sábado, 17 de março de 2012

Pressão na Macaca!

Palmeiras 2 x 1 Ponte Preta
17/03/2012
Pacaembu

Felipão armou um time ofensivo diante da Ponte Preta, que não é um excelente time mas estava razoavelmente bem na tabela e vinha de 3 vitórias seguidas. Armado no 4-3-2-1, Felipão fez uma mescla do que vinha dando resultado do meio campo para trás no 4-3-1-2 e botou os dois meias para infernizar a defesa da Ponta e municiar Barcos. No começo do jogo, assim como em outras partidas, deu certo a estratégia de garantir o resultado no começo.

Time no 4-3-2-1

Logo aos 2' do primeiro tempo, Juninho abriu o placar após linda tabela de Daniel Carvalho e Valdívia, deixando o lateral livre para tocar com categoria por cima do goleiro Lauro. Era um sinal de que o jogo ia ser bom. Verdão, 1x0.

Aos 11', falta na intermediária, de muito longe. Assunção, que nas últimas rodadas apresentava uma queda do rendimento nesse tipo de jogada, nos presenteou com uma pintura, colocando a bola no ângulo do gol da Ponte. É aquele tipo de gol que não cabe discutir se foi cruzamento ou chute. Foi perfeito e fim de papo. Verdão, 2x0.

Depois do segundo gol, o time continuou a fornecer aos visitantes uma pressão infernal. Daniel e Valdívia, a subida dos laterais e, principalmente, Barcos, deram muito trabalho à defesa do time adversário, sem deixá-los sequer respirar. Todas as tentativas de ataque da Ponte esbarravam na marcação implacável do Palmeiras. Sobrou - e como sobrou - chuveirinho para dentro da grande área, além de alguns chutes perigosos à longa distância, como o de Renato Cajá aos 17'.

O time esfriou e começou a sentir dificuldade na criação de jogadas com a marcação mais forte da Ponte. Muitas tentativas de fora da área - como aquela em que João Vítor deu uma caneta e fuzilou pelo lado de fora - começaram a surgir do lado alviverde. A macaca sentiu que precisava tomar alguma atitude. Pressionando pelo lado esquerdo do nosso time , conseguiu um escanteio aos 37'. No lance, Leandro Amaro não conseguiu segurar Ferron, que se projetou à frente dele e macou. Verdão, 2x1.

Segundo tempo
Se Felipão tinha receio de colocar dois meias em campo e acabou nos surpreendendo, nos surpreendeu mais ainda deixando os dois jogadores no segundo tempo, sem substituição. O time que forneceu grande pressão ao time da Ponte no primeiro tempo voltou intacto para fechar a conta. Era preciso pressionar até que o cansaço abatesse um dos meias, forçando o técnico a substituí-lo e fazer alguma alteração tática. Foi o que fizemos.

Ao que tudo indica, a orientação de Felipão deve ter sido clara para que os dois meias servissem Barcos com assistências, incessantemente. O argentino, além de recuar diversas vezes para ajudar na defesa, foi bem servido no ataque, mas não conseguiu deixar o dele. Sem infiltrar na grande área, deu diversos chutes, sempre fintando um ou dois jogadores antes de finalizar. Se o argentino, que fez excelente partida mesmo sem o gol, estivesse melhor posicionado, ou seja, dentro da grande área, ou da pequena, com certeza teríamos marcado o terceiro. Basta comparar os chutes de longa distância com as duas chances contundentes de dentro da grande área. 

Nos primeiro lance, aos 18', depois de receber um belo lançamento de Daniel Carvalho na esquerda, limpou o único marcador e chutou com força. Lauro fez defesa dificílima, mérito dele. No segundo lance, já aos 34', Valdívia encontrou Márcio Araújo livre pela direita. O volante fez um cruzamento na medida para Barcos, que não aproveitou. O jogador já disse que cabeceio não é o forte, mas se ele conseguisse melhorar no fundamento com Felipão, seria um centroavante completo.

A Ponte reagiu e Gilson Kleina colocou o "ursinho" Pimpão (que meigo!) pra jogar, no lugar de Enrico. O atacante deu maior mobilidade ao ataque da macaca, aparecendo ora na direita, ora na esquerda. Apesar disso, a única (e perigosíssima) jogada de ataque surgiu em uma das poucas falhas de Adalberto Román, que tentou cortar sem sucesso um lançamento para o atacante. Na sequência, ele bateu em cima de Deola, a bola deu rebote e mesmo com o gol livre e a desorganização da defesa do Verdão, a Ponte não conseguiu empatar. Deola ficou com aquela cara de "me borrei todo" depois da jogada, foi engraçado.

Com a sorte do nosso lado e com Daniel Carvalho cansado, Felipão só administrou o resultado. Tirou Daniel para a entrada de Tinga, reforçando a esquerda onde Pimpão (que coisa mais meiga!) atuava, botando o time no 4-4-1-1. 



Cessaram os ataques, o time administrou o resultado e apesar de alguns sufocos, venceu e dormiu na liderança mais uma vez. Chupa, gambazada!

Considerações
Gostei da formação com dois meias. O único problema dela é que quando um deles é substituído, dá-lhe volante. E quando há volantes demais, o ataque cessa, mesmo com Barcos, Valdívia. Podia até ter um Messi lá na frente, se a bola não chegar, não vai sair gol. Por isso é preciso pelo menos um Xavi e um Iniesta por perto (como no golaço que ele marcou hoje contra o Sevilla).

O time nessa formação dá muita pressão no adversário. Primeiro, porque não são dois meias comunzinhos, é o Daniel Carvalho comendo a bola de um lado e o Valdívia do outro. O segundo é que a marcação no meio campo, com três volantes de qualidade, garante a posse do meio pra frente. Se os laterais estiverem inspirados (como Juninho normalmente está), o time vira uma máquina de atacar. O problema dela é esse prazo de validade curto. Faltam peças de reposição para jogar com essa formação e, por enquanto, Carmona não é essa peça, pelo que dá a entender as substituições feitas pelo Bigode.

Torço para que joguemos com dois meias mais vezes, mas quando Maikon voltar, é preciso pensar no momento certo de utilizá-la. O time conta, esse ano, com muitas variações táticas (4-2-3-1, 4-3-1-2, 4-3-2-1, 4-2-2-2, 4-4-1-1...) e usá-las com sabedoria será de excelente proveito. Até mesmo porque haverá momentos em que condições excepcionais como esta (os dois magos com preparo e inspiração) não ocorrerão novamente.

Quanto ao Barcos, partida excepcional, mesmo mal posicionado em alguns momentos. O jogador rende mais dentro da grande área, e não o contrário. Talvez seja o excesso de vontade na hora de marcar o dele. Disposto, deu motivos para os ponte-pretanos nao dormirem nessa noite.

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