domingo, 11 de março de 2012

A confirmação de um time forte

Palmeiras 6 x 2 São Caetano
11/03/2012
Santa Cruz, Ribeirão Preto

O Palmeiras iniciou o jogo no 4-3-1-2 habitual. Pegando um Botafogo na zona do rebaixamento, o time fez um primeiro tempo excepcional no dia em que Felipão se tornou o segundo técnico com mais partidas pelo Palmeiras, com 368 jogos disputados, um à frente do Luxa.

Onze iniciais no 4-3-1-2

Primeiro tempo
O time começou errando muitos passes e pressionado pelo Botafogo, mas em pouco tempo impôs seu jogo pela qualidade. O centro continua jogando bem e mostrando entrosamento. João Vítor e Márcio Araújo seguem em ascendente, driblando e chegando mais à frente, levando a posse ao campo adversário. No caso de Assunção, dois eventos ocorrem simultaneamente. O primeiro é a queda de rendimento nas bolas paradas, particularmente, nas cobranças de falta. As cobranças de escanteio continuam venenosas e bem calibradas, em especial as fechadas no primeiro pau. O segundo evento é a ascenção do elenco, que como um todo vem melhorando no entrosamento e em suas qualidades individuais. Ou seja, há uma transferência do protagonismo de Assunção em nome de um jogo coletivo forte.

O goleiro Juninho, do Bota, até tentou segurar o resultado. No primeiro lance de perigo do Verdão aos 7', Maikon ganhou a disputa com Leandro Carvalho pela esquerda e chutou em cima do goleiro, que espalmou para escanteio. Aos 11', a bola sobrou nos pés de Assunção perto da grande área, que fuzilou o goleiro. No rebote, Juninho ainda fez uma defesa espetacular em chute de Maikon Leite, milagrosamente. Aos 14', foi a vez de Barcos criar chances. O argentino recebeu bom passe de Márcio Araújo, passou por dois marcadores mas chutou em cima de Juninho. Aos 18', recebeu passe de Maikon e, livre de marcação, limpou o goleiro e tentou driblar ao invés de finalizar. Perdeu para a marcação.

Os "milagres" de Juninho uma hora acabariam. Aos 23', Marcos Assunção cruzou para a área. Marquinhos, e não Valdívia como queria a arbitragem, desviou para dentro do próprio gol. Verdão, 1x0. A arbitragem, diga-se de passagem, mal no jogo, ainda deixaria de creditar um pênalti para o Palmeiras em bom lance de João Vítor e expulsaria injustamente Marquinhos, do Botafogo, no segundo tempo.

O time de Ribeirão pouco criou, parou no forte meio-campo alviverde e só se arriscava no contra-ataque, esperando alguma bobeada da zaga. Nosso laterais subiam bem ao ataque, principalmente pela esquerda com Juninho. Artur teve papel mais defensivo, mais ainda assim levando perigo nas bolas paradas. Aos 36', no contra-ataque, Juninho fez lançamento longo para Maikon Leite, que na velocidade, dominou, driblou o marcador e bateu na saída de Juninho. Golaço, 2x0.

Após o gol de Maikon, o adversário cresceu na partida. Avançou a marcação e saiu mais para o jogo, encontrando mais espaços na nossa defesa, apesar de oferecer espaços também. Pressionado, a produção do time caiu. Barcos, sem receber a bola, sumiu em campo. O jogo se arrastou assim até o segundo tempo.

Segundo tempo
O Bota veio com alteração para o segundo tempo, mas foi o Palmeiras que apareceu melhor em campo, marcando logo aos 9' em ótima jogada do mago. Valdívia recebeu a bola na grande área, driblou o goleiro, passou pela marcação e entregou na boca do gol para Barcos concluir. Verdão, 3x0.

O time, com o placar favorável, tirou o pé do acelerador. Apenas 2 minutos depois, o Palmeiras ficou com um jogador a mais. Marquinhos cometeu falta boba em Barcos e, em uma decisão contestável, tomou o segundo amarelo e deixou o campo. Aos  21', veio a alteração que todos pediam, Daniel Carvalho entrou na vaga de Maikon, que saiu aplaudido. Eram dois meias criativos, Daniel e Valdívia, pela primeira vez jogando um do lado do outro.

O 4-3-2-1 durou pouco e não surpreendeu tanto. Pelo contrário. Se o time tinha pisado no freio, ainda deu mais espaços com dois jogadores que, a rigor, não são marcadores. Aos 28', Marcos Assunção daria lugar para Patrik, botando o time no 4-2-3-1. Aos 32', o Botafogo conseguiu jogada pela esquerda um cruzamento de Álvaro, que caiu certeiro na cabeça de Alessandro, ganhando fácil em cima de Juninho. Verdão, 3x1.

Na sequência, Felipão trocou Valdívia por Ricardo Bueno, aos 34'. Tivemos apenas 13' com dois meias criativos em campo. O que não foi de todo ruim. 15 segundos depois de ter entrado, Bueno faria o quarto gol do Verdão, em um cruzamento de Daniel Carvalho. Verdão, 4x1.

Verdão no 4-2-2-2, R. Bueno na frente e Patrik cobrindo Juninho

Com o resultado mais do que garantido, o time tinha apenas de administrar o placar, mas preferiu atacar até o último momento. O Botafogo conseguiu levar a posse até a linha de fundo, aos 42', conquistando lateral. O time todo recuou para marcar, mas não foi suficiente. Em uma jogada rápida na entrada da grande área, Talles era marcado por Henrique. O lateral tabelou com Clebinho, e Henrique não acompanhou. Ele entrou livre na área e cruzou rasteiro para a pequena área. Artur dividiu a bola com Marco Aurélio e fez contra. Verdão. 4x2.

A postura ofensiva continuou e Daniel Carvalho, em boa jogada individual aos 46', entrou livre na grande área e fuzilou o goleiro. No rebote, Juninho completou. Verdão, 5x2. O jogo seguiria até os 49' e o time aproveitou bem o pouco tempo que restava. Juninho rolou para Ricardo Bueno, que arriscou chutar e devolveu a bola para o lateral. Ele driblou o goleiro e depois de passar a bola, levou um chute fora de lance. O goleiro foi expulso e não haviam mais substituições a fazer. Alessandro entrou no gol e viu de camarote Barcos fechar a conta para o Verdão, 6x2.

Considerações
A vitória serve para confirmar um time que possui elenco forte, não mais dependente de Assunção. A postura ofensiva merece destaque, mas a mesma empolgação para o ataque deve ser a empolgação para a defesa. O primeiro gol foi fruto de uma exposição excessiva ao ataque e o segundo em uma desatenção de Henrique, que não acompanhou o lateral adversário.

A dupla de ataque foi muito bem. Maikon se movimentou excepcionalmente bem, deu bons passes e ainda fez um golaço. Quanto à partida de Barcos, os gols foram um prêmio pela insistência. O jogador, apesar de perigoso, não fez um excelente primeiro tempo, desperdiçando chances preciosas. Seu primeiro gol veio fácil e o segundo, de pênalti. Ainda assim, tem seu mérito pela frieza nas finalizações. O grande destaque da partida foi mesmo Juninho. Suas subidas pela esquerda levaram perigo sempre que ocorreram. O lateral deu assistência no gol de Maikon Leite, foi decisivo no lance do terceiro gol (após belíssimo passe de Márcio Araújo), marcou o quinto e sofreu o pênalti para o sexto. Ou seja, dos seis gols, quatro tiveram sua participação. Que partida!

Quanto aos dois meias...
Palmeirense, não se empolgue. Felipão certamente aproveitou o momento - a pressão da torcida para que Daniel e Valdívia jogassem juntos e o jogo praticamente decidido - para testar a entrada de Daniel enquanto o chileno estivesse em campo. A questão é que quando Felipão tirou Marcos Assunção para a entrada de Patrik, aos 28', a saída de Valdívia já estava selada.

Daniel é útil principalmente na criação e joga na entrada da área, não como atacante. Com dois meias que não marcam, era preciso que as próximas alterações, na cabeça de Felipão, ajudassem nesse papel. Patrik auxiliaria ainda na cobertura das subidas de Juninho. Com apenas um atacante (Barcos) e o jogo em 3 a 1 para o Palmeiras, era conveniente que a última alteração trouxesse um jogador de ataque para atuar ao lado de Hernán Barcos, neste caso, Ricardo Bueno. As mudanças surtiram efeito. Daniel Carvalho, além de dar assistência, foi quem fuzilou o goleiro no gol de Juninho. Ricardo Bueno deu ainda mais sorte, marcando apenas 15 segundos após entrar em jogo.

Mérito do treinador, que mexeu bem no time, mérito das contratações, que entraram e cumpriram seu papel. Reflexos de um começo de ano bem planejado. Aguardemos cenas dos próximos capítulos!

Até a próxima!

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