quarta-feira, 16 de maio de 2012

COPA DO BRASIL: Palmeiras 2 x 2 Atlético-PR

Palmeiras 2 x 2 Atlético-PR
16/05/2012
Copa do Brasil
Estádio Vila Capanema (Durival de Britto)
1º jogo



O time veio a campo armado no 4-3-1-2, com Valdívia na armação, Mazinho e Barcos compondo o ataque. O trio de volantes já tarimbado entrou novamente, com Juninho na lateral esquerda, Cicinho na direita e Leandro Amaro compondo a zaga com Maurício Ramos. Bruno no gol. Já o técnico Juan Carrasco fez o que pode para garantir a vantagem em casa: armou o time no 4-3-3, com Guerrón pela direita, Edgar Junio pela esquerda, Bruno Mineiro como centroavante.




Onze iniciais: Verdão no 4-3-1-2 contra o 4-3-3 do Atlético

Primeiro tempo
Logo nos primeiros minutos, o Atlético partiu para cima e chegava à frente com facilidade. Com Valdívia e Mazinho pouco inspirados, o time da casa recuperava a bola e partia para cima pelos lados do campo, explorando Guerrón nas costas de Juninho. A primeira chance do Verdão só surgiria aos 9', quando Márcio Araújo encontrou João Vítor, livre pela direita, após um escanteio. O volante bateu duas vezes, uma em cima da zaga, e na sobra, pra fora. 

Observação interessante: A jogada toda, entretanto, merece destaque. Após o escanteio e a finalização errada, o time ficou com a sobra e trabalhou os passes em volta da grande área até encontrar uma oportunidade. Não adianta finalizar a sobra de qualquer jeito. Com os zagueiros subindo para cabecear no escanteio, muitos jogadores adversários voltam para marcar, abarrotando a grande área. É preciso "abrir" esse bolo, tocar com paciência até encontrar espaços.

As inúmeras subidas do CAP pela nossa ala esquerda teriam que gerar algum perigo. O adversário conseguiu uma falta por lá aos 16'. Ligueira cobrou no segundo pau, Renan Foguinho conseguiu ganhar da marcação, cabeceou para dentro da pequena área e Bruno Mineiro concluiu também de cabeça. CAP, 1x0.

Os erros pela lateral continuaram os mesmos. Aos 19', jogada emblemática. Juninho perde a bola no ataque, Guerrón recebe lançamento longo, livre pela nossa lateral e cruza rasteiro. A bola passa por toda a defesa palmeirense mas o Atlético não aproveita.

Aos 20', Barcos recebe grande passe de Valdívia depois de driblar um marcador, na grande área, pela esquerda. Ganha no "pé de ferro" com Renan Foguinho e finaliza no canto esquerdo do goleiro Rodolfo. Verdão, 1x1!

A alegria, porém, durou pouco. Alan Bahia - o cara das bolas paradas do CAP - lançou Guerrón nas costas de Juninho - impedido - que bateu forte para dentro da pequena área. A defesa não conseguiu desviar a bola que sobrou para Edgar Junio finalizar. CAP, 2x1.

As chances começaram a rarear e o time ficou sem criatividade, dependendo de uma ou outra chance de bola parada. Aos 26', Assunção cobrou na barreira (Cleberson desviou com a mão). Aos 29', Rodolfo deu um tapinha na bola, por cima do gol. Ainda sobraria para o travessão aos 40'. Não vingou.

Aos 34', João Vítor aciona Valdívia pela direita. O chileno foge da marcação e encontra Barcos de costas para a marcação de Manoel. Ele girou sobre o zagueiro e chutou, mas Rodolfo defendeu. Aos 36', no contra ataque, outra jogada de destaque. Edgar Junio partiu pela esquerda, encontrou Liguera passando atrás da zaga alviverde, só que demorou demais para finalizar. Maurício Ramos conseguiu o desarme por trás e Bruno desviou a bola.

Tirando uma bola parada do Atlético, o jogo chegou ao final sem mais tropeços.

Segundo tempo
Felipão veio com a mesma formação, apesar dos erros defensivos nas jogadas de bola parada e pelas laterais. Segundo entrevista pouco antes do jogo recomeçar ao canal SporTv, ele disse que o Atlético jogava com um centroavante que saía constantemente da área (Bruno Mineiro), a zaga acompanhava e então tentava-se um lançamento para os pontas (Edgar Junio e Guerrón) entre a zaga e os laterais. Pediu ainda para os laterais marcassem mais firme por dentro - basicamente, para não deixar essas enfiadas acontecerem. Além disso, deu uma alfinetada nos volantes: "tem que ter cobertura".

O time começou melhor, o puxão de orelha parece ter funcionado e nosso lado esquerdo decolou, além da melhor cobertura com Márcio Araújo por aquele lado. Roubando a bola principalmente no meio do campo com os três volantes, ou com as interceptações e avanços dos zagueiros, que faziam boa leitura do jogo adversário, o time manteve o ataque abastecido no início. 

Aos 6', em boa subida, encontrou Barcos na cabeça da grande área. Ele rolou pra Mazinho, que devolveu para o argentino. Ele chutou, a bola desviou na zaga e bateu no travessão.

Aos 12', Felipão fez duas alterações substanciais, armando o time no 4-2-3-1: Mazinho, até aquele momento, nulo, saiu para a entrada de Luan. Cicinho saiu para a entrada de Maikon Leite. 

Como Luan realiza a cobertura pela esquerda, não precisamos de três volantes. Sem três volantes, abre uma vaga no meio-campo ou no ataque. Com a necessidade de ao menos igualar o placar, Felipão deu prioridade ao ataque. Maikon, já é sabido, cai muito melhor pela direita que pela esquerda. Além disso, com o cansaço do time adversário, encontraria muito espaço por lá. Recuou João Vítor para a lateral direita - melhor na partida que Cicinho - e botou o jogador para "voar" nas costas de Zezinho.

Time no 4-2-3-1, uma de nossas formações ofensivas

Logo aos 13', Márcio Araújo encontrou Barcos na ponta direita da grande área. O argentino puxou dois marcadores, tocou de calcanhar para Maikon Leite que vinha correndo por dentro. O atacante foi cortando para a esquerda na entrada da área e bateu de canhota, no ângulo do goleiro Rodolfo. Verdão, 2x2!

O Atlético tentou esboçar uma reação - com Guerrón, de novo (até enche o saco ficar escrevendo o nome desse cara), ganhando em cima de Juninho e batendo cruzado - mas foi só. O técnico Juan Carrasco, que a essa altura da partida já havia sido expulso por um tumulto com Valdívia, sacou a principal arma do time, o equatoriano - muito provavelmente para dar um descanso ao jogador para a partida de volta - e acabando com as jogadas em velocidade. 

Os zagueiros do Verdão cresceram na partida, fazendo muitas antecipações e a cobertura com Luan pela esquerda foi excepcional, mesmo que no ataque ele não seja aquela maravilha. Até os 25', atuando dessa forma, o time manteve o domínio da partida, mantendo a posse no meio-campo e chegando bem principalmente com Luan e Maikon. Aos poucos, porém, o ritmo do jogo esfriou, poucas chances foram criadas dos dois lados e era claro que o empate com gols estava de bom tamanho. Aos 40', ainda deu tempo de uma chance bizonha de Luan, sozinho pela esquerda, tentar uma cavadinha para encobrir o goleiro e acabar recuando a bola. Fim de jogo na Vila Capanema.

Considerações
Sobre o resultado final, o empate com gols não é ruim. Sabíamos que o Atlético viria mordido com a derrota no Estadual e partiria para cima. Nosso objetivo era justamente esfriar esse ânimo e sair em situação favorável. Não foi a vitória, mas saímos com a vantagem dos gols fora de casa.

Analisando o jogo em si, porém, vimos que poderíamos ter levado mais gols. O buraco na esquerda deve ser resolvido para a próxima partida. Futebol é oportunismo, se um time tem vantagem em algum setor e explorá-la sistematicamente, terá chances. As chances pela lateral esquerda que foram aproveitadas geraram dois gols. A parte ruim é que nem todas foram aproveitadas. A parte boa é que Juninho não precisa sair para o buraco desaparecer. Luan dá conta da cobertura.

O dilema do treinador é: "quando usar a formação ofensiva?". Se começássemos no 4-2-3-1, com Maikon e Luan na frente, diante de um Atlético descansado, com Guerrón voando nas costas do Juninho, o que aconteceria? No 4-3-1-2, temos uma linha de três jogadores cuja especialidade é o desarme. Maikon não é jogador de segundo tempo, mas definitivamente entra melhor nesse momento, com o time adversário cansado. Se Mazinho aprender a marcar, pode ser um jogador excepcional. Hoje, não atuou bem no ataque. Como não tem outra característica forte, como por exemplo a marcação, veio a ser substituído. Luan, por sua vez, é exatamente o oposto: sabe marcar, mas no ataque é sofrível.

Outro ponto a ser resolvido: bola parada, eterna falha desse time. Treino, treino e mais treino.

A última questão que gostaria de abordar - e há tempos venho falando nisso - é a enorme diferença entre o "Barcos que recebe a bola fora da grande área, tenta algo sozinho e perde a posse" e o "Barcos que recebe a bola dentro da grande área, finta um marcador e marca o gol". Nosso time tinha os dois até outro dia. Hoje, só o segundo jogou. E é esse o Barcos que queremos. 

Infelizmente, não estará disponível em nenhuma das versões por suspensão automática na próxima partida.

Com o Atlético cauteloso no próximo jogo, saindo no contra-ataque, mesmo se tomarmos um gol, o empate nos dá a vitória. Se marcarmos 1x0, a fatura é quase liquidada, por isso é provável que eles não venham no 4-3-3 de hoje. Temos que nos impor em casa. Usando esse esquema ofensivo do segundo tempo (4-2-3-1), podemos criar mais chances pois Valdívia fica mais livre para encontrar Barcos no momento do ataque, com os pontas ocupando os marcadores. 

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