quinta-feira, 10 de maio de 2012

Palmeiras 4 x 0 Paraná

Palmeiras 4 x 0 Paraná
09/05/2012
Arena Barueri
Copa do Brasil

O Palmeiras começou o jogo no 4-3-2-1 (4-5-1), com Mazinho e Valdívia na meia e Barcos na referência. Na prática,  Barcos busca o jogo, recebendo bolas tanto dos volantes quanto dos laterais que sobem. Os meias criam, mas também são incumbidos de atacar.


Apesar da marcação avançada imposta pelo time de Ricardinho, pressionando a saída de bola logo nos primeiros minutos, jogando nos erros de passes do Verdão, o time rapidamente se impôs no meio campo. Aos 8', Valdívia arriscou de fora da área, o goleiro Luís Carlos deu rebote e Barcos quase abriu o placar. O Paraná, na sequência, roubou a bola de Valdívia, lançou Douglas livre na ponta da grande área, que por pouco não marcou, chutando cruzado para fora.

Passado o sufoco, o time continuou sem alterar seu padrão de jogo. Mazinho demonstrou que se movimenta bem e pode deixar os companheiros em condições de finalizar, como aos 11', em que encontrou João Vitor livre. Outro que fez bom primeiro tempo foi Márcio Araújo, que aos 13' fez bela arrancada pela direita, inverteu o jogo para Juninho na ponta esquerda que bateu prensado.

Aos 21', outro chute de Valdívia para rebote do goleiro, com Barcos isolando a bola. O time seguia insistindo muito pelo meio, sempre acabando bloqueado pela forte marcação do Paraná. Aos 28', Valdívia recebeu falta na intermediária, pela direita. Kid cobrou e Mazinho completou na pequena área, de carrinho. Verdão, 1x0!

No minuto seguinte, Henrique e Douglas se estranharam dentro da grande área do Verdão, e acabaram expulsos. Marcos Assunção rapidamente assumiu a posição de Henrique, com o time atuando no 4-2-2-1, sem prejuízo para o sistema defensivo e meio-campo. Após isso, o padrão do jogo se manteve até o final do primeiro tempo.



Segundo tempo
O time voltou a campo sem Barcos, que sentiu uma pancada após cobrança de falta do Paraná ao final do primeiro tempo. Com Román em seu lugar, Marcos Assunção voltou à posição original e o time atuou sem centroavante.



A principal mudança do Paraná não foi tática nem de jogador, mas de estratégia de jogo. O time se deslocou todo ao campo de defesa do Palmeiras, partindo para o tudo ou nada. Em um dos passes pelo meio, logo aos 5', Kid interceptou a bola, avançou e lançou Mazinho na meia esquerda, que só precisou tirar o último marcador da jogada para finalizar forte no canto de Luis Carlos. Verdão, 2x0!

O Paraná seguiu avançado, e sistematicamente distribuindo o jogo pelas laterais, principalmente com Paulo Henrique nas costas de Juninho, conseguindo boas chances em que muitas vezes contamos com a sorte e com a falta de pontaria dos jogadores do time adversário para não levar gol.

Como a estratégia não dava retorno, o Verdão era quem se beneficiava. Jogando como o resultado a seu favor, tinha a tranquilidade para melhorar a qualidade dos passes no meio campo e contava com boa subida dos laterais Cicinho e Juninho, que foram continuamente acionados. O time avançava com facilidade ao ataque, sem pressa, "cozinhando" o time de Ricardinho. Em uma das subidas, pela esquerda aos 16', Mazinho driblou um marcador, bateu forte, cruzado, a bola passou por baixo das pernas de outro marcador e Valdívia completou. Verdão, 3x0!

O time adversário morreu em campo com o terceiro gol e este é o momento ideal para colocar um jogador veloz como Maikon Leite para acabar de vez com a partida. Aos 26', Mazinho saiu para a entrada do atacante, que não fez feio e aproveitando uma devolução errada da defesa do Paraná, interceptou a bola, disparou, deixou a zaga no vácuo e marcou o seu. Verdão, 4x0!

Depois disso, foi só administrar o resultado até o final do jogo. Felipão sacou Valdívia para a entrada de Patrik e o time fez o resto. Fim de jogo, vitória de um elenco entrosado, calejado, e que fez por merecer, atacando até o último minuto da partida. Tocando bem a bola, com tranquilidade, digno de "olé" por parte da torcida que compareceu ao estádio. Bela partida, vitória que levanta o ânimo do time.

Considerações
Duas considerações sobre Mazinho. É, claramente, um bom reforço. Um jogador que em apenas dois jogos demonstra forte entrosamento com os jogadores de meio-campo e ataque só pode ser bom. E para estar afinado com uma turma que conta com Barcos, Valdívia, Assunção, tem que ser habilidoso. Essa é uma aposta minha. A segunda consideração é o bom chute de canhota. Tem direção e é muito forte. Basta ver o lance do segundo gol. O goleiro estava na bola. Só a velocidade do chute superou a projeção de "tempo da bola" feita pelo goleiro, que caiu atrasado.

A outra observação é a "disputa" entre Maikon e Mazinho pela vaga de titular. Isso é absurdo, historiazinha inventada pela mídia para gerar alguma audiência criando um atrito inexistente. Os dois devem ser vistos não como concorrentes - aliás, nem características semelhantes possuem - mas como complementares, como foi nessa noite. A entrada de Maikon no final de jogo sempre leva mais perigo ao adversário, que nesse momento da partida está mais cansado.

Sobre a partida, sempre é bom ganhar de goleada. Mas lembremos que após o primeiro gol, o Paraná que até então esperava o Palmeiras avançar para partir no contra-ataque se posicionou todo no campo de defesa alviverde, partindo para o tudo ou nada. No segundo gol (de Mazinho) e no gol de Maikon, foram interceptações no meio-campo que deixaram os jogadores livres para marcar, o que certamente não ocorreria se a defesa do time adversário estivesse bem postada. O Paraná encontrou nas costas de Juninho uma senhora avenida com o lateral Paulo Henrique sistematicamente pressionando por lá e quase tomamos gol no finalzinho por aquele lado.

O time no 4-3-2-1 é interessante, mas é ainda mais interessante com Daniel Carvalho e Valdívia atuando juntos. Mazinho é habilidoso mas, diferentemente de Daniel Carvalho, conduz a bola até o ataque ao invés de meter uma enfiada entre os zagueiros de qualquer distância. Daniel é mais eficiente e tem maior visão de jogo. Uma alternativa interessante com Mazinho seria utilizá-lo no 4-2-3-1, com Daniel ou Valdívia centralizado, Maikon pela direita, Mazinho na esquerda e Barcos na referência. O esquema com três volantes ainda é o "padrão", então essa alternativa ficaria para momentos em que o time estivesse precisando de "agressividade". Como o buraco na lateral esquerda é essencial ao time - a relação custo-benefício do apoio constante de Juninho parece valer a pena - Márcio Araújo faz a cobertura e João Vítor sairia.

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