domingo, 27 de maio de 2012

BRASILEIRÃO 2012: Palmeiras 0 x 1 Grêmio

Palmeiras 0 x 1 Grêmio
27/05/2012
Brasileirão 2012
Estádio Olímpico
2ª rodada

Onze iniciais
O Palmeiras veio a campo no 4-3-1-2 de Felipão, com o retorno de Felipe para a armação (Valdívia poupado no 1º tempo) e Fernandinho na lateral esquerda. Luan compôs a dupla de ataque com Barcos.

O Grêmio de Luxa veio em uma formação parecida, mas atuando praticamente no 3-5-2. Fernando atuou praticamente como terceiro zagueiro, recuando para que um dos zagueiros fizesse a saída de bola, além de marcar individualmente Felipe. Gilberto Silva e Naldo completando a zaga, Pará e Gabriel como alas - o tempo todo avançados.

Onze iniciais no 4-3-1-2. Luxa no 3-5-2

Primeiro tempo
O jogo até começou disputado, mas aos poucos o time da casa dominou a partida. Com o adversário no 3-5-2, marcando forte nossos três homens de frente e com os alas avançados, o Grêmio ganhou o meio-campo na superioridade numérica. Enquanto Marcos Assunção anulava Marco Antônio, Leo Gago e Pará sobrecarregavam João Vítor. Gabriel e Souza ganhavam sobre Márcio Araújo. Souza e Leo Gago são dois volantes bastante técnicos, difíceis de serem marcados. Com isso o Grêmio teve muito espaço para atuar, principalmente explorando as laterais do campo. Cicinho, mal na partida e marcando mal, muitas vezes fora de posição, deu várias oportunidades para o adversário.

O domínio, entretanto, não foi suficiente para o time deslanchar. A primeira boa oportunidade surgiu aos 16', em uma cobrança de lateral pela direita. Gabriel, avançado, arremessou a bola para Marco Antônio, que levantou na cabeça de Marcelo Moreno, cabeceando nas mãos de Bruno. Aos 22', porém, a pressão surtiu efeito. Souza enfia boa bola para Pará entre João Vítor e Cicinho, e sofre o pênalti. Na cobrança, Leo Gago acertou o travessão.

O Palmeiras, com a perda do domínio no meio-campo, recuou. Felipe, que já não fazia boa partida, com pouca movimentação, sumiu de vez. Com isso, Barcos atuou isolado, e quando isso acontece, já conhecemos a história. Busca jogo na intermediária e: ou faz o pivô, ou tenta resolver tudo sozinho dando chutão (muitas vezes sem direção).

Fernandinho até que tentava, mas pouco subia e errava passes. Com o espaço dado ao time adversário, o Grêmio se posicionava avançado, marcando a saída de bola do Verdão. A dificuldade do time em ficar com a bola era nítida e a primeira "grande" oportunidade veio só aos 32'. Felipe lançou Luan em profundidade pela esquerda, que bateu forte e cruzado. A bola passou rasteira na frente do gol, mas João Vítor não conseguiu concluir. João Vítor, diga-se de passagem, não fez boa partida.

Na sequência, Luxa tirou Miralles, que sentiu dores, colocando André Lima, outro centroavante. Em tese, não ajudou em nada, já que Marco Antônio estava anulado em campo. Por mais esforçados que fossem os atacantes do Grêmio, a bola não chegava. Aos 42', falta na intermediária para Kid cobrar nas mãos de Victor. O último lance perigoso da partida no primeiro tempo foi bizonho: Cicinho entregou a posse, o time do Grêmio aproveitou, Marco Antônio encontrou Pará livre (já que Cicinho tentou resolver o erro que fez), o lateral gremista chutou em cima do próprio Cicinho e quase - de novo - tomamos um gol.

Segundo tempo
O Grêmio veio com a mesma formação, enquanto Felipão promoveu a entrada de um "descansado" Valdívia. Não deu certo, e mesmo que com a habilidade do chileno o jogo do Palmeiras tenha melhorado, com melhores passes e melhor articulação, o time adversário ainda povoava o meio-campo. Sobrou espaço para a ligação direta, e em uma delas o Verdão quase abriu o placar aos 5'. Henrique lançou para Barcos, que escapou de Naldo, driblou o jogador novamente e finalizou em cima de Victor.

O jogo seguiu sem muitas chances dos dois lados, truncado. Mesmo melhor em campo, o Grêmio de Luxa errava passes primários. Aos 18', o treinador substituiu Marco Antônio para a entrada de Rondinelly (homenagem ao Rondinelli, "deus da raça"?). Garoto habilidoso, se movimentou bem, mas não fez chover. O jogo continuou com a mesma cara até que Felipão, aos 25', finalmente colocou Maikon Leite, o "falso-reserva", para tentar abrir o jogo pela direita. Para isso, o treinador tirou Barcos e deixou na mesma formação que jogou contra o Atlético Paranaense, em um 4-3-3 com Valdívia entre os ponteiros. Não deu certo, a bola não chegava e o panorama de hoje era completamente diferente: se naquele jogo eles estavam acuados, dessa vez, o Palmeiras é que estava no campo de defesa.

Luxa, ainda tentou articular alguma coisa diferente. Inverteu Léo Gago para atuar junto com Gabriel, pela direita. Os dois trocavam posições, confundindo a marcação, mas pouco resolvia, acabando sempre no tradicional chuveirinho para dentro da área. 

Léo Gago jogando pela direita e Rondinelly armando

Com o jogo parelho e com poucas chances para cada lado, a partida seria decidida nos detalhes. Aos 26', o Verdão levou a pior. Falta quase no círculo central para o Grêmio. Fernando levanta uma bola despretensiosa na pequena área. Marcos Assunção não deu conta de marcar André Lima, que deu uma casquinha de cabeça na bola e marcou. Grêmio, 1x0.

Reclamando ter sofrido falta, Kid ainda levou pra casa um cartão amarelo na bagagem. Se foi falta ou não, não importa. Quem deveria estar marcando um dos centroavantes do time adversário deveria ser um dos zagueiros centrais. Não foi o que aconteceu.

Percebendo as poucas chances do jogo, e mesmo jogando em casa, Luxa tratou logo de segurar a vantagem. Tirou Marcelo Moreno e colocou Vilson para fechar ainda mais o meio, com Léo Gago retornando para a ala esquerda e Souza para a ala direita. Rondinelly ficou isolado na criação e André Lima a única referência no ataque. Armou duas linhas de 4 recuadas no 4-4-1-1 e "trancou" o jogo. Ainda assim, o Palmeiras ainda dava sopa para o azar: aos 32', João Vítor cabeceou para trás, deixando Souza cara a cara com Bruno. O volante deu um voleio, mas pegou mal na bola e mandou pra fora.

Felipão tirou Assunção por medo de expulsão e colocou Betinho no lugar, que novamente não entrou bem. O jogo seguiu sem oportunidades para os dois lados até o final.

E o Verdão conheceu sua primeira derrota no Brasileiro.

Considerações
Na "batalha tática", pode-se dizer que Luxa levou a melhor. O Palmeiras, mesmo com um trio de volantes no meio, não conseguiu a posse. Poderíamos até apontar que os "desfalques" - como a ausência de Valdívia no primeiro tempo - atrapalharam, mas o chileno entrou no segundo tempo e também não ajudou muita coisa. O time de Luxa, nessa disposição tática no 3-5-2, anulou os jogadores de ataque do Verdão e ainda teve superioridade numérica no meio-campo. E é aí que entra a outra batalha.

Na "batalha da bola", não vi superioridade. Mesmo com tantos elementos a favor, além da torcida, o time gaúcho não tem nenhum destaque na armação. Com os laterais do Palmeiras atrás - Fernandinho, muito cru, quase não subiu no primeiro tempo e Cicinho, recuado pelos avanços de Pará - o Grêmio não conseguiu infiltração. Se conseguisse, aí sim o time de Felipão teria um problema: Miralles e (principalmente) Marcelo Moreno são bons atacantes.

O jogo serve como prévia para a Copa do Brasil, onde teremos um jogo mais disputado. Se o Palmeiras armar o time com a mesma disposição que o Grêmio veio hoje pode deixar o meio-campo do próximo jogo com cara de Avenida 23 de maio em manhã chuvosa de segunda. Aí, é apostar na eficiência das bolas paradas (set pieces, lá fora). Sim, o time leva vantagem nesse quesito quanto ao aspecto ofensivo - temos Kid. Já o aspecto defensivo, vimos o que aconteceu hoje (e que continuará a acontecer). Na média, são "elas por elas".

Uma saída pode ser explorar melhor as laterais e as pontas. Tirar um volante, colocar os pontas velozes - Maikon e Luan - desde o início, empurrar os laterais para o campo de defesa. Isso anularia a eficiência que teve o 3-5-2 teve hoje. Gabriel e Pará não saíram do campo defensivo do Verdão essa noite. Com eles atrás, o meio campo gremista sobrecarregaria menos os volantes alviverdes e o time teria um pouco mais de saída de bola. Juninho como elemento surpresa na frente traria mais ofensividade ao time. Com mais espaços, Valdívia poderia criar mais e, quando a bola chega lá na frente, Barcos poderia atuar mais próximo ao gol.

*Minha opinião é que a competição é importante demais para dependermos da sorte. Até porque, ela pode não estar do nosso lado até o final.

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