi justamente aos 10' que veio a ducha de água fria. Após tiro de meta cobrado pelo goleiro Jaílson, a  bola quicou, o volante Pio conseguiu aplicar um chapéu em Juninho e, em um lance de rara inspiração (que, Lei de Murphy ou não, só acontece contra o Palmeiras. Exemplos recentes: chutaço do Jumar do Vasco, chutaço do Fernando do Grêmio, etc...) acertou o ângulo direito de Deola.

A sacudida deu novo ânimo ao time. Artur subiu mais, realizando jogadas com Maikon (no minuto seguinte, que cruzou para Patrik) e Barcos aos 13'. O time continuou pressionando, até que aos 17' surgiu uma jogada bem conhecida da torcida, falta à média distância pela esquerda. Marcos Assunção cobrou a falta, o goleiro deu rebote e na sequência ganhamos o escanteio. Kid cobrou fechado, no primeiro pau, Jaílson deu rebote novamente e Artur, o lateral-artilheiro, completou. 1-1 em Guará.

O time estava seguro em campo, só tomou mais uma chance de perigo do time adversário com Nenê, passando "quase sem querer" por Leandro Amaro pela esquerda e batendo por cima do gol do Deola. Aos 29', Artur sentiu dores e foi substituido por João Vítor. O esquema, essencialmente, não mudou. Com o meio campo muito truncado e Daniel Carvalho pouco criando, o jeito era deslocar as jogadas para os cantos. Aos 42', Patrik lançou Maikon pela direita, que bateu cruzado mas Barcos não conseguiu desviar para o gol.

Aos 46', porém, o lance que facilitou a vitória. Em grande jogada entre a dupla de ataque, Maikon lançou Barcos na grande área, que só fez o pivô para que Maikon passasse por dois marcadores e tentasse finalizar, mas foi derrubado por Daniel. O volante foi expulso e Barcos, nosso novo cobrador, converteu. Verdão 2-1.

Segundo tempo
Até os 10' iniciais, quando um refletor parou de funcionar, o jogo continuou sem muita ação, Em um lançamento de Maikon pela direita, Barcos dominou e fuzilou por cima do gol. Então, a arbitragem resolveu liberar os cartões. Entre 11' e 14', Barcos, Kid e Juninho foram amarelados. No próximo jogo teremos que nos virar sem Assunção, suspenso. Depois do lance, Felipão tirou Juninho para a entrada de Gerley, que além de poupar o lateral de um segundo amarelo, deu novo fôlego às jogadas pela esquerda, principalmente com Patrik. O time seguiu dependendo das jogadas de Maikon e Barcos, inspirados. Em um lançamento de Assunção pelo meio, Maikon saiu cara a cara com o goleiro Jaílson mas foi derrubado pelo zagueiro Baggio.

Com 2 a menos, Felipão trocou Daniel Carvalho por um atacante, Vinícius (que até tentou alguma coisa), e não por um volante como habitualmente faz. O problema é que o time não conseguiu deslanchar, pecando nas finalizações. Tanto é prova disso o gol de João Vítor, que só saiu aos 41' em um chute de fora da área, desviado, e que por sorte entrou no gol. Estava tudo definido, mas o Palmeiras de Felipão sempre garante fortes emoções até o final. Falta de Patrik pela lateral esquerda. Deola colocou dois jogadores na barreira. Pela distância do chute, deve ter achado que Pio fosse cruzar. O volante bateu de três dedos, a bola passou por baixo do goleiro. 3-2 e final de jogo.

Agora é ir pra folia. Líderes!
O gramado ajudou, mas o excesso de vontade é que atrapalhou nas finalizações. Tínhamos o domínio do jogo em alguns momentos, e poderíamos ter marcado mais gols. Mesmo assim, com dois a mais, o time não conseguiu engrenar. Faltou calma. Dos pontos que queria observar, gostei de duas coisas. Artur foi bem substituindo Cicinho, fez o jogo andar pela direita com Maikon e ainda marcou outro gol. Uma pena sair lesionado, mas parece que não é nada sério. Outro ponto positivo da partida é o entrosamento entre a dupla de ataque (Maikon Leite - Barcos), que deu trabalho infernal à defesa do Guará. Uma nota negativa vai para o rendimento de Daniel Carvalho. Esperava uma evolução do jogador, mas foi pouco participativo. Não sei se faltou preparo, já que atuou até os 33' do 2T. Era o jogador do passe pelo meio, do último toque. Patrik atuou bem novamente, foi participativo e é assim que vai aos poucos se estabelecendo naquela posição. Com a saída de Luan, seria ótimo manter essa regularidade. O último ponto é a suposta falha de Deola. Pela distância da cobrança, não foi um erro colocar 2 jogadores na barreira. Mas Pio, aos 48', com o time sem dois jogadores, resolveu chutar. Para a sorte dele, a bola passou bem debaixo do goleiro. Aí, pode ser Van der Sar, Casillas, o que for. Sorte dele.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

8ª rodada: Palmeiras x Guará (PRÉVIA)

8ª Rodada, Palmeiras x Guaratinguetá, 17 de fevereiro de 2012
Guaratinguetá

Onze iniciais: Deola; Artur, Leandro Amaro, Henrique, Juninho; Marcos Assunção, Márcio Araújo; Maikon Leite, Daniel Carvalho, Patrik; Barcos
Tático: 4-2-3-1 sem a bola, 4-2-2-2 com a bola


4-2-3-1 sem a bola

O Verdão chega a Guará para confirmar a boa fase. São 13 jogos sem perder e agora pega um dos lanternas do Campeonato. Não parece partida difícil, deve dar Verdão, portanto quero observar algumas coisas.

Não sei se o Maikon vai ter o mesmo rendimento com o Artur na lateral. Ele não tem a mesma confiança que o Cicinho na subida (por pouco tempo, com dois gols na conta não vai demorar muito não) e é menos veloz. Umas das jogadas que mais rende é o lançamento em profundidade do lateral para o Maikon. Não precisa ser exatamente essa jogada, pode ser outra, uma pelo meio, como ele se encaixar melhor nesse time. Vamos torcer por uma evolução dele (além de mais um gol de cabeça).

4-2-2-2 com a bola: Maikon dispara e Artur sobe

Espero também por uma evolução do condicionamento físico do Daniel. Enquanto muitos (que queimaram a língua recentemente) chamam o Maikon de jogador de segundo tempo, acredito que, momentaneamente, o Daniel possa ser chamado de jogador de primeiro tempo. Nos últimos jogos não durou mais que 45' jogando, a parte física não tem acompanhado. Espero que hoje seja um pouco diferente.

Do Patrik espero que jogue como no último jogo, com muita movimentação, ajudando na criação de jogadas, participativo ao extremo. E do Barcão, mais gols pra ganhar moral com a torcida e mandar muito "jornalista" folgado tomar no c* na coletiva depois.

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Uma visita ao Pacaembu

Palmeiras 3 x 0 Ituano, 7ª rodada - Paulistão 2012
12/02/2012





Fui com meu pai ao Pacaembu ver o Verdão jogar contra o Ituano, pela 7ª rodada do Campeonato Paulista. A última vez que meu pai tinha ido ao Pacaembu foi em 1973. Ainda me agradece por tê-lo "arrastado" para o jogo, mesmo debaixo de chuva. Vimos um time que dá muitas esperanças, com sede de vitórias, com vontade de marcar até o último minuto. Esse é o espírito do time.

Começo arrasador

Armado no 4-2-3-1, Patrik pela esquerda, Maikon pela direita, Daniel na armação e Barcos na referência, o time começou com uma lateral direita de velocidade inigualável. A combinação entre Maikon Leite e Cicinho não perdia uma jogada em profundidade. E essa era justamente a válvula de escape do time. Como Patrik não é jogador de lado de campo, prefere mais jogadas pelo meio e Daniel Carvalho movimentou-se pouco e estava muito marcado, o jeito era inverter a jogada com Cicinho, que lançava Maikon em profundidade para tentar um cruzamento para Barcos. Foi justamente por aquele lado que saíram os dois cruzamentos que deixaram o time com 2 a 0 de vantagem ainda no primeiro tempo. No primeiro gol, cruzamento de Maikon Leite para Barcos, o goleiro do Ituano desviou e Patrik pegou de cabeça no rebote. Já no segundo, bola parada pela direita. Dele, sim. A bola cruzou toda a grande área sem que ninguém desviasse e Barcos só completou. Para o primeiro tempo é interessante ressaltar a boa movimentação de Barcos, que ainda nos premiou com uma bela jogada pelo lado esquerdo, passando por dois marcadores, dando um corte seco em um deles novamente e chutando de esquerda para o goleiro do Ituano espalmar.

Segundo tempo de arroz com feijão

Com o domínio do jogo, Felipão sacou Cicinho para a entrada de Arthur. O lateral já estava com cartão amarelo, suspenso para a próxima partida. Com o resultado favorável, faz sentido botar o garoto para pegar ritmo de jogo. Aos 17', Daniel Carvalho, que pouco se movimentou, foi substituído por João Vítor. Uma pena, porque a cada passe que dava na bola, saía uma jogada genial. Ainda não está com o preparo físico ideal, e àquela altura do jogo, já estava morto em campo, rendendo nada. Com a entrada de João Vítor, o time ficou com marcação forte no meio campo, mas sem alternativas na criação, sobrando para Patrik carregar o piano da armação, aparecendo ora na esquerda, ora na direita, às vezes tentando jogadas pelo meio. De uma boa jogada de Barcos pela esquerda, tabelando com Patrik, saiu o lance que originaria o terceiro gol do Verdão, um escanteio pelo lado direito do ataque. No cruzamento, Arthur meteu a bola pra dentro, fechando a conta aos 22'. Dez minutos depois, ovacionado, Kid deixou o campo para a entrada de Pedro Carmona. O meia, posicionando mais à frente do que Daniel Carvalho e com melhor movimentação, teve boas chances de aumentar o placar. Em um deles, no contra-ataque, teve a opção de finalizar a jogada ou rolar a bola para Barcos, livre pela esquerda. Na indecisão, demorou e rolou a bola para Barcos. O espaço encurtou e Barcos teve que improvisar. No lance, tentou encobrir o goleiro, que defendeu com tranquilidade.

Conclusões

Outras pontuações, não menos importantes, devem ser citadas. Leandro Amaro jogou como zagueiro pela direita, fazendo excelente partida, assim como Henrique. Outro ponto é que o Ituano tentou, insistentemente, jogadas nas costas de Juninho, com algum sucesso. No meio campo, Kid anda jogando mais pela direita que pela esquerda, com a saída de Luan do esquema. Isso tem ajudado bastante, já que Márcio Araújo é mais rápido na marcação por aquele lado, e do lado direito temos Cicinho que marca muito bem por dentro quanto por fora. Vale lembrar que quando João Vítor entra para compor a linha de volantes pela direita, Kid joga centralizado com Márcio Araújo pela esquerda. Patrik, apesar do gol, não rendeu no primeiro tempo. Em compensação, no segundo, destruiu. Correu como Luan, sendo extremamente participativo, só que por todos os lados do campo. Maikon e Cicinho voaram pela direita, e Arthur se mostrou um reserva à altura. Quanto à Barcos, dispenso comentários. Joga muito.

Resta a impressão de um time com muita vontade de vencer, que agride o jogo inteiro, entrosado, e que ganha a cada dia a confiança do torcedor. Com mais peças de reposição, mais variações táticas, mais agressividade, mais perigoso. Isso é Palmeiras.

Variações Táticas

 Onze iniciais: Time no 4-2-3-1, com Daniel na armação, Maikon jogando pela direita como está acostumado e Patrik pela esquerda. Barcos na referência. Henrique como zagueiro pela esquerda e Leandro Amaro pela direita. Cicinho ainda na lateral.
Segundo Tempo, troca de laterais: Cicinho, amarelado, deu lugar para a entrada de Arthur. E que bela substituição! Jogou bem o garoto e ainda marcou um gol.

Aos 27' do 2T, sai Daniel Carvalho, entra João Vítor: Felipão arma o time com três volantes (4-3-1-2) e Patrik na armação, que correspondeu muito bem.


















32' do 2T, sai o melhor em campo (4-2-2-2): ao final da partida, Felipão retira Kid, o melhor em campo, para a entrada de Carmona. O meia movimentou-se melhor que Daniel Carvalho, levando mais perigo ao time adversário. Porém, desperdiçou chances.




quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Líderes.

Palmeiras 3 x 2 XV de Piracicaba, 6ª rodada - Paulistão 2012
08/02/2012






Contra o XV de Piracicaba, Big Phil resolveu poupar alguns jogadores e dar ritmo a outros. Maurício Ramos entrou na vaga de Leandro Amaro, Artur entrou no lugar de Cicinho, Gerley no lugar do Juninho (que foi cortado). Maikon, nosso jogador que sempre entra no segundo tempo, tentou provar o contrário como titular. Felipão escalou o time no 4-2-3-1. Patrik, que normalmente joga na esquerda, jogou pela direita, invertido com Maikon. Daniel Carvalho atuou centralizado, na distribuição. Fernandão ficou na referência.

Formação inicial: 4-2-3-1. Patrik mais pelo meio e Maikon muito aberto na esquerda


Logo no começo, o jogo deu uma prévia do que seria o primeiro tempo. Com dificuldades claras na armação das jogadas, o time não conseguia passar do meio campo, monitorado por Gláuber e Adilson Goiano. O XV marcava forte a saída de bola e o time só levou perigo nas bolas paradas. Tomamos de cara muito sufoco com os laterais sem ritmo e mal posicionados. Cazumba, pela esquerda, subia com frequência livre nas costas de Artur. Gerley mostrou, inicialmente, mais segurança pela esquerda, apesar de bastante pressionado pelos atacantes Hugo e Paulinho. Mesmo assim, também sentiu dificuldade para sair com a bola. Sem Luan e com Maikon muito aberto na ponta esquerda, sem apoiar com a mesma intensidade o meio, o lado esquerdo do time ficou com um buraco entre a defesa e o ataque. Se no ataque, isso foi prejudicial, no aspecto defensivo conseguiu mais estragos ainda. Por aquele lado o meio campo do XV fluia e distribuia facilmente bolas tanto para os pontas quanto para os alas.

Aos 15,' entretanto, um raro tipo de jogada aconteceu, ou seja: com a bola no chão. Kid lançou a bola para Fernandão, que fez o Pivô para Patrik. O camisa 40 veio de trás e encontrou Daniel Carvalho mais à frente, próximo à zaga. Daniel passou pelo marcador, seguiu pela esquerda da grande área e bateu cruzado. 1 a 0 Verdão.

Com o gol, o XV partiu para cima. Jogando sempre no contra-ataque, e mais frequentemente com lançamentos para Cazumba pela esquerda nas costas de Artur, o time conseguiu levar perigo à grande área, dando trabalho para Deola que, até aquele momento, foi impecável, realizando defesas dificílimas, inclusive com bolas desviadas e saindo bem nos escanteios. O Verdão, acuado, continuava com os problemas de criação e tentando ampliar o placar nas bolas do Assunção.

Aos 31', veio o balde de água fria. Impossível não lembrar do gol de Ronaldinho Gaúcho que classificou o Brasil na Semi-Final de 2002 contra o lendário David Seaman, à época goleiro do Arsenal. Um cruzamento que acabou em gol pela ponta direita igualou o placar. Deola, dessa vez, falhou.

O time insistiu no mesmo esquema de jogo, mas Daniel Carvalho, muito marcado, não conseguia armar com tranquilidade. Maikon não estava vingando na ponta esquerda, apesar de receber muitas bolas, e Patrik joga muito pelo meio, não é jogador de lado de campo. Com Artur fraco no apoio, pelo lado direito também não nasciam jogadas ofensivas. Fernandão, isolado no campo de defesa adversário, fez o que podia: pivô, pivô e mais pivô. Recuava ao meio campo quando a bola não chegava, ou seja, o tempo todo, ou tentava o bote quando a posse era do XV.

Big Phil acerta nas mudanças, mas...


2', falta na intermediária, Gol do Kid. O que dizer?

Mérito do time? Não. Mérito do Kid.

Para o começo do segundo tempo, nenhuma alteração. Apesar do gol, o time continuava com os mesmos problemas na criação e sendo atacado constantemente pelas laterais. Pouco depois dos 4', Paulinho recebeu enfiada pela direita, cortou Gerley e quase empatou o placar. Do outro lado, Artur começou a ganhar mais confiança e melhorou muito, tanto no aspecto ofensivo quanto - e principalmente - no defensivo. Fez desarmes e tabelou com Márcio Araújo.

Com o time inofensivo, Felipão trocou Patrik por João Vítor aos 10', armando o time no 4-3-1-2. O time melhorou e ganhou mais facilmente a posse no meio campo.

Time no 4-3-1-2, com mais posse no meio

Aos 15', ficou melhor ainda. Barcos entra no lugar de Fernandão e o argentino logo mostrou porque tanta expectativa foi gerada desde a sua chegada ao time: posiciona-se melhor e é mais rapido que Fernandão, além da habilidade com a bola nos pés. Só não finalizou porque as bolas não chegaram. Sem dúvida será o titular.

Barcos entra, time melhora movimentação no ataque. D. Carvalho, entretanto, nulo

O Palmeiras apresentou um breve domínio, jogando um futebol bonito, com triangulações, passes rápidos e muita movimentação do ataque. Infelizmente, Daniel Carvalho não é mais um garotinho. Depois dos 20', o cansaço fez sua parte e cansou o mais técnico dos jogadores em campo, facilitando a marcação adversária. Com isso, a distribuição do esquema estava com um belíssimo de um buraco no meio e o time se espremia pelas laterais, tentando jogadas sem sucesso.

Entre 25' e 26', no contra-ataque, a estratégia do XV deu certo. A defesa alviverde deu uma das mais esdrúxulas apresentações que já vi. Parecia pelada de várzea. Deola saindo errado, zagueiro furando chutão ou tomando corte inacreditavel de jogador do XV. O time deu mole e no tiroteio do XV na grande área, sobrou uma bola travada na pequena área. Foi aí que Maurício Ramos finalizou o espetáculo ao tentar "destravar" a parada empurrando a bola para o próprio gol. Genial!

A noite reservava mais

Apenas dois minutos depois, outra falta na intermediária do XV, pela direita. Kid, dessa vez, não chutou direto para o gol. E quando ele não chuta, dá assistência. Bola redondinha na cabeça de Artur, caixa. Verdão 3 a 2.

Com o resultado na mão, Felipão botou Chico em campo, no lugar de Daniel Carvalho, praticamente morto em campo, armando o time no 4-4-1-1, com Maikon à frente da linha de volantes e Barcos na referência. Pera aí, outro volante? Você poderia ter se perguntado: "mas Felipão não poderia ter colocado o Carmona?". É verdade, poderia. Mas em jogo que Artur, Gerley e até Barcos jogam, por que não colocar o Chico? O treinador precisa, além das mudanças visando o resultado no jogo, pensar em um plano maior, como no campeonato.

Retranca total no 4-4-1-1 com a entrada de Chico

Um dos fatos do time ter jogado mal nessa noite, além da ausência de Luan na marcação pela esquerda e da má atuação de Maikon Leite e Fernandão, foi o simples fato de Gerley e Artur entrarem em campo sem ritmo de jogo, abrindo espaço para os laterais do XV atacar, como o tal do Cazumba. Colocar o Chico em campo para jogar 15 ou 20 minutos hoje pode auxiliar o time mais à frente, com uma lesão - tomara que isso não aconteça, mas é comum - de algum volante ou mesmo em uma partida para poupar um jogador crucial como o Kid. Além disso, com praticamente sete defensores em campo e com o resultado garantido, não seria de todo mal colocar outro volante em campo. Será?

O problema é que nosso time, com essa estrutura, fica atado ao campo defensivo. Com apenas dois jogadores à frente das duas linhas de quatro defensores, a marcação destes dois atacantes não é difícil, mesmo com todo o XV no ataque. Com isso, passar a bola para o ataque fica mais difícil. A posse, portanto, ficou com o XV. Sem espaço pelos flancos nem pelo meio, foi chuveirinho daí até o final. Sufoco do baralho.

E Barcos, quem diria, teve uma estréia bem ao estilo do Palmeiras do ano passado. Isolado à frente dos volantes.

Só espero que a fome de bola acabe no jogo seguinte...

#BoaNoiteLíderes

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Revelações contra as Sardinhas, 4-4-2 losango

Nosso último combate contra as Sardinhas (2x1 de virada em partida válida pelo Campeonato Paulista de 2012, em 5/2/2012) deixou duas evidências muito claras.

A primeira, é que o grupo está mais unido e entrosado. Buscou a vitória desde o começo da partida, fazendo valer a sequência de jogos que enfrentaram juntos. O entrosamento entre os jogadores é nítido. Tabelas, triangulações, pivôs, enfiadas em profundidade e até jogadas mais complexas saem com relativa facilidade em comparação ao ano passado.

A segunda evidência é tática. O esquema do time, esculachado por uma massa gambá de jornalistas como retranqueiro e sem iniciativa por possuir três volantes em sua base, foi na verdade um esboço de 4-4-2 losango (4-3-1-2, ou 4-1-2-1-2). Tanto Márcio Araújo quanto João Vítor normalmente sobem ao ataque para apoiar o time além de auxiliar na marcação, enquanto Marcos Assunção permanece fixo, comandando a basculação, cobrindo as subidas do lateral, ora direito, ora esquerdo. Juninho e Cicinho se revezam no apoio ao ataque. À frente dos dois jogadores, o meia-avançado, no caso Valdívia, fazia a distribuição de bolas para os atacantes, no caso Luan e Fernandão, ou tentava ele mesmo uma finalização.

O time (ainda) badalado do Santos, em uma formação idêntica à do time que encarou o Barcelona exceto pelos laterais, era franco favorito. Ganso e Elano, na cabeça dos jornalistas, dominariam o meio-campo enquanto Neymar infernizaria a vida pela ponta esquerda santista, nossa ala direita. Cicinho, é verdade, não teve vida fácil, mas conseguiu anular a jóia santista. Quanto a Ganso e Elano, foram facilmente anulados (e muito) pelo losango. Jogando próximos uns aos outros, tocando curto e não em um losango aberto demais, o que facilitaria a marcação adversária do passe, os volantes conseguiram tocar a bola e triangular com facilidade, em uma batalha 3v2 que facilitou o domínio da posse de bola na faixa central do campo. Isso nos deu a posse. Com a posse, Valdívia podia receber a bola com mais frequência, e mesmo que marcado individualmente por Arouca ou Henrique, conseguia encontrar espaços na defesa santista, já que Fernandão se projetava com frequência para fora da área, puxando a marcação e abrindo verdadeiros buracos pelos quais tanto os laterais como (principalmente) Luan, poderia aproveitar e tentar um cruzamento ou uma finalização.

Uma consideração importante a fazer é o papel de João Vítor. Quando deslocado como meia pela direita, cumprindo exclusivamente a função de criar jogadas por aquele lado, não vingou. Aliás, só foi melhor que Tinga, o que na prática significa que desempenhou extremamente mal a função. Como volante de saída pela direita, jogando um pouco mais recuado, defendendo e também fazendo a saída de bola por aquele lado, se encontrou na posição. Sua atuação de ontem despertou nos palmeirenses um sentimento esperançoso que aumentou com especulações recentes sobre a possível contratação de Wesley, ex-santista que atuava no Werder Bremen, na Alemanha. Todos se lembram do jogador que auxiliava a marcação no meio-campo e ainda chegava na frente para finalizar com qualidade. Wesley é um tipo raro de volante, meio que um meio-campista "box-to-box" (que atravessa os dois lados do campo), um "carrijero" como diriam no futebol argentino, e pode auxiliar muito na formação de um losango forte pela direita.

O esquema pode ser uma boa tacada para Felipão. O losango de pontas estreitas domina o centro do jogo com sua alta compressão. Sua única fraqueza são os flancos, que devem ficar por conta do avanço dos laterais. Isso parece não ser problema, já que tanto Juninho quanto Cicinho são fortes no apoio pelos lados do campo, além de Luan. Com Valdívia lesionado e Daniel Carvalho atuando regularmente bem, uma formação forte para o Campeonato Paulista e, posteriormente, para o Campeonato Brasileiro, seria o 4-4-2 com o "diamante" no meio-campo:


Atualmente, boa parte dos times brasileiros atuam no 4-4-2 tradicional, com dois volantes, dois meias e dois atacantes. Jogando no losango e marcando no campo de defesa do adversário, teríamos vantagem numérica no meio e a posse viria. Resta saber se Felipão se interessa nesse possível desdobramento. É claro que a vinda de Wesley facilitaria isso. Mas o jogo contra o Santos, dominando facilmente aqueles que são chamados pela mídia como "o futuro do futebol brasileiro", foi um forte indício de que esse é o caminho. Márcio Araújo, João Vítor e companhia realmente atuaram bem. Mas o posicionamento durante a partida pode ter ajudado, e muito. Ou você acredita que o João Vítor joga mais que o Ganso?

Leitura Complementar:
1. Como jogava o Figueirense de Juninho, nosso lateral esquerdo.
http://globoesporte.globo.com/platb/tabuleiro/2011/10/13/figueira-se-organiza-em-eficiente-4-3-1-2/
2. Como o pessoal do FM 2012 estruturou a lógica do esquema no jogo:
http://www.fm-britain.co.uk/2011/06/03/understanding-the-4-4-2-diamond/
3. Acabo de encontrar no Youtube um jogador do FM explicando (e muito bem) o funcionamento do 4-1-2-1-2 (ou 4-3-1-2). Vale a pena ver:

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012