segunda-feira, 23 de abril de 2012

Eliminação no Paulistão

Time eliminado para o Guarani por 3 a 2, em Campinas. Eliminação justa.

Sim, Deola falhou. Devemos repensar a posição. Não é a primeira vez que acontece.

Sabemos que o goleiro é o último jogador a receber a bola. Antes, ela passa pelos defensores. Ninguém pode ser isentado.

O time tinha conseguido anular as laterais do Guarani, especialmente com Luan sobre Oziel. O técnico Vadão declarou, ao final do primeiro tempo à SporTV, que Felipão conseguiu fazer isso no primeiro tempo. Tirando um gol olímpico - fator "sorte" - os outros dois saíram por cruzamentos pela lateral esquerda. Quando explorado com competência, os buracos deixados pelas subidas de Juninho ao ataque são armas importantes dos adversários. Juninho tem sim que marcar, mas era um momento em que tínhamos de escolher entre não correr o risco de tomar sufoco pela esquerda e não marcar gols ou nos expor ao ataque e passar a ter chances ofensivas. Escolhemos nos expor e no contra-ataque, levamos a pior. Os cruzamentos foram bem feitos e aí a responsabilidade de bloquear ficava por conta dos zagueiros e do goleiro. Todos falharam.

***
Nas cinco partidas anteriores à derrota para os gambás, 3x3 SPFW, 3x1 Linense, 0x0 São Caetano, 6x2 Botafogo, 2x1 Ponte Preta. Depois de perdermos, 1x0 Paulista, 0x1 Mirassol, 1x3 Guarani, 2x2 Comercial, 2x3 Guarani.

Chamo a atenção para dois eventos que ocorrem simultaneamente.

Um deles é a queda de rendimento do ataque, medida pelos gols marcados. Estávamos começando a nos acostumar com partidas em que marcávamos 3 gols. Nos últimos 5 jogos - o de hoje incluso - marcamos 6 gols. No período antes da derrota para os gambás, 14 gols em 5 jogos, sendo uma das partidas contra um time de grande porte.

O outro ponto é a queda de rendimento da defesa, medida pelos gols sofridos. No período anterior à derrota para o time sem estádio, 7 gols sofridos em 5 jogos. Depois, 9 gols.

Isoladamente, os números não refletem grande coisa além de uma constatação óbvia que diz se o ataque ou a defesa melhorou ou piorou. Combinados, entretanto, dá uma informação que resume de forma prática como está o rendimento da equipe como um todo.

Saldo de gols antes da derrota para os gambás: +7
Saldo de gols depois da derrota para os gambás: -3

O saldo de gols reflete diretamente no número de vitórias da equipe.

Antes: 3V, 2E
Depois: 1V, 1E, 3D

Considerações
Em mata-mata, o que importa é atacar. Não existe estratégia melhor para um jogo único que não for a mais ofensiva. Nos pontos corridos, essa estratégia não é suficiente. Em campeonatos longos, como o Brasileirão, o equilíbrio entre ataque e defesa é fundamental. Quem tem um bom ataque e uma boa defesa, gerando o melhor saldo de gols, geralmente levanta a taça.

No campeonato passado, tivemos dois exemplos emblemáticos. Priorizando somente o ataque, tivemos o Coxa com o mesmo número de gols marcados que o vice Vasco terminando na 8ª colocação. O bom saldo de gols (+16) gerado por goleadas em jogos que pouco valiam mascara o número de derrotas (13) do time.

Priorizando somente a defesa, o Verdão. Segunda melhor defesa do campeonato (atrás apenas dos gambás), tivemos também o segundo pior ataque do campeonato. Resultado? 11ª colocação.

Que um time deve oscilar de rendimento, isso é normal. Cada setor de um time (ataque, meio-campo, defesa) é composto por vários indivíduos que estão sujeitos à variações de rendimento. A combinação entre eles é que dá o rendimento total da equipe. Ninguém joga bem uma temporada inteira.

No Brasileirão, assim como em qualquer campeonato por pontos corridos, o time mais consistente ganha. A tarefa de Felipão, portanto, é a de resolver essa oscilação nos dois segmentos do time (ofensivo e defensivo) antes do campeonato começar. A Copa do Brasil é um torneio curto. O período de testes já terminou, deveria ter sido feito durante o Paulista, no decorrer da primeira fase. Não acertamos a defesa (Thiago Heleno machucou, Leandro Amaro quase se firmou, Maurício Ramos e Román já entraram) e agora temos problemas no ataque (Barcos não tem marcado, Maikon rendendo pouco, Bueno e Vinícius entrando no segundo tempo, Luan voltando ao time).

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Chuta que é macumba

Dia macabro para o Verdão.

Um dia que começa com o Andrés Sanchez falando que a base do Barcelona era tudo "balela", não podia terminar bem.

Wesley se machucou, com lesão no ligamento cruzado do joelho direito ocorrida durante o jogo contra o Guarani, e só volta depois de 8 meses. Como estamos em abril, Wesley é oficialmente o primeiro reforço para 2013.

Basicamente, é a hora do time dar o máximo em campo, mesmo desmotivado e com as perspectivas de título diminuindo. Não é hora para olhar para os defeitos e pontencializá-los. Isso, além de ser tudo o que os adversários querem - e é o que será bombardeado à milésima potência nos próximos dias pela imprensinha - não ajuda em nada.


Para os próximos dias, não vejo alteração tática significativa. O esquema continua o mesmo. Talvez Felipão arrisque mais com a entrada de Carmona e Patrik, normalmente para substituir Daniel, raramente para compor o meio-campo. Cicinho, expulso, vai dar lugar à Artur, que pouco sobe ao ataque. Juninho será constantemente acionado, Maikon vai alternar entre esquerda e direita, Barcos continuará atuando fora da grande área. Daniel, se esforçando entre lançamentos em profundidade. João Vítor chegando com perigo à frente e arriscando chutes de longa distância. Márcio Araújo em suas disparadas. Quando nada mais der certo, Marcos Assunção neles.

Contra tudo e contra todos.

#Forza Palestra

quarta-feira, 4 de abril de 2012

COPA DO BRASIL: Palmeiras 3 x 1 Horizonte

Palmeiras 3 x 1 Horizonte
04/04/2012
Horizonte, Ceará
Copa do Brasil, 2ª rodada

Palmeiras veio no 4-3-2-1, com Wesley avançado e João Vítor como titular compondo o trio de volantes. Wesley começou como meia, avançado pela esquerda e Daniel pela direita. Barcos na referência. Destaque para a volta de Cicinho na lateral direita.

Onze iniciais no 4-3-2-1

Primeiro tempo
O jogo começou pegado, com o anfitrião demonstrando não se intimidar com a presença de um grande time em campo. Apesar da "desenvoltura" do time adversário, a qualidade do time alviverde começou aos poucos dominar o jogo. Com o time tocando bem a bola, algumas chances foram criadas. Juninho subiu bem e cruzou para Daniel Carvalho aos 10'. Poucos minutos depois, um lance de encher os olhos. Cicinho deu duas canetas seguidas, rolou para Wesley, que chutou de esquerda para fora. Barcos, entretanto, seguia atuando longe da grande área.

O time, de tanto subir ao ataque, cansava. Todo no campo de defesa adversário, levou contra ataque do Horizonte aos 17' e levou a pior. Em boa jogada pela nossa lateral esquerda, João Paulo cruzou baixo para dentro da pequena área. Ninguém cabeceou, Leandro Amaro desviou fraco nos pés de Mateus, que completou para dentro do gol. Horizonte, 1x0. Aos 20', Wesley recebeu boa bola de Barcos, sofreu falta na risca da área, porém Marcos Assunção cobrou por cima do gol, tocando na rede antes de sair.

O time continuava com o domínio da posse, tocando bem a bola, mas ainda sem aproveitar as boas chances de gol. Aos 27', toque de mão de jogador do Horizonte na ponta esquerda. Kid cruzou mas ninguém apareceu para concluir. Aos 30', boa jogada de Cicinho, que invadiu a grande área, rolou para Daniel fazer o pivô e finalizou muito perto do gol de Jefferson. O gol parecia questão de tempo.

Aos 33', o gol saiu. Kid cobrou com curva, fechado no primeiro pau, para Leandro Amaro botar pra dentro e se redimir. Verdão, 1x1!

Depois do gol, o padrão da partida seguiu o mesmo. O time dominava a posse de bola, criava diversas chances com a bola no chão, mas sem concluir a jogada. O Horizonte, que não tinha metade da competência do Mirassol nos contra-ataques, ainda sofria com a falta de padrão de jogo. Indeciso se atacava o tempo todo ou se atuava defensivamente esperando alguma falha do Verdão para realizar o contra-ataque, não conseguia fazer bem nenhuma das duas coisas. O tempo passou rápido, as oportunidades não viraram gols e o primeiro tempo acabou.

Segundo tempo
O time veio a campo sem alterações, mantendo o mesmo padrão de jogo, tocando bem a bola, tocando curto e criando tabelas, pacientemente procurando espaços na defesa do Horizonte. Sem encontrar esses espaços, ficou apático, dando liberdade para o Horizonte avançar, principalmente pelas laterais. Aos 7', Vanger recebeu entrada forte de Leandro Amaro e sofreu falta na nossa lateral direita, na entrada da grande área. O próprio Vanger bateu forte, por cima do gol.

Aos 11', Felipão sacou Wesley para a entrada de Maikon Leite, apostando na movimentação mais objetiva do jogador. Ele atuou primeiro pela esquerda, sem criar muita coisa. Seis minutos depois, Barcos, que não havia feito muita coisa até aquele momento, atuando muito longe da área, também foi para o banco. Deu lugar a Ricardo Bueno.

Time no bom e velho 4-3-1-2: funcionou.

O time, apesar de melhor em campo, perdeu a tranquilidade que faltava para construir jogadas mais elaboradas. A entrada de Maikon deu mais velocidade ao time, e se não ajudava de forma direta, indiretamente servia, seja carregando a posse para mais próximo da meta adversária ou através de faltas próximas à grande área. Em uma dessas faltas, aos 21', Marcos Assunção colocou de novo, com perfeição, a bola na cabeça de Leandro Amaro. A bola ainda desviou na defesa adversária antes de entrar. Verdão, 2x1!

Aos 26', as alterações funcionaram. Fazendo o simples, Maikon invadiu a grande área pela esquerda, rolou para Ricardo Bueno fazer o pivô e fuzilou o gol de Jefferson. Verdão, 3x1!

Daniel Carvalho, exausto, deu lugar a Pedro Carmona aos 36'. Essa alteração é boa porque mantém o padrão de jogo do time, mesmo com Carmona sem a mesma visão de jogo de Daniel Carvalho. É o seis por meia dúzia que apóio. Ainda no 4-3-1-2, o time tirou o pé do acelerador e deu algumas chances ao Horizonte, que pouco aproveitou do cansaço alviverde. As chances do adversário basicamente resumiam-se em chutes de longa distância e em bolas paradas.

Com o time pregado, foi só administrar o resultado. Ricardo Bueno ainda desperdiçaria uma chance incrível de gol no finalzinho da partida, após chute de Pedro Carmona que desviou e bateu na trave. Com o gol livre, ele demorou pra chutar e a zaga conseguiu afastar a bola. Ridículo.

Fim de jogo e Verdão classificado para a próxima fase da Copa do Brasil.

Considerações
Até os 15' do segundo tempo, era visível a diferença técnica entre os dois times. O Palmeiras tocava bem a bola, inteligentemente, criando muitas oportunidades de gol. Infelizmente, o ataque não vingou, e por diversas razões. Barcos longe da grande área, Wesley apesar de técnico, pouco objetivo. Daniel fez excelente partida, incontestável, mesmo com as chances desperdiçadas no início.

Em um vacilo, Leandro Amaro permitiu o primeiro gol. Isso não apagou a qualidade de sua partida, e ele foi premiado por isso, marcando os dois primeiros gols. Henrique foi seguro, sem comprometer.

Os laterais subiram bem, pelo menos até "morrerem" em campo com o calor. Mesmo com a ótima atuação de Juninho, que fez excelentes cruzamentos, o destaque fica para Cicinho. Fez ótima partida também e a motivação para recuperar a vaga muda. É mais técnico que Artur, isso é indiscutível. Pode melhorar ainda mais.

O esquema novo (4-3-2-1) funcionou legal. Wesley e Daniel juntos infernizaram a defesa do time adversário, são muito habilidosos. Claro que isso só funcionaria se o trio de volantes estivesse "azeitado", capaz de recuperar rapidamente a posse e devolvê-la ao ataque. João Vítor mostrou novamente porque não pode ficar no banco, tem habilidade e chega bem à frente. Márcio Araújo foi tão bem quanto ele. Marcos Assunção, bem... depois falamos dele.

As alterações de Felipão surtiram efeito, tornaram o jogo do Palmeiras mais objetivo. Maikon deu velocidade à um ataque cansado de circular a grande área, que não conseguia marcar. Sua movimentação, naquele momento da partida, era incompatível com o preparo físico da zaga adversária. Destoava do resto. Talvez aí resida a causa de ser chamado por alguns de "jogador de segundo tempo". Normalmente, é mais veloz que qualquer jogador descansado. Imagine quando estiverem exaustos.

A entrada de Ricardo Bueno também foi produtiva: ele fez o pivô para Maikon. Só.

Barcos, novamente, muito distante da grande área. O argentino tem muita vontade de marcar, aliás, ele tem uma meta para cumprir. O problema é que quando a bola não chega, ele recua demais. E quando ela vem para o ataque, o jogador já está marcado, recebendo a bola sem condições de finalizar com perigo, de costas para o gol. No máximo, sai um pivô, uma tabela. Jogando dessa forma, fica complicado marcar gols. Felipão precisa corrigir isso.

A última consideração que gostaria de fazer é em relação à partida majestosa de Marcos Assunção, e minha pontuação vai além das duas assistências que fez. Vejo que ele dá tranquilidade dentro do time, orientando quando é a hora de atacar, a hora de defender, a hora de impor o nosso jogo. Ele dá ritmo ao Palmeiras. E é aí que o aspecto "liderança" mostra seu valor. A importância dele não reside apenas nas bolas paradas, definitivamente.

Próxima fase, aí vamos nós.
Forza, Palestra!

terça-feira, 3 de abril de 2012

Barça 3 x 1 Milan

imagem: UEFA


Barça 3 x 1 Milan
Quartas de final (partida de volta)
03/04/2012
Barcelona, Espanha

É uma pena um árbitro querer pra si o protagonismo de um jogo tão importante para tantas pessoas apaixonadas pelo futebol. Uma pena.

O Barça é uma das melhores equipes da história. Não precisa de arbitragem para ganhar jogo.

Agarrão dentro da grande área é pênalti? Sim. Mas os dois se agarravam. E lances como esses acontecem dezenas de vezes em uma partida.

Excesso de critério? Claro. Mas diante de 90 e poucas mil pessoas? De duas torcidas que ultrapassam continentes? De milhões de pessoas que esperam um espetáculo, uma obra de arte coletiva realizada por 22 jogadores dentro das quatro linhas?

Se a Liga se diz o melhor torneio do mundo, deve fazer por merecê-lo. Que deixem a bola rolar. O time que jogar mais bola, necessariamente ganhará. É a consequência lógica. É o resultado mais justo.

Depois do segundo pênalti, confesso que perdi a vontade de assistir ao jogo. Perdi o tesão. Foi como se parasse um clássico do cinema, adiantassem até um outro capítulo da película, e recomeçassem a história dali.

Perdeu o sentido.

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Palmeiras 0 x 1 Mirassol

Palmeiras 0 x 1 Mirassol
31/03/2012
São Paulo

O Palmeiras veio a campo com várias alterações. Leandro Amaro deu lugar a Maurício Ramos, Cicinho deu lugar a Artur e Marcos Assunção saiu para a entrada de Wesley. No 4-3-1-2 habitual, com a linha de volantes formada por três segundo-volantes, Daniel Carvalho na armação e Maikon Leite e Barcos formando a dupla de ataque. O Mirassol, segundo o técnico Ivan Baitello, vinha com uma postura agressiva. E conseguiu, integralmente, cumprir sua proposta.

Onze iniciais no 4-3-1-2


Primeiro tempo
O time do Mirassol pressionou a posse de bola do Palmeiras no campo de defesa, explorando os erros do Verdão. No começo do jogo, a estratégia deu certo, dificultando muito a saída de bola do time. Tocando melhor a bola, o visitante só não deu mais trabalho porque na frente o entrosamento não era tanto. Entretanto, isso não impediu que o Verdão mantivesse o domínio do jogo nos minutos iniciais.

Se o Verdão pouco atacava, na parte defensiva deixava claro um espaço grande para o Mirassol explorar pela lateral esquerda do time. Com Wesley muito avançado e Juninho subindo, Henrique passou a ser bastante acionado. No contra-ataque rápido do Mirassol aos 14' a defesa ficou completamente vendida por aquela lateral. Samuel escapou livre, avançou até a entrada da grande área e chutou forte, sem defesa de Deola, para fora, por cima do gol.

Depois do lance, uma movimentação já conhecida. Com o time do Mirassol todo recuado em seu campo defensivo, Wesley teve permissão para avançar e atuar como meia pela esquerda. Depois, ele e Maikon inverteram de lados, passando o jogador a atuar como meia pela direita. Movimentação bem parecida com a que Felipão está acostumado a fazer quando Patrik está em campo.

Aos 15', a mexida no time deu certo e surgiu a primeira boa oportunidade do jogador, depois de receber bom passe de Daniel Carvalho pela direita, batendo cruzado e a bola "lambendo" a trave. O jogador mostrou que o pé direito é indiscutivelmente melhor que o esquerdo.

Time no 4-2-3-1: Wesley invertendo com Maikon, movimentação conhecida

Barcos continuou apagado na partida, mas sem deixar de levar perigo ao adversário. Aos 16', em mais um de seus recuos ao meio campo, fez bom pivô para Maikon Leite que deixou Juninho em condições de finalizar livre pela esquerda, chutando fraco e longe do gol de Fernando Leal.

A falta de entrosamento de Wesley, entretanto, sobressaiu em relação às suas qualidades ofensivas. Aos 20', tentou uma enfiada para Daniel em profundidade, que foi interceptada e gerou contra-ataque. Na jogada, o volante Sérgio Manuel adiantou demais, Maurício Ramos recuperou a bola e tocou novamente para Wesley. O novato perdeu a bola (de novo!) para Xuxa, que rolou para Preto enfiar a bola novamente para o volante Sérgio Manuel, que disparou deixando os marcadores pra trás. Henrique demorou para sair da defesa e deu condição para o passe. O Palmeiras só não tomou o gol por falta de capricho na finalização.

A partir daí a partida se equilibrou entre ataque e defesa. O buraco pela esquerda continuou. No ataque, Barcos continuava distante da grande área. O time tentaria ainda uma última invertida, dessa vez entre Wesley e Daniel Carvalho, trocando posições entre a meia-direita e o centro, também sem sucesso. Em outro contra-ataque rápido, o Mirassol quase marcou novamente, aos 36' com Samuel. 

Segundo tempo
Os times vieram a campo sem alterações. Wesley voltou para a meia esquerda, Maikon para a direita. Mesmo com o Mirassol jogando mais aberto, o time não conseguia criar chances, esbarrando na indefinição dos jogadores em suas posições, que pareciam não saber o que fazer em campo. Aos 10', Juninho encontrou Wesley na pequena área, ele fuzilou Fernando Leal, que fez grande defesa. Aos 11', João Vítor lançou Wesley na grande área, que driblou um marcador e chutou. No rebote, Daniel Carvalho chutou travado para o gol livre e, de novo, não marcamos.

O time cresceu e parecia que iria deslanchar, tocando a bola de forma inteligente e rápida, explorando mais os lados do campo. Colocando uma pressão forte em cima do Mirassol, o gol parecia era questão de tempo. Aos 15', Daniel fez excelente jogada individual, driblou vários jogadores e chutou por cima do gol.

Aos 19', Chico entrou no lugar de Artur, que pouco fez até aquele momento, com João Vítor indo para a lateral direita. Aos 21', Henrique saiu errado, o Mirassol recuperou a posse mas não conseguiu finalizar, conseguindo um escanteio pela direita. Na cobrança, Deola saiu mas não achou nada. Barcos desviou de cabeça, Preto pegou o rebote, passou por Barcos e finalizou com categoria para o gol do Verdão. Mirassol, 1x0.

Aí começou o calvário alviverde. Aos 26', Ricardo Bueno entrou no lugar de Wesley, muito vaiado. O jogo pouco se alterou, sempre em dois tempos: ataque do Palmeiras, contra-ataque do Mirassol. Mesmo com a falta de entrosamento de Wesley, o time perdeu em qualidade com a entrada de Ricardo Bueno. Com o Mirassol todo postado na defesa, o jogador tem que buscar jogo na meia. Ou seja, basicamente, tinha que atuar como um, o que não é a dele.

Enquanto o time digladiava-se contra o próprio cansaço em não atingir o objetivo, o Mirassol saia organizado para o contra-ataque e dava um verdadeiro baile no time. João Vítor na lateral direita não funcionou porque o volante, cansado de tanto avançar, não conseguia dar conta das obrigações defensivas que a função exigia.

Aos 34', a última alteração de Felipão, que em nada alterou o padrão de jogo. Daniel Carvalho, exausto, deu lugar a Pedro Carmona. Aos 37', a última chance real de gol. Márcio Araújo lançou Maikon na grande área, que bateu forte no mesmo canto de Fernando Leal. O goleiro defendeu, espetacularmente, na base do reflexo.

Fim de jogo e Verdão sem a liderança.

Considerações
A partida pode ser definida em dois momentos: antes do gol e depois do gol.

Antes do gol, tínhamos Wesley jogando mal, um meio campo desentrosado. Mas também tínhamos Wesley criando chances de gol, dando qualidade ao meio-campo. Todos lembram que o time jogou mal. Que o primeiro tempo não foi lá aquelas coisas, é verdade. Mas a maioria esquece que tivemos chances claras de gol antes do gol do Mirassol e que tivemos um início de segundo tempo arrasador. Para dar contorno ao argumento: no primeiro tempo, tivemos duas grandes chances de gol, aos 15' com Wesley e aos 16' com Juninho. No segundo tempo, aos 10', novamente com Wesley. Aos 11', com Wesley chutando e Daniel falhando no rebote. Aos 15', em boa jogada individual de Daniel Carvalho. A última, já aos 37', a fuzilada de Maikon.

Ou seja, 5 chances de gol antes do tento sofrido. 1 chance de gol depois do golpe.

Tomamos o gol em um momento em que estávamos melhores na partida, arriscando jogadas pelo meio e pelos lados. Foi falha coletiva. A primeira, foi de Henrique, com a saída errada. A segunda, três jogadores no primeiro pau. A terceira, Barcos fazendo o serviço de Deola. A quarta, João Vítor marcando ninguém. E por aí vai.

Depois do gol, tudo mudou.

O Mirassol jogou os 90' seguindo religiosamente uma estratégia simples. E foi premiado por isso. Quando o Palmeiras estava com a posse e atacava, voltava para o campo de defesa, deixando 7 ou 8 jogadores por lá. Quando o Palmeiras perdia a posse no ataque, saía rapidamente e organizadamente para o contra-ataque. É inquestionável o mérito do time adversário. Quando o Verdão parou de atacar, ele seguiu fazendo - e com perfeição - o que pretendia fazer. Até os chutões de longa distância saíram impecáveis. Foram melhores.

Quando o time tomou o gol, sentiu também o cansaço. Corria atrás de um resultado que não vinha. Felipão queimou todas as alterações sem fazer mudança substancial no padrão de jogo do time, trocando seis por meia dúzia em todas. A entrada de Ricardo Bueno de longe a pior, não alterou em nada o padrão do ataque. João Vítor na lateral direita foi sofrível e quase forçou o segundo gol do Mirassol. Na minha opinião, deveria ter tirado Wesley para dar lugar a Pedro Carmona. Artur continuava na lateral, João Vítor ajudando no meio campo e o time ganhava em criatividade no meio. A formação com dois meias, diante de um adversário recuado, faz todo o sentido. Mas Felipão não pensa assim.

É hora de mudança, Verdão!