sexta-feira, 14 de outubro de 2011

30ª rodada que promete mudanças

Depois do jogo contra o Flamengo, só se fala na ausência garantida de Kléber, que não joga mais pelo Palmeiras. Nem Felipão, nem Frizzo querem que ele jogue pelo Palmeiras. Não tô nem aí. Se ele jogará ou não, meu time é maior que tudo isso. Por isso, me preocupo acima de tudo com a próxima rodada. E a ausência que mais será sentida não será a do já "ex-atacante" do Verdão, mas sim a do nosso volante-sósia, Kid. A saída do principal batedor de faltas vai dar uma sacudida no esquema tático do alviverde imponente.

A mudança é forte porque:

1. Bola parada: o volante se destaca no campeonato. Cobra todos os escanteios do time, faltas de pequena e média distância. Tem um número impressionante de assistências, 25 no total, além de ter marcado 5 gols. É de longe a peça mais importante no elenco alviverde e os números refletem mais do que a qualidade - indiscutível, diga-se de passagem - do jogador. Refletem, acima de tudo, um time que tem jogado completamente em função desse jogador. Daí surgem duas opções: ou o time continua com o padrão de jogo atual, ou muda tudo. Caso Felipão escolha pelo "Palmeiras de sempre", poderá motivar a entrada de Pedro Carmona no meio campo, já que um dos pontos fortes do jogador é a bola parada. Caso isso não ocorra, podemos ter que nos virar com a bola no chão. E com a bola ao chão, é melhor colocar o Valdívia em campo, mesmo que sem ritmo. Cabe ao Felipão escolher.

2. Marcação pelo lado esquerdo: do ponto de vista da marcação, mesmo não sendo dos mais aclamados, fará falta ao time. Olhando os números, o argumento de que a entrada do Luan é importante para cobrir os "buracos" na marcação deixados pelo Kid não procede. Além disso, nosso lateral esquerdo titular sobe demais e é extremamente fraco na marcação. Apesar do número de desarmes ficar na média, o volante aparenta ser lento em campo. Entretanto, nunca comprometeu o time. Não é habilidoso, mas tem bom passe.

Sonho meu
Se eu fosse o treinador, seria simples e direto. Se mantermos o padrão de jogo, é 70/30. 70% de chance de empate, 30% de chance de derrota. Precisamos jogar bem com a bola no chão, e o time é capaz disso. A imprensa sempre pende para o time com maior torcida, e vi um Palmeiras diferente ontem, que foi melhor que o Flamengo, que agrediu mais. Precisamos potencializar isso. A mudança de padrão de jogo poderá forçar os atacantes - e não os altos zagueiros - a fazer o serviço para o qual foram contratados, marcar gols. Mas como?

Com Marcos Assunção em tratamento, a linha de volantes seria formada por Chico e Márcio Araújo. Henrique e Thiago Heleno na zaga, Cicinho na lateral direita. Gabriel Silva na lateral esquerda. Luan será importantíssimo contra o Fluminense, por dificultar a saída de Mariano que, contra o Coxa, infernizou e deu duas assistências por aquele lado. No jogo de ida, os jogadores praticamente se anularam. Luan quase não apareceu no jogo, e a maior parte das chances de gol do Fluminense saíram pela esquerda, com o lateral Carlinhos ou com a troca de passes entre Deco e Marquinhos, resumindo, acharam - e rápido - que o caminho para derrotar o alviverde era pela esquerda, o lado direito do Palmeiras.

Marquinhos também infernizará o meio-campo, assim como na partida de ida. Cicinho não foi bem naquela partida, e a dinâmica entre o meia-esquerda do Fluminense com Deco praticamente selou o resultado. Deco, por sua vez, não tem atuado bem, mas é o Deco. No jogo de ida, sairam dos seus pés dois lançamentos que, por extrema infelicidade de Fred, não se converteram em gols. Não podemos vacilar, e torço para que Chico e Márcio Araújo anulem o jogador. Terão trabalho, assim como o próprio Kid que voltou do Rio com uma caneta de brinde do ex-Chelsea e Barcelona.

Patrik fez boa partida contra o Flamengo (dando lugar a Valdívia no segundo tempo) e poderia continuar, mas ainda acho que o meio-campo ficaria pouco criativo e dinâmico dessa forma. Com Valdívia sem ritmo, se colocássemos Carmona na criação, ficaria sobrecarregado. Ele tem que jogar com outro meia, outro criador. Carmona jogaria bem com Patrik caindo pela direita, mas isso não é possível porque Luan tem vaga cativa e Maikon Leite terá a titularidade garantida após a saída de Kléber. Fernandão é a referência, então, no esquema proposto por Felipão, com dois atacantes, não há espaço no meio campo para o novato, que atua como Valdívia, mas não é o Valdívia. Acho que fica no banco.

Para o próximo jogo, o Palmeiras tem que agredir pelo lado esquerdo, ou melhor, o lado direito do Flu. Esse é o caminho. Com Luan na marcação, o meia tem que ter um passe preciso para sairmos em velocidade no contra-ataque nas costas do Mariano. Carmona e Valdívia possuem essa característica, por terem velocidade e boa saída. Patrik é um jogador mais estático. Caso Luan esteja muito recuado no momento da saída, o ideal era ter um atacante pela esquerda com movimentação e velocidade. Esse é outro fator, aliado ao fato de que devemos jogar (necessariamente) mais com a bola ao chão, para que Fernandão não comece como titular. Apesar de habilidoso, Fernandão é lento, sendo mais um homem de referência do que um atacante. Não queremos um novo Kléber. Em seu lugar, optaria por um jogador mais veloz, no caso, Ricardo Bueno. Acho difícil Felipão armar o time assim.

Por fim, cuidado redobrado com Fred, que está jogando demais. Um especialista em bola aérea que encontrará a defesa que mais vacila nesse tipo de jogada. As chances de tomarmos gol nesse tipo de bola é grande, desde que a bola saia dos pés de um armador ou lateral para a cabeça dele. Por isso, repito, a caça de Luan por Mariano deve ser implacável. Quanto às qualidades defensivas de Gabriel Silva, oremos.

Minha escalação! Deola; Gabriel Silva, Henrique, Thiago Heleno, Cicinho; Chico e Márcio Araújo; Luan e Valdívia; Ricardo Bueno e Maikon Leite.

Felipada! Deola; Gabriel Silva, Henrique, Thiago Heleno, Cicinho; Chico e Márcio Araújo; Luan e Patrik; Fernandão e Maikon Leite.

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