sexta-feira, 30 de setembro de 2011

27ª rodada: Palmeiras x América-MG

Saiu a lista de relacionados para a partida de sábado:

Goleiros: Deola e Fábio
Laterais: Gerley e Gabriel Silva
Zagueiros: Thiago Heleno, Henrique e Maurício Ramos
Volantes: Chico, João Vitor, Marcos Assunção e Márcio Araújo
Meias: Tinga, Patrik, Pedro Carmona, Valdivia e Luan
Atacantes: Fernandão, Vinícius, Maikon Leite, Ricardo Bueno

Minha escalação:
Deola; Gabriel Silva, M. Ramos, Henrique, Márcio Araújo; Kid e Chico; Luan, Carmona e Maikon Leite; Fernandão. 4-2-3-1.

Felipada:
Deola; Gabriel Silva, M. Ramos, Henrique, Márcio Araújo; Kid e Chico; Luan e Tinga; Fernandão e Maikon Leite. 4-2-2-2 sem a bola, alteranando para 4-2-1-3 no ataque com o avanço de Luanel.

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

São as assistências, Felipão!

Quando a fase é ruim, é preciso mudar. Se não há mudanças, o jeito é insistir no erro.

Não tenho nada contra o Kléber. Ainda acho que ele é o melhor jogador, tecnicamente, do nosso time. Só que nesse esquema não funciona. Está no time porque o resto consegue ser pior que o resto do elenco. Apesar de dar mais volume de jogo na frente, atuando mais como meia do que como um atacante propriamente dito, prende muito a bola, enrosca a dinâmica do time. Caso o Carmona (ou o Valdívia, retornando de lesão. Sinceramente, prefiro que o Carmona jogasse, porque a fase técnica do Valdívia está deixando - e muito - a desejar. Se contarmos a relação custo/ benefício então...), com uma sequência de jogos, consiga entrosar e dar qualidade ao centro, na minha opinião, é justamente ele - Kléber - quem deveria sair.

Com o meia atuando regularmente, poderíamos entrar de cabeça no 4-2-3-1 propriamente dito. Luan já atua aberto pela esquerda, meio volante, meio atacante, meio ala, o nosso exclusivíssimo LFB, left-forward-back. Com ele e Maikon Leite atuando bem abertos pelas pontas, o meia, no caso Carmona, ficaria incumbido da distribuição das jogadas para as laterais do campo ou diretamente com Fernandão. Para que Fernandão fosse acionado constantemente, seria necessário que Carmona atuasse muito avançado, que é a posição original do jogador. Na minha opinião, isso só é possível com um  segundo volante com boa saída para o ataque. Márcio Araújo tem boa saída, mas ainda é pouco para o Palmeiras, mesmo sendo "homem de confiança" do Felipão.

A presença dos pontas faz com que essa pressão criativa possa ser distribuída para os lados do campo, e o meia atacante poderia atuar com mais liberdade. Márcio Araújo saindo pela direita, Kid fixo pelo centro, Carmona caindo mais pela esquerda, que é onde costuma jogar. Fernandão fazendo o pivô e, quando a bola cair por uma das laterais, seja com Luan ou Maikon, posicionando-se na pequena área para receber um cruzamento. O ideal, nesse caso, seria a adaptação dos jogadores para essa função de realizar assistências pelas laterais. Luan cruza muito mal e tanto ele quanto Maikon são melhores na finalização do que nesse quesito. Resumindo, continuarão fazendo o corre-corre em direção à grande área e chutando, independente da qualidade da finalização, ao invés de realizar uma assistência. E nessa reta final de Campeonato, acho difícil que Felipão os coloque para treinar esse tipo de jogada.

Em quantidade de assistências, comparando jogadores que atuam pelos lados do campo de outros times com os nossos jogadores, a diferença é gritante. Vamos pegar os dois meias do Botafogo, Maicosuel (esquerda) e Elkeson (direita). Maicosuel tem até o momento 10 assistências. Luan tem 4. Elkeson, pela direita, 17. Tinga, 0. Nosso "garçom", Valdívia, tem 4. Pela quantidade de vezes que Felipão escala Tinga, não tenho certeza de que ele olha os números.

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Esse é o time

O Palmeiras empata, empata, empata, empata, perde, empata, empata, empata, ganha, empata... Por quê?

Olhando as estatísticas de Vasco e América-Mg, primeiro e último colocados até a 24ª rodada do campeonato, impressiona a quantidade de quesitos em que os valores são quase idênticos. Mesmo número de cruzamentos, desarmes, passes certos e até escanteios conquistados. Finalizações? Igual. Seria então a qualidade individual o vilão do time mineiro? Ou melhor, quantas dessas finalizações (certas) viram gol? Até a 24ª rodada, 37 gols do Vasco contra 30 do Atlético. Analisando o total de finalizações certas no campeonato, temos 34% de acerto contra 29% de acerto. Quase a mesma coisa. Onde está o defeito então? Onde está o número diferente entre os dois times?

Se olharmos o número de gols sofridos, veremos que o Vasco tomou, até a 25ª rodada, 28 gols. O Atlético, 46. Então, a razão para o sucesso está no setor defensivo, certo? Errado. No setor ofensivo? Também errado. E é aí que entram dois novos personagens na história: Palmeiras e Coritiba.

Primeiro, olhemos para o número que mais difere entre os dois, o de gols sofridos. Para ilustrar o porquê de não ser o sistema defensivo, vejamos o caso do Verdão. O Palmeiras tem, até a presente rodada, 24 gols contra. É o menor valor entre os 20 times que disputam o campeonato. Resolveu? Estamos em sétimo. É lógico que para estar entre os primeiros, esse número não pode ser tão grande quanto... digamos ,46 gols? Sim, mas ter o melhor sistema defensivo não ajuda tanto quanto se imagina.

Então fazer gols é o caminho? Não. O Coritiba tem o melhor ataque do campeonato, assusta qualquer time. São 42 gols em 25 jogos, média de 1,68 por partida. Jogo do Coxa é bom porque a chance de sair mais de um gol é quase certa. Mas resolveu? Estão em 9º na tabela.

Então a diferença é buscar o equilíbrio entre sistema ofensivo e defensivo? Não, também! Novamente, o Coxa entra na jogada. O saldo de gols do time é de 11 gols, o mesmo número do São Paulo, atual segundo colocado e melhor, isso mesmo, melhor que os 10 gols do Vasco, que está 10 pontos acima na tabela.

O problema do Coxa, analisando friamente a tabela, é a irregularidade. Ganha de goleada de um e acaba perdendo de outro. Depois, nova goleada, e em seguida, nova derrota. Se distribuísse esses gols marcados quase que, se me permitem o pecado de dizer, "desnecessariamente", para os jogos que perdeu, certamente estaria no topo da tabela. O problema do América é ainda mais claro, porque se tivesse um sistema defensivo forte, como por exemplo, o do Palmeiras, estaria em qual posição?

Aí entra o nosso Verdão de novo. Por quê? Porque o Palmeiras tem o MESMO número de gols marcados que o lanterna até a 25ª rodada.

Incrível? Nem tanto.

O fato do Palmeiras não marcar tantos gols está umbilicalmente ligado ao sistema defensivo forte armado pelo Felipão. Não tomamos gols porque nosso time está saturado de defensores, por assim dizer. Nenhum time joga com tantos volantes quanto o Palmeiras, e os exemplos são muitos. Contra o mesmo Ceará, que enfrentamos na última rodada, fomos de 4-3-1-2, com Rivaldo na lateral esquerda e Chico na linha de volantes propriamente dita. Quatro volantes em jogo. O exemplo mais absurdo do uso de volantes foi o jogo de volta contra o Botafogo. Nada menos que cinco volantes em campo, em um 4-3-2-1 que só existia no papel, pois na prática era um 4-5-1, acéfalo, medroso, uma Muralha da China no meio campo que em nada impediu a goleada por 3 a 1.

O problema é que essa muralha, na média, funciona muito bem. Funciona tão bem que fica difícil para o Felipão tirar um volante de campo para colocar, por exemplo, um meia inexperiente e ainda sem entrosamento como o recém chegado Pedro Carmona. Felipão, melhor do que ninguém, sabe que o problema do Palmeiras é fazer mais gols. Só que para isso é necessário mudanças, porque sem elas empataremos até o final do campeonato. Vale a pena arriscar? É complicado. Cabe ao treinador avaliar se, com a saída de um volante e a entrada de um meia, a quantidade de gols que faremos será maior que a quantidade de gols que iremos sofrer.

A entrada do meia vai, inevitavelmente, gerar perda defensiva justamente porque o meia, além de nem sempre marcar, quando o fizer, fará porcamente (fina ironia). Outro ponto, e mais importante, é que ele tentará jogadas mais complexas e arriscadas, e mesmo tendo mais qualidade para realizá-las que um volante, perderá mais bolas por causa da marcação mais acirrada. Se aplicarmos o pensamento a um volante improvisado na meia, ele tenderia a perder muito mais bolas que o meia. O problema é que um volante improvisado dificilmente arrisca jogadas mais complexas ou em profundidade, dando mais passes de lado do que qualquer coisa. Por isso é preciso ter certeza de que vale a pena.

Dito isso, na minha avaliação, o panorama é o seguinte. Temos um time fechado na mão, que se defende bem, está razoavelmente bem na tabela. Caso os concorrentes mais próximos vacilarem, bem próximos mesmo, subiremos na classificação e conquistaremos, se Deus quiser, a vaga na Libertadores, premiados pela regularidade (empata empata empata empata...) que é e sempre será, diga-se de passagem, uma regularidade garantida. O campeonato está próximo do fim e leva tempo para o jogador entrosar com um time que joga o mesmo jogo há 25 rodadas. Logo, Carmona só mais pra frente e entrando no finalzinho do segundo tempo.

Ou seja, a chance é grande dele - Felipão - deixar o time como está, repleto de volantes, e força-los a ganhar até espanar. O que vier é lucro. A entrada do meia fica para os pontos "quase" ganhos, aqueles jogos "fáceis" (que na reta final, convenhamos, nenhum ponto é fácil, a não ser quando o time está matematicamente rebaixado). Valdívia só volta da seleção mais pra frente e retornando de lesão.

Sulamericana na mão. Com sorte, Libertadores. Com mais sorte ainda, o Rinus Michels baixa no Felipão, ele arma um time de forma decente e os jogadores começam a jogar como a Laranja Mecânica de 74. Daí sim a gente ganha o Brasileirão.

25ª rodada: Palmeiras 1 x 0 Ceará


Quando o craque da partida é o Luan já dá pra saber como foi o jogo. Foi feio. Não que Luan tenha feito uma partida ruim, pelo contrário. Foi o autor do gol e responsável pela lance de maior perigo, um chute forte de fora da área, cruzado, no cantinho, que o goleiro do Ceará pegou. A "Felipada" ficou por conta do Tinga, claro.

Atuando no esquema de sempre, o time jogou bem. Como no jogo de ida, dominou a partida. O lateral Boiadeiro, que "montou" na lateral esquerda do Verdão naquele jogo, jogou. Mas não montou, para a nossa sorte. Gabriel Silva até que foi bem defensivamente, coisa que não via há tempos. Falta apoiar mais. Washington, muito marcado, nada fez. E Thiago Humberto, o cara que poderia dar trabalho, entrou no final do jogo, justamente no lugar do lateral-peão. Vicente encontrou Márcio Araújo, Tinga, Chico. Resolveu ficar lá atrás mesmo.

Contra um time desses, o Palmeiras jogou melhor durante, digamos, uns 75'. Dominou a partida, mesmo jogando com um lado só, o esquerdo, claro. Márcio Araújo na direita não funciona, já apontamos. E quando a bola passa adiante, encontra Chico, Tinga. Não dá pra esperar muita coisa. Sem a bola chegar, Kléber atuou mais recuado, a entrada de Carmona ficou para a história. Já esperávamos.

Tinga estava mal na partida, então Felipão surpreendeu novamente aos 24' da segunda etapa tirando o jogador para colocar... João Vitor. Volante por volante. Genial. Na outra substituição, faltando 5 minutos para o final do jogo, trocou Fernandão por Maikon Leite. Com Kléber recuando toda hora, ficamos sem centro-avante. Atuando em um 4-3-3 acéfalo, com três volantes e três atacantes. O único lance real de perigo, em uma jogada em velocidade pela direita, Maikon quase fez. Mas foi só. O Ceará mandou no final do jogo, fazendo chuveirinho de todas as formas possíveis. Um time com tantos defensores em campo fez o que dele se esperava: não tomou gol.

Conclusões, sábias conclusões
Mesmo jogo como sempre. Palmeiras criando pouco, marcando muito, fazendo gols quando dá. Sem jogada coletiva, acéfalo, ligação direta, esperando uma bola premiada do Kid chegar na área para escorar. O gol do Luanel, como se sabe, não foi dele. Foi de um negócio que, em Estatística, chamamos de "erro". Coisa não prevista no modelo, um "ruído" na tendência. Ou sorte, como preferirem chamar.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Palmeiras no 3-5-2?

Sim, poucas são as chances, mas não custa sonhar e bancar, nem que por um instante, o papel do Bigode. Além do mais, são tantas as "Felipadas" que todo palmeirense já teve ao menos aquele palpite do tipo "tira um volante, bota um atacante!", "esse cara é muito ruim, tira ele daí", entre outros.

Para o clássico jogaço entre Palmeiras e Ceará no Marac... Canindé, teremos vários desfalques para as laterais. O retorno de Gabriel Silva não me agrada muito, como lateral, não tem servido nem ofensivamente, nem defensivamente, mas Felipão o utiliza bastante e Gerley conseguiu entrar em campo para ser expulso contra o Avaí. Como Cicinho está lesionado, Felipão pode ter de usar Márcio Araújo como lateral direito novamente. Chico está comendo a bola como volante e o treinador dificilmente o deixará mais recuado.

Como disse no post anterior, o uso de Márcio Araújo na lateral direita é apenas um tapa-buraco e arrebenta com a dinâmica de jogo pela direita. Pra melhorar o entendimento, explico. O time do Felipones é um 4-2-2-2 que alterna para o 4-2-1-3 com a bola. No ataque, com Kid mais fixo, o meia armador apóia mais o lado esquerdo auxiliando Luan enquanto Márcio Araújo, nosso segundo volante, apóia mais pelo lado direito do campo. O problema é que o esquema supõe que os laterais estejam em campo. Concluindo, quem irá fazer o papel de Márcio Araújo é Tinga (joga muito hein... PQP), e o de Cicinho, Márcio Araújo. Entendeu agora porque a direita não vai funcionar? E o pior, acho que Felipão vai pro jogo assim mesmo.

Palpite:

Esquema do Bigode: 4-4-2 (4-2-2-2 variando para o 4-2-1-3, as EVER)
Deola; GS, Maurício Ramos, Henrique e Márcio Araújo; Kid e Chico; Luan e Tinga; Kléber e Fernandão (ou Maikon Leite).

Resultado? A direita não vai funcionar, Fernandão/ Maikon vai ficar isolado novamente porque Tinga vai jogar aquele bolão de sempre. Chico novamente vai ser o destaque da partida (todo mundo o elogiou, e com razão, mas ninguém se pergunta o porquê dele se destacar), Márcio Araújo muito discreto na lateral, subindo pouco ao ataque. Basicamente, pode jogar o lado direito do time fora. Posso queimar a língua amanhã, mas as chances são grandes de termos meio time. Pelo lado esquerdo, as perspectivas não são das melhores. Gabriel Silva não vem jogando porra nenhuma desde o mundial, apóia pouco e marca muito menos. Sem o meia armador caindo por lá, ficaremos no corre-corre desenfreado do Luan mesmo. Kléber, lógico, voltando desesperadamente porque a bola não chega e Fernandão, um dos poucos lúcidos, ficará próximo à área, fazendo o pivô (que faz bem e inteligentemente, pelo que vi nas 4 ou 5 últimas partidas) e aguardando uma bola pelo alto ou em condições de finalizar. O que nos resta? Bola parada, claro. Na sorte, resolve. Chance grande de empate, pequena de ganhar ou perder.

Meu esquema "diferenciado": 3-5-2
Deola; Chico, Maurício Ramos e Henrique; Luan (ala esquerda), Marcos Assunção e Márcio Araujo (volantes), Maikon Leite (ala direita), Carmona (armador); Kléber e Fernandão (atacantes).

Resultado? As dinâmicas de jogo, tanto pela direita quanto pela esquerda não se afetam mesmo com a saída dos laterais. Com três zagueiros, Luan e Maikon podem se posicionar mais adiantados. Com Kid fixo, Carmona faz o apoio pela esquerda e Márcio Araújo o apoio pela direita. Kléber não precisaria recuar tanto com a presença do meia, e com os dois atacantes próximos à meta adversária, melhor para nós palmeirenses, pior para quem estiver no caminho.



Se você acha que o Felipão vai botar o time no 3-5-2, continue sonhando. Todos sabem que o Bigode, na melhor das hipóteses, segue a linha do Heleno Herrera, pai do Catenaccio. A filosofia é menos a de marcar um tento a mais do que a de conceder um gol a menos. Mete volante neles Felipão!

24ª rodada: Palmeiras 1 x 1 Avaí


Quando Rivaldo sobe a campo meu coração de torcedor apaixonado só espera duas coisas: que ele seja rapidamente substituído ou que faça alguma besteira capaz de enfurecer tanto Felipão a ponto de tirá-lo do esquadrão principal definitivamente. Minhas preces foram atendidas e o jogador acabou expulso antes do primeiro tempo acabar. O problema é que Felipão tirou um jogador que estava razoavelmente bem (Fernandão) na partida para dar lugar a Gerley, na lateral esquerda, com o Palmeiras atuando no 4-4-1. E Gerley acabou, por puro conservadorismo do árbitro, também sendo expulso. Resultado? Se você é palmeirense, acertou. Empate, de novo.

Agora, minhas considerações sobre a partida. Luan voltou a ser a nossa enceradeira de duas velocidades, botão "correr pra trás e fazer falta" e botão "correr pra frente e chutar a bola de olhos fechados".  O motivo? Essa é fácil. Quando não marca gols, só pode ser avaliado dessa forma. Em um momento bastante grotesco, chegou a pisar na bola, literalmente. Mas não foi uma "pisadinha" de leve. Foi uma senhora pisada. Lance de Série C. Luan, Luan, a velocidade um dia acaba... se aprimore enquanto é jovem.

Fernandão, regular. Kléber? Acho que não funciona. Não adianta cravar que é técnico, bom jogador, driblador, importantíssimo para o clube. Tenho certeza disso tudo. Mas no Palmeiras, não funciona. Por quê? Porque o time não tem meia.  Patrik é atacante e Tinga volante, sim. Mas um tal de Pedro Carmona não estava sentado no banco de reservas? Quando a bola não chega lá na frente com qualidade, ele volta, faz pivô e o escambau. Por isso ele recua. E quando ele recua, recebe a marcação adversária. E quando recebe a marcação adversária, cai. E quando cai não serve pra p. nenhuma. Por quê? Porque o Kid pega bem na bola de longe, pode até cruzar, mas não tão longe. E então, ele fica lá perto da área, rezando para que uma bola abençoada do Kid - as duas de uma vez nem a Rita Cadillac aguenta - caia macia, delicada, pousando suavemente sobre os seus pés, para que ele possa enfim chutá-la, sem muita marcação, sem estar desequilibrado, cabeça erguida, bola para um lado, goleiro pro outro, dancinha à la João Sorrisão, pose para as câmeras, pose de rebelde, abraço pra família.

Porra, Felipão!

Precisamos de um time que jogue coletivamente. Os times que estão na ponta jogam coletivamente, e muito bem. Agora, torcer para o Palmeiras é como aplicar em um CDB pré: não vai render muito, mas nunca vai deixar de render. Por quê? Porque pro Felipão, volante é volante. Ok. Meia é volante. Como? Lateral é volante. Hein? Atacante é volante. Não é possível! Sim, é possível. Felipão converteu Luan em um volante. Pensaram que isso não era possível, né? Sim, é possível. Luan é volante. Quando o Palmeiras entra em campo com Rivaldo na lateral esquerda, Márcio Araújo na lateral direita e Luan na ponta esquerda, o time está na verdade atuando com cinco volantes. Isso quando não resolve botar o Tinga ou o João Vítor na meia-direita. Daí são seis. E em um time cheio de volantes, é claro que não tomaremos gol, mas a bola não vai chegar no ataque. Contamos então com a sorte para vencer, e na pior das hipóteses, dá empate. Simples assim! Se perguntarem pro bigodudo, porém, ele dirá que o time tem vários meias. Na escalação do Palmeiras para o próximo jogo já saiu a relação com três meias. "Meias: Patrik (atacante), Tinga (volante) e Pedro Carmona (esse sim, meia)". Agora vai!

Por fim, meu palpite para o jogo contra o Ceará. Cicinho está lesionado, ou seja, não adianta colocar o Maikon Leite pela direita. Não vai render tanto, porque o Márcio Araújo vai ficar muito recuado. Rivaldo, graças a Deus, está suspenso. Infelizmente, Gerley também está. O bigode pode então ter que atuar de novo com três zagueiros, deixando o Chico recuado. O mesmo Chico que matou a pau como volante nos últimos jogos. Decisão difícil, mas o Palmeiras é maior.

Se eu fosse o técnico...

3-5-2. Deola; Chico, Maurício Ramos e Henrique; Luan (ala esquerda), Kid e Márcio Araújo de volantes, Maikon Leite (ala direita); Carmona na armação; Kléber e Fernandão no ataque.

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Pedro Carmona


A contusão de Valdívia e a saída de Lincoln para o Avaí nos trouxe Pedro Carmona, ex-Criciúma. O Valdívia que voltou do futebol árabe não era o mesmo que nos trouxe alegrias em 2008, apesar da qualidade indiscutível. Lincoln, por sua vez, deixou seu bom futebol na Europa. É nesse panorama que chega Carmona, em boas condições físicas e pronto para atuar. Tem tudo para se firmar no elenco, já que Patrik não serve como meia-armador, tendo características de atacante.

Será interessante ver essa partida de domingo contra o Avaí. Dependendo das características do meia, o padrão de jogo do time pode ser alterado. Se ele é um "Ganso", com boa visão de jogo e excelente passe longo, podemos sofrer alteração no padrão de jogo? Bem sabemos que as características de Valdívia são completamente diferentes das qualidades da "jóia" santista. Carmona, por sua vez, é um pouco de tudo. Cobra faltas bem, é habilidoso, tem boa visão de jogo, tem bom passe longo, finaliza com os dois pés. Quem sabe Fernandão e Kléber brigando por uma vaga no ataque... só o tempo dirá.

Segue alguns lances do jogador:

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

20ª rodada: Palmeiras 1 x 3 Botafogo

4-3-2-1 de Felipão: 5 volantes e Fernandão isolado no ataque


Cinco volantes.
Isso mesmo. Cinco.

Armado no 4-3-2-1, Felipão levou mais do que uma retranca para o Engenhão, na fria noite de 31 de agosto. Levou medo. Que o Botafogo possuia habilidosos meias, já sabíamos. Elkeson e Maicosuel estão voando no campeonato. Que boa parte dos seus gols haviam saído de jogadas pelo meio, também sabíamos. Mas seria mesmo necessário exagerar na marcação do meio-campo ao ponto de levar cinco volantes para o jogo? Qual o propósito de deixar Fernandão na referência, à própria sorte, sem ninguém para apoiá-lo? Talvez Tinga? Quem sabe, Rivaldo... não tenho comentários para descrever tão pífio rendimento dentro de campo deste jogador. Mal marca, comete faltas desnecessárias, chutes de tão longa distância que nem mesmo se o espírito de Marcos Assunção encarnasse conseguiria atingir o alvo. Deprimente. E quando não só os presentes torcedores daquela noite fria, mas também torcedores em suas casas, comentaristas esportivos, radialistas, sabiam apontar para o jogador que devia ser substituído, Felipão tira Tinga de jogo.

Se o intuito era reagir, as mudanças iam na contramão. Solitário, Fernandão, o melhor em campo, mostrou garra e acima de tudo, qualidade. Fez bem o pivô, sabe tabelar com inteligência, levou perigo à defesa do Bota, mesmo sozinho. Ricardo Bueno jogou pouco e pouco jogou.

Frente à um adversário com a proposta clara de que veio apanhar pra depois revidar, o Botafogo fez o que sabe fazer de melhor. Marcou logo no começo com a desatenção do craque Rivaldo. Gabriel Silva, que desde o mundial Sub-20 demonstra grande deficiência no aspecto defensivo, foi uma mão amiga para o time carioca. O fogão sobrou pela direita, com Elkeson e o bom lateral Lucas. Muitas chances vieram por lá no primeiro tempo, e como bem sabemos, água mole, pedra dura... o segundo gol saiu por lá.

Com o resultado garantido, nem foi preciso realizar alterações para endurecer o jogo. Mas ainda assim, o time conseguiu achar um gol com Maicosuel, impossível na noite. Tantos volantes em campo, ninguém percebeu seu oportunismo. Cicinho perdeu a bola na lateral direita e, com o time do Palmeiras todo no ataque, o meia do fogão saiu em disparada, driblou Deola e deixou o dele. Ao final do jogo, Marcos Assunção, de novo, de falta, pra não ficar tão feio.

Não conseguiu.


Considerações
Existe coisa pior que um jogador ruim? Existe! Cada palmeirense que se preze está coçando a cabeça nesse exato momento, pensando como um técnico campeão do mundo que treinou Chelsea, seleção brasileira e seleção portuguesa, pode insistir em um jogador como Rivaldo? Perdido em campo, marcou mal, não criou nada, deixou a ala esquerda às moscas. Algumas questões inexplicáveis sobre este jogo:

  1. A perda defensiva com a saída de Luan já estava garantida com os três volantes. Qual a lógica em utilizar Rivaldo pela ponta esquerda? Verdadeiro desperdício de tempo e oportunidade.
  2. Por que Felipão não colocou Patrik em campo (já que Valdívia estava servido a seleção chilena) para melhorar a criação de jogadas? O time já contava com três volantes e Tinga um pouco mais avançado pela direita.
  3. Por que Gabriel Silva jogou quando Gerley, melhor defensivamente e no apoio, estava disponível? Gabriel estava na seleção sub-20, outro nível, outra competição. Gerley já havia jogado pelo time, tinha ritmo, entrosamento.
  4. Finalmente, por que CINCO volantes? Se para fazer gols é preciso atacar, como o time conseguiria chegar próximo dá pequena área com tantos defensores? Fazendo gols de tiro de meta? É inexplicável essa postura e extremamente decepcionante ver um time da grandeza do Palmeiras com um futebol tão pequeno, beirando ao ridículo. Se vamos depender de bola parada o campeonato inteiro, se a cada jogo a estratégia é congestionar o centro com o máximo de volantes possível, qual a serventia dos serviços de um técnico tão caro quanto Felipão?