segunda-feira, 5 de março de 2012

Felipão bate o martelo: só um meia.

"Provavelmente é o que vai acontecer mais seguidamente (um substituir o outro), mas não impossibilita que os dois joguem juntos. Se o adversário tiver laterais que não passem muito ao ataque, aí dá para jogar com os dois. Vocês sabem que nem o Daniel nem o Valdivia voltam para marcar o lateral. E aí vamos abrir todos os lados para os adversários. Se eu achar que isso vai causar prejuízo, não coloco os dois" - Felipão


No 4-2-3-1 habitual, quando o  lateral esquerdo do time adversário sobe ao ataque, além do lateral direito do Verdão (Cicinho ou Artur), poderam marcá-lo o volante pela direita (Kid) e também o meia-atacante pela direita (Maikon). Esse último, no caso da ala direita, raramente marca para dar bote, mas é comum vê-lo fechando espaços no campo de defesa. O mesmo ocorre pelo lado esquerdo, com Juninho, Márcio Araújo e Patrik dando cobertura.

Quando alternamos para o 4-3-1-2 com João Vítor (JV) pela direita, Kid centralizado e Márcio Araújo (MA) na esquerda, essa cobertura é feita no campo de defesa, apenas com o deslocamento de um jogador - no caso JV ou MA - e Kid na cobertura desse deslocamento, seja ele pela direta ou pela esquerda. Além do lateral, claro.

Atuando com dois meias, o time fica exposto contra laterais que sobem muito ao ataque. Com nosso dois volantes ocupados com os meias do time adversário, em um eventual contra-ataque do outro time com a subida de um lateral, o nosso lateral fica "vendido", sem cobertura, passando o time adversário a jogar nas costas desse jogador.

Concordo com a análise do Felipão. Se o risco de realizar uma jogada for menor que as chances que surgirão com tal atitude, não seria de todo mal ver dois caras extremamente habilidosos em campo. Pelo contrário, seria muito divertido. Outro ponto, este não observado por Felipão: com Daniel e Valdívia em campo, poderíamos reter a posse de bola não apenas no meio-campo, mas no ataque. Essa é uma maneira de não tomar contra-ataques com frequência, o que parece ser o fator decisivo para Felipão manter apenas um armador.

2 comentários:

  1. Um técnico renomado, de nível internacional e com um belo de um salário, não pode enrijecer o time somente com um esquema. A falta de alternativas, de variações táticas, podem jogar o time num beco sem saída, logo na primeira adversidade, pois ninguém, nem jogadores nem técnico, irão conseguir algo que não treinam. Agindo assim, dificilmente se reverterá a tempo essa adversidade, que logo logo chegará.

    As dificuldades ainda nem começaram.

    Depois será tarde demais para chorar.

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  2. Na verdade, tem DOIS (!) esquemas, hehe. Um no 4-3-1-2 e outro no 4-2-3-1. Infelizmente, isso é Felipão, Manso. Flexibilidade zero.

    Uma das vantagens de termos poucas alterações táticas é que se determinado esquema aproveitar bem as qualidades de cada jogador, caso aprimorado, o time terá um rendimento digamos "controlável", sem variar muito partida após partida. Isso acontece porque os jogadores se habituam ao esquema implantado, o que melhora o entrosamento do time.

    Algumas das fraquezas é que se acontecer alguma merda com algum jogador e faltarem peças de reposição, o rendimento cai. Este não parece ser o caso esse ano, graças a Deus. O outro ponto fraco, que é o caso que você citou é quando a equipe é colocada frente à um time que impõe um padrão de jogo que o esquema não comporta. Daí sim, haveria a necessidade de improvisar uma mudança tática, coisa que o Felipão não faz. Reflexo disso são suas alterações, normalmente seis por meia dúzia, atacante por atacante, zagueiro por zagueiro e assim vai.

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