quinta-feira, 17 de maio de 2012

Verdão sem Barcos

O Palmeiras teve o desfalque que nenhum torcedor - Felipão há muito avisava - gostaria de ter. Barcos não joga a partida de volta pelas quartas-de-final da Copa do Brasil 2012, contra o Atlético Paranaense, suspenso. Com isso ficamos com um sério problema nas mãos: qual formação utilizar, já que não teremos centroavante?

Dois pontos

1) Se o Atlético tomar 1 gol apenas, a classificação é praticamente do Palmeiras. Portanto, não acredito em uma postura agressiva do time visitante, como na partida de ontem, quando entrou no 4-3-3. Se o Atlético vier dessa forma, ficará mais aberto e criará mais espaços para que os contra-ataques do Palmeiras se tornem perigosos. Atuando assim é entregar a classificação nas nossas mãos.

2) Dentro de casa precisamos nos impor. Com o adversário recuado, a iniciativa é nossa. Se marcarmos apenas 1 gol, a vaga na próxima fase é quase certa, porém, precisamos criar chances para que a oportunidade de gol aconteça.

Levando em consideração os pontos levantados acima, só podemos concluir que o time que entra em campo na próxima partida deve ser ofensivo. O problema passa a ser, portanto, mais o "como montar" o time do que "qual o esquema" a ser utilizado, já que Barcos, nosso principal atacante, está suspenso.

Esquemas

Caso Felipão não altere o esquema que tem iniciado as últimas partidas, entraremos em campo no 4-3-1-2. Como montá-lo sem Barcos?

1) 4-3-1-2
Time no 4-3-1-2 sem Barcos

Mantendo as características do esquema que vem iniciando as partidas, Maikon Leite ou Daniel Carvalho poderiam entrar na vaga deixada por Barcos. Prefiro Maikon Leite, que tem mais característica de finalizador. Não que Daniel não seja bom nesse quesito, pelo contrário, é excelente. Mas as arrancadas de Maikon são um diferencial, ainda mais atuando próximo do gol. O problema é que se o Atlético atuar muito fechado, não adianta velocidade, mas qualidade, visão de jogo. Nesse caso, Daniel Carvalho seria mais indicado. Cabe a Felipão o "feeling" na hora de colocar o jogador. 

Mazinho completaria a dupla de ataque porque não faz muito sentido colocar Luan: nas finalizações, não é um primor; atua melhor pelos lados do campo, não pelo meio; quando muito avançado, não recua pra marcar, o que já não era necessário na presença de três volantes. Essa última característica é sem dúvida o principal motivo para Luan entrar em uma partida: mesmo que não marque gols, pelo menos marca por dentro na lateral esquerda.

Logicamente, nada disso impede que ele seja escalado.

2) 4-3-3 / 4-2-3-1
Opção ofensiva: Luan e Maikon mais abertos, DC falso nove

O time nessa formação tática é uma opção ofensiva interessante. Daniel Carvalho como "falso nove" (como levantada a lebre pelo @gabrielgebar, do Verdeternizar), recuando e criando jogadas com Valdívia. A escolha de Daniel para essa função é justamente a característica de finalização do jogador, que é mais acentuada que a do chileno. Luan poderia atuar pela esquerda, ou seja, mais pelos lados do campo, assim como Maikon cairia ainda mais pela direita. São dois jogadores velozes, que rendem mais quando atuando por essa faixa do gramado. Cicinho ou João Vitor na lateral direita, dependendo se Felipão armar o time com três volantes como primeira formação e o lateral de ofício estiver rendendo pouco. Luan faria a cobertura de Juninho pela esquerda.

The Real Deal
Alternativas à parte, a verdade é que Felipão já apontou após o jogo de ida na coletiva que Betinho, a "contratação de risco" do time, será titular. Segundo o treinador, tem muita vontade e isso o agrada. Ora, sabemos muito bem que em um momento decisivo como este, colocar um jogador que fez nada menos que 70 partidas por um time marcando apenas 1 gol não se trata de "situação de risco", mas de "situação de sorte" (alguns preferem o termo "loucura" ou "jogo de azar"). 

O Palmeiras é um time consideravelmente grande para a realização de tais empreitadas e, naturalmente, quem entra para o elenco titular, entra por mérito. Posso queimar a língua? Posso. Mas a verdade é que, mesmo que Betinho marque o gol da vitória, a chance de ter acontecido por pura sorte será muito elevada. Ricardo Bueno era banco no Atlético-MG, um time considerado "grande". Não vingou.

As alternativas com Daniel Carvalho são ousadas, é verdade. Se nesse momento perdermos algum dos meias por lesão, não teremos peças de reposição - principalmente para o Brasileirão, um campeonato muito longo. Carmona já saiu e algumas improvisações que já conhecemos (Patrik, o próprio João Vítor já jogou mais adiantado) e que não funcionam tão bem quanto as "peças originais" serão necessárias. Mas isso não tira em nada a importância da partida de volta. Em determinados momentos, é preciso arriscar. Não tenho certeza que será dessa vez.

Betinho pode sim ser titular. Não há o menor problema nisso. 

Se não vingar, queimamos uma substituição.

*Henrique poderia ser improvisado como centroavante. Sabe cabecear, finalizar com a bola nos pés, já fez gols pelo Palmeiras (Betinho, não). Mas já imaginaram Román e Maurício Ramos (ou Leandro Amaro) batendo cabeça lá atrás? Não rola.

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