domingo, 25 de março de 2012

Palmeiras 1 x 2 Apagão

Palmeiras 1 x 2 Corinthians
25/03/2012
São Paulo

O time armado por Felipão foi o mesmo que vem rendendo bem nas últimas partidas. 4-3-1-2, com Valdívia armando e Maikon Leite e Barcos na referência. Tite veio no 4-3-3, Danilo como único armador, Liedson na referência, Jorge Henrique e Emerson pelas pontas.

Onze iniciais no 4-3-1-2

Curintia no 4-2-1-3 (4-3-3)

Como era de se esperar, o time do Corinthians ia forçar pelo lado de Juninho, que normalmente atua muito avançado. Logo de início, Edenílson avançou bem ao ataque, trabalhando com os recuos de Liedson e com as tabelas de Emerson. Por algum momento eles conseguiram manter a posse no ataque, mas com três atacantes, a exposição no meio-campo é inevitável.

Quando a bola do Palmeiras conseguiu chegar à linha de volantes, era muito bem trabalhada e dificilmente recuava. Tocando inteligentemente a bola, o time pressionava bem e chegava com qualidade. Barcos, aos 9', recebendo lançamento de João Vítor livre na grande área, cabeceou para fora. Apesar de alguns avanços do adversário, o time de Tite seguia previsível e sem muita criatividade. Sem que as jogadas de Danilo conseguissem passar pela marcação forte no meio, o time apelava para os lados do campo. Ou o time arriscava a correria pela nossa ala esquerda, ou fazia o chuveirinho com cobranças de Chicão. É claro que a estratégia do chuveirinho só seria viável cavando muitas faltas na intermediária. E foram muitas.

Porém, era dia de Valdívia. Jogando muito e conduzindo bem o jogo pelo meio, mesmo com uma marcação acirrada, conseguiu traduzir a boa forma aos 17', quando se livrou de vários marcadores e deixou Assunção livre para disparar um chutaço do meio da rua, que desviou em Castán antes de entrar no gol do mão de alface Júlio Cesar. Verdão, 1x0!

O jogo esquentou depois do gol do Verdão e o time adversário logo abriu a caixa de ferramentas. Em uma jogada maldosa aos 25', já paralisada por impedimento, Liédson não dominou bem o lançamento e deixou o pé no peito de Deola. Cartão amarelo para o jogador. 

Aos poucos, a qualidade sobressaía. Aos 32', Barcos, pela direita, enfiou a bola para Valdívia que, endiabrado, driblou Júlio César. Desequilibrado, chutou na rede pelo lado de fora. Mantendo a coerência, outra falta maldosa para cada jogada perigosa do Verdão. Chicão foi com a sola na canela de Barcos aos 35'. Amarelo para ele.

Depois de muita catimba do Verdão e faltas para os dois lados, além de inversões táticas de Tite que em nada funcionaram, como inverter Emerson e Jorge Henrique, e de Felipão, com João Vítor invertendo de lado com Márcio Araújo, o jogo se arrastou aos 48' sem muitas jogadas de efeito.

Segundo tempo
Os gambás marcaram logo de início, em lançamento de Jorge Henrique para dentro da área aos 3'. A bola tocou no braço de Márcio Araújo e sobrou para Paulinho completar. Aos 6', mesma jogada, nova falha de Márcio Araújo, que desta vez marcou contra. Verdão, 1x2.

Em um clássico disputado como esse, tomar a virada em apenas 6 minutos abala o emocional do time. Aproveitando-se disso, o Corinthians avançou a marcação e deu sufoco. Felipão, em uma decisão difícil, decidiu colocar Ricardo Bueno em campo para pressionar o ataque. Entre os dois jogadores que não estavam bem na partida, Maikon e Márcio Araújo, decidiu sacar o atacante. Maikon deixou o campo sem cumprimentar Felipão, indo direto aos vestiários.

O time seguiu pressionado pelo Corinthians, que atuava em cima do nervosismo do time. Sem o mesmo domínio que caracterizou o primeiro tempo, levamos várias oportunidades de gol. Aos 15', Emerson em boa jogada pela esquerda, passou facilmente por Leandro Amaro e tocou para dentro da área. Liédson chutou mas Juninho salvou o time do terceiro gol, em cima da linha. Aos 19', Edenilson fintou Kid em boa subida ao ataque e chutou forte. Deola, em outra defesa espetacular, salvou o time. Aos 23' quase empatamos em boa subida de Cicinho, que bateu cruzado, a bola desviou na defesa corinthiana e Valdívia ficou com a sobra, finalizando por cima do gol.

Aos 24', Felipão tirou Cicinho, com dores, para colocar Carmona no jogo. Com isso, recuou João Vítor para a lateral direita enquanto o meio ganhava em criatividade. Sem um jogador de velocidade e o jogo afunilado, o ritmo caiu e o Verdão cresceu na partida. Os corinthianos preocupavam-se mais em catimbar e administrar o resultado, cavando faltas e isolando passes errados do time. Até o gandula ajudava.


Mesmo com João Vítor na lateral, o Corinthians continuava conseguindo trabalhar nas costas do lateral improvisado. Com isso, Felipão fez a última alteração que restava aos 36', trocando João Vítor por Artur. Apesar da entrada de Carmona ter sido produtiva, gerando algumas oportunidades de gol, a de Ricardo Bueno não. Sem trazer grande perigo, atuou longe da meta, congestionou o ataque, segurou muito a bola em alguns momentos, errou passes e ainda levou amarelo. 

Com o adversário recuado, o time não conseguiu aproveitar as poucas chances que sobraram no ataque. Restou ao Verdão apostar nas bolas paradas de Marcos Assunção, mas a estratégia não vingou. Final de jogo no Pacaembu, com o Corinthians vencendo o clássico.

Considerações
Se você comparar o time do primeiro tempo contra o time do segundo tempo, verá dois Palmeiras, idênticos em formação e tática (até porque, para o segundo tempo, não houveram alterações), porém completamente diferentes. No primeiro tempo, um time com passe cadenciado, inteligente e com domínio da posse de bola. Uma atuação de gala de Valdívia (o que não mudou durante os 90'). Depois dos gols, o time perdeu o emocional e o jogo. Como um time que joga melhor por 45 minutos pode passar a jogar pior de uma hora para a outra?

No 4-3-3 com Emerson e Jorge Henrique, a proposta de Tite era clara. Abrir pelas laterais, explorando principalmente as costas de Juninho, inicialmente, e depois as de Cicinho, dois laterais que sobem muito ao ataque. Em geral, a estratégia funciona bem no contra ataque, porque é o momento em que a defesa adversária está vendida e há vantagem numérica. Com três na frente, é claro que o time vai dar sufoco quando estiver com a posse no ataque. Com a virada logo no começo do segundo tempo, uma combinação nefasta aconteceu: o apagão do Palmeiras somado ao empolgamento do Corinthians, vulgo "marcação adiantada". Com a marcação na frente, explorando o emocional abatido do nosso time, forçando o erro, o time adversário conseguiu segurar a bola no ataque, pressionando pelo terceiro gol.

Agora, se me questionarem se isso foi decisivo para o jogo, certamente responderei que não. Em geral, nosso time foi superior no meio-campo, a peça chave para qualquer jogo. Foram as subidas de Edenilson, as jogadas de Danilo (teve alguma?), algum dos três atacantes, o fator que decidiu o jogo? Não. Foram falhas individuais, nossas, que decidiram a partida. Se não tivéssemos tomado os gols, todo o resto constante, seríamos superiores no segundo tempo. Então a vitória não foi mérito de Tite.

Márcio Araújo falhou nos dois lances de gol. Isso é claro. Mas o time inteiro "apagou" depois dos gols. As falhas individuais deram espaço à falha emocional coletiva, muito mais grave. Com a bola no campo de defesa e a marcação avançada do Corinthians depois dos gols, devíamos chutar a bola para o campo de defesa deles e não tentar sair jogando. Quando acordamos, já era tarde.

As alterações de Felipão pouco alteraram o panorama do jogo. Com o cansaço - o time alvinegro funciona na base da correria - veio o domínio. Porém, tirar Maikon (ou qualquer outro jogador) para a entrada de Ricardo Bueno é sempre um erro, ainda mais quando Maikon, mesmo que errando muito, estivesse com disposição para jogar, o que foi evidenciado pela clara insatisfação ao ser substituído. Isso reduziu nossa velocidade na frente. A saída de Cicinho foi natural, estava lesionado. A entrada de Carmona foi sim um acerto, já que o Corinthians parou de pressionar e ficou recuado, o que configura um motivo a mais para atuar com um volante a menos.

Uma nota negativa fica para o ataque do time, que amarelou no clássico. Barcos levou pouco perigo à meta adversária, mesmo dando toques perigosos, como a enfiada para Valdívia, foi nulo no quesito finalização. Isso evidencia o que todos já sabiam. Nosso time não tem reservas à altura. Precisamos de mais um atacante. E dos bons.

De resto, segue a vida. Fomos superiores, mas perdemos no emocional. No mata-mata, não podemos vacilar desse jeito. Ainda há tempo para recuperarmos.

2 comentários:

  1. Eu escutei um comentário do Rizek na Sportv que eu acho que foi perfeito o que aconteceu com o Barco. Depois da entrada criminosa e passível de cadeia do Chicão nele (q o arbitro pipocou e se eu fosse o Felipão faria um escarcel, mostrando na coletiva o q daquilo era futebol) ele ficou com medo,e como o time do Corinthians batia muito (vide entrada da bixa mor Liedson no Deola) e o arbitro NÃO FAZIA NADA, eles tiraram o pé!

    Agora o Marcio Araujo, Deus me Livre, jogamos com 1 a menos!

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  2. Arbitragem medonha nesse Campeonato Paulista.

    Tomara que o Felipão dê um jeito de colocar o Wesley no meio campo sem tirar o João Vitor e o Kid, sacando o Caramujo de lá.

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