segunda-feira, 30 de julho de 2012

Ajuste Ofensivo!

Tabela do Brasileirão até 13ª rodada



Em um campeonato de pontos corridos, não há segredo, basta olhar para a tabela acima. Tende a ganhar quem melhor saldo de gols tiver, ou seja, quem conseguir equilibrar ataque e defesa, marcar o máximo de gols concedendo o mínimo. A cara do cliente não conta.

Se você não acredita nisso, basta olhar o gráfico abaixo:

(clique para ampliar)

Bolinha verde = Gols Pró
Cruz vermelha = Gols Contra
Retângulo azul = Saldo de Gols
Eixo Horizontal (X) = Posição na tabela
Eixo Vertical (Y) = Gols

Observem bem as linhas de tendência. Quanto maior for o número de Gols Pró (bolinha verde), melhor a posição na tabela. Quanto maior for o número de Gols Contra (cruz vermelha), pior a posição na tabela. A informação que incorpora os dois valores (Gols Pró e Gols Contra) é o Saldo de Gols (retângulo azul). Quanto maior ele for, melhor a posição na tabela.

Levando-se em consideração os números acima, podemos tirar várias pequenas conclusões - mesmo que de alcance limitadas, dado que o campeonato encontra-se na sua 14ª rodada (13 rodadas finalizadas).

Considerações gerais - times com SG no"verde"
A supremacia do Atlético nessas 13 rodadas iniciais é visível. Outro que tende a subir é o Fluminense, ligeiramente melhor que o Vasco nos dois critérios (GP e GC), assim como o Internacional. Grêmio tem bom aproveitamento, mas peca na parte estratégica fora de casa: ou perde, ou ganha, basta ver o número de empates (0). Se dentro do Olímpico, o aproveitamento até o momento é de 83%, fora dele são de módicos 43%. Cruzeiro não tem um grande ataque, sofre muitos gols, o que indica que tem vencido pelo placar mínimo (ou vitória por um gol de diferença) e tende a ser ultrapassado pelo Internacional. O ataque do São Paulo está entre os melhores, principalmente pelas últimas rodadas - em apenas 3 jogos, 9 gols marcados - o que não o impede de ter uma das piores defesas entre os 10 primeiros colocados - últimos 3 jogos, 5 gols sofridos. Se sanar seus problemas defensivos, pode deslanchar no campeonato. O Botafogo tem números bem parecidos aos do São Paulo, com seu bom ataque em declínio (nos últimos 3 jogos marcou apenas 1 gol) e problemas defensivos. Ou seja, tende a cair na tabela, caso seus problemas defensivos não forem resolvidos. Quanto ao SCCP, o último time com saldo de gols no "verde", não apresenta nenhuma grande diferença quanto ao Palmeiras. Com os mesmo número de gols marcado que o nosso time, só está acima na tabela por não ter tomado tantos gols.

Menção Honrosa
O Coxa apresenta este ano uma performance parecida com a de 2011. Dono do segundo melhor ataque da competição, o time poderia facilmente figurar entre os primeiros colocados. Isso seria facilmente possível, caso o time não tivesse a pior defesa de todo o campeonato. Culpa da Copa do Brasil?

Quando surge o Alviverde imponente...
Se olharmos o saldo de gols, somos levados a pensar que os gols contra são o vilão da história alviverde até o momento. É certo que fazem parte da história, mas é preciso ver o tamanho do ajuste a ser feito nos dois setores e, olhando os dados, o setor ofensivo certamente é o que precisa de ajuste maior.

O Cruzeiro tomou 14 gols no campeonato - apenas 2 a menos que o Palmeiras - e encontra-se em uma confortável 5ª posição. O São Paulo, com o mesmo número de gols sofridos que o Verdão, está em 7º e o Botafogo, com apenas 1 a mais, em 8º. A Ponte, com o mesmo número de GC do Botafogo, aparece em 9º.  Uma amostra razoável de times que possuem número de gols contra em nível parecido ao do Verdão e que encontram-se em posição melhor na tabela.

Comparando o número de gols pró (GP) dos times citados acima com os do Palmeiras, temos a seguinte diferença (Cruzeiro, SPFC, Bota e Ponte): +4, +8, +9 e +3. Portanto, é evidente que o ajuste ofensivo é maior e mais significativo que o defensivo. O número de gols marcados pelo Verdão é praticamente a metade dos gols marcados pelo Atlético (12 gols a menos).

É claro que por mais que o "ajuste" na parte defensiva seja menor que o da ofensiva, não significa que tem menor importância. Ter uma defesa sólida é importantíssimo em qualquer clube. Só que Felipão sabe como montar defesas sólidas. Portanto, fazer mais gols ganha destaque especial nesse contexto.

Como o treinador resolverá este problema, não faço a mínima idéia. A janela de transferências se fechou, mais de 7 jogos se passaram. Espero somente que Daniel Carvalho ganhe ritmo e volte a ter bom rendimento, que Obina tenha a mesma presença de área de Barcos, que Juninho volte logo, Valdívia, Kid... coisas que todo palmeirense espera.

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Breve análise tática da Copa do Brasil 2012

Galera, recentemente venho sofrendo com dores no braço esquerdo e ao que tudo indica, após os exames feitos, que o problema é muscular (tendão). Portanto, tenho "maneirado" nos posts para não me complicar fisicamente.

Dito isso, gostaria de fazer uma breve análise das mudanças táticas que o time sofreu durante o andamento da Copa do Brasil e que consequentemente o deixou forte o suficiente para a conquista do caneco. A primeira partida da semi contra o Grêmio certamente foi o divisor de águas dessa história toda. A partir de relatos dos próprios jogadores, é possível perceber que as mudanças já estavam sendo estudadas e estruturadas pelo staff de Felipão. A partida anterior pelo Brasileiro, porém, foi o que disparou o gatilho da mudança, o estopim. Portanto, vamos aos fatos.

Time na partida de ida contra o Grêmio, pelo Brasileirão

O primeiro estudo entre os dois semifinalistas da Copa do Brasil aconteceu no Olímpico, pelo Campeonato Brasileiro, no dia 27 de maio. Naquela partida, ficou nítida a presença avançada dos alas gremistas, Gabriel, e, notadamente, Pará. Mesmo que o time contasse com desfalques e jogadores poupados por Felipão, o time foi dominado em campo e o Grêmio anulou o meio-campo palmeirense ainda que este contasse com três volantes. Fernando caçou Felipe e posteriormente Valdívia em campo, atuando praticamente como um terceiro zagueiro e permitindo aos alas o avanço. Acuado e perdendo a disputa no meio, restou ao Palmeiras poucas alternativas que o torcedor palmeirense, até aquele momento, já estava cansado de saber: bolas paradas.

O jogo revelou talvez o esgotamento do 4-3-1-2 (ou 4-2-3-1, como a maioria prefere ver e até mesmo Felipão acredita utilizar, caracterizando João Vítor como um ponta direita). Esse modelo tem lá suas méritos. Com três volantes - como eu prefiro ver - o time recuperava regularmente a posse de bola no meio-campo na transição defensiva. O modelo foi utilizado durante boa parte do campeonato paulista e a boa fase de alguns jogadores - como Daniel Carvalho, Juninho e Barcos, por exemplo - garantiu a eficiência do esquema. O time contava ainda com algumas alternativas ofensivas, como o 4-2-3-1 formado por Maikon Leite, Valdívia e Luan com Barcos na referência (alternando para o 4-3-3, como contra o Sport pelo Brasileirão e o Atlético-PR pelo segundo jogo da Copa do Brasil) e também a formação com os dois meias de qualidade do elenco - Valdívia e Daniel Carvalho - no 4-3-2-1, formação extremamente interessante mas que segundo Felipão deixava o time vulnerável demais, perdendo as bolas no ataque sem que houvesse um esforço defensivo dos jogadores de armação.

A grande sacada no uso da trinca de volantes ficou por conta do encaixe de João Vítor no elenco. Improvisado como meia, o jogador teve problemas. Um pouco mais recuado, alternando a marcação pela direita e a saída de bola por aquele lado, se encontrou. Tanto que vem sendo utilizado frequentemente por Felipão. Não é um jogador que tem como característica principal a velocidade ou as jogadas de linha de fundo pelos lados do campo, como normalmente possuem os pontas, mas a habilidade em espaços curtos e os desarmes. Além disso, tem a regularidade a seu favor.

Sacada ainda mais genial foi a utilização de Henrique como volante / terceiro zagueiro. A escolha do jogador era previsível e vinha sendo treinada, como o próprio jogador havia declarado antes de entrar em campo pelo primeiro jogo contra o Grêmio pela semifinal. De longe o mais habilidoso dos jogadores da zaga e com boas subidas ao ataque, Henrique foi o escolhido por Felipão para o papel de "âncora" do meio-campo. Como Marcos Assunção é imprescindível ao time e já fazia a cobertura pela esquerda em jogos passados, a saída de Márcio Araújo da equipe titular foi natural. Colado ao armador gremista, deu mais liberdade aos laterais do Palmeiras para subir e equilibrar a disputa no meio-campo em uma batalha 5v5. Poucos lembram que os laterais decidiram aquela partida de ida no Olímpico, com Cicinho dando assistência para Mazinho para abrir o placar e Juninho cruzando na cabeça de Barcos, ampliando a vantagem.


Time com Henrique de volante / líbero e meio-campo "reforçado"

A presença de Henrique fortaleceu o sistema de marcação do Palmeiras, já que trata-se de um  verdadeiro "primeiro volante". Antes dele nenhum jogador do Palmeiras cumpria essa função adequadamente. Pode-se dizer que o último a cumprir estritamente essa função era Chico, mesmo que mal. Kid já não é um garotinho e tanto Márcio Araújo quanto João Vítor são jogadores de marcação com característica de conduzir a bola ao ataque.

A parte importante é que a mudança foi preparada e utilizada no momento certo do campeonato. Quando o Grêmio acreditava que o jogo seria um repeteco do domínio exercido na partida de ida do Brasileirão, se viu em maus lençóis. O Palmeiras, utilizando a estratégia com sabedoria, equilibrou a disputa no meio-campo e, ao final da partida, praticamente selou sua classificação às finais. O mesmo equilíbrio e frieza foi demonstrado na volta e mesmo depois do gol de Fernando, o time conseguiu o empate após boa subida de Juninho e troca de passes com Valdívia. O resto é história.

Méritos do treinador
Por fim, ressalto que o mérito dessas mudanças é completamente de Felipão. Encontrou, dentro do próprio elenco, soluções que melhoraram e muito o sistema defensivo do time. Se reinventou, trazendo a campo novas combinações - com as mesmas peças - que deixaram o time mais forte. Essa é uma virtude para qualquer treinador que se preze, pois torna o padrão de jogo do time menos previsível. Alternativas táticas para diferentes situações de jogo são sempre bem vindas.

Outra qualidade do treinador é a de buscar a união entre os atletas do clube. Mesmo diante de um ambiente adverso - política interna conturbada, pressão da mídia e da torcida por títulos - soube isolar o elenco e formar um espírito de "família" entre os jogadores. O que não era possível - é claro - com a presença de atletas que, independente da intenção, geravam atritos entre os jogadores e desagregavam o grupo. 

A cumplicidade crescente entre os jogadores (até mesmo o simples fato de atuarem juntos por diversas vezes), por sua vez, traz retornos benéficos inclusive ao padrão de jogo da equipe, com reflexos claros no entrosamento do time. Basta lembrar que no último "Choque-Rei" nosso time dominou a equipe do São Paulo com um jogador a menos durante quase todo o segundo tempo.

Como fica a equipe?
O resquício tático da Copa do Brasil deixou o time na seguinte disposição: Henrique continua como terceiro zagueiro / volante, tendo Marcos Assunção mais à frente à sua esquerda e João Vítor à sua direita; um meia armador - até porque o time tem apenas dois - servindo aos dois jogadores de ataque, sendo um com característica de velocidade / movimentação (Luan, Maikon Leite, Mazinho) e um de referência / finalizador (Barcos, Obina e Betinho). Nas laterais, Cicinho e Juninho. Artur tem características mais defensivas e pode ser utilizado para casos específicos. Time alternando entre o 4-3-1-2 (ou 4-2-3-1 "torto", como preferirem) e o 3-5-2.

quarta-feira, 11 de julho de 2012

COPA DO BRASIL - FINAL - Campeões!!!



Não há tática que supere um coração forte.

Quem viu e entendeu o choro dos jogadores ao final da partida sabe o que é ser palmeirense.

O choro dos jogadores é a forma de agradecer à torcida em seu árduo caminho carregando este pesado manto. As cobranças enormes por títulos, críticas, frustrações e incertezas quanto à administração do clube. É quando descobrem o que é jogar no Palmeiras. E o choro dos torcedores, a recíproca. O quão duro foi carregar esse fardo. Aquele que esteve ao lado do jogador o tempo todo, todos os dias, dentro (indo aos estádios, acompanhando pela Tv, Internet ou rádio) e fora (exaltando as conquistas e glórias, ouvindo provovações e defendendo seu time diante do resto) mesmo sem nunca tê-lo conhecido.

Só posso agradecer à luta incessante desses jogadores que Felipão cultivou e apoiou, mesmo sem ter o apoio incondicional da torcida, mesmo sendo diariamente chamados de "limitados" pela mídia. Agradecer ao Luan, ao João Vítor, ao Maurício Ramos, Thiago Heleno, Márcio Araújo, Artur, Cicinho, Betinho. A esses GUERREIROS. 

O Palmeiras é enorme e foi feito para jogadores como vocês, que têm garra, determinação. Vontade de vencer. Que têm coração forte.


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É campeão, PORRA!!!
Maior Campeão Nacional!!!