segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Por um Felipão mais "ousado"

Observação importante (27ª rodada): empatamos mais uma. E contra o lanterna do campeonato... 

Agora vamos ao post!

Além de treinar e concentrar, o treinador é pago principalmente pela forma como arma o time antes do jogo e realiza as substituições para alterar a situação durante o jogo. Até o momento, Felipão tem patinado feio nessas atividades.

Erra antes...
Lembro o jogo contra o Botafogo no Engenhão em que colocou nada menos que 5 volantes. Adiantou? Tomamos 3 a 1. Em muitos outros jogos, entram 4 volantes, raramente 3. Como ele pensa em marcar gols com tantos volantes em campo? Esse é o problema na hora de armar o time, ou seja, antes do jogo começar. Questão estratégica.

... e erra depois.
Depois, quando o time está precisando do resultado, fica trocando peças iguais, o famoso 'seis por meia dúzia', sem alterar o estilo de jogo do time, sem deixa-lo mais agressivo. Troca Tinga por João Vítor, Gabriel Silva por Gerley, Fernandão por Ricardo Bueno. Esse é o erro durante o jogo. Escalações e mudanças que em nada alteram o padrão de jogo e, consequentemente, em nada alteram o resultado.

Considerações
Felipão de fato "acerta" jogadores. É um trabalho duro, traduzir idéias complexas sobre tática para jogadores certamente não é nada fácil. Porém, dentro de campo, as condições são variáveis e a flexibilidade do treinador é primordial para lidar com as adversidades. Durante as partidas do Palmeiras, entretanto, não vemos essa flexibilidade. O estilo de jogo do time é inflexível, invariável, e com isso, previsível. Isso é uma fragilidade.

Alguns - poucos, no momento - podem defender Felipão, argumentando que os volantes ajudam a prender a bola no campo de defesa adversário, que custa a voltar, encontrando o paredão no meio campo. Com a bola sempre no ataque, pelo menos na teoria, nos bastaria apenas ter atacantes na frente para finalizar ou realizar uma jogada ofensiva, combinado com bastante ligação direta.



Balela. Se por um lado, isso deu certo defensivamente - somos o time menos vazado do campeonato -, por outro lado, nos prejudicou quanto ao poderio ofensivo. Por quê? Porque mesmo um esquema básico armado no 4-4-2, com dois volantes e dois zagueiros, parece uma barreira intransponível para o Palmeiras, pois o time não conta com meia-armadores de qualidade desde a saída de Valdívia. O meia é fundamental para "furar" as linhas defensivas, seja por uma jogada de habilidade ou por um passe em profundidade, deixando os atacantes em melhores condições de finalização e conseqüentemente, aumentando as chances de marcar. E não é o que ocorre no Palmeiras.

Além de armar mal o time, Felipão escorrega nas alterações. Falta ao treinador do Palmeiras, um "baita dum treinador", diga-se de passagem, ousadia. O time é limitado sim, mas pode render muito mais. Precisamos de novas jogadas, mais trabalho coletivo, mais variações táticas. Isso melhora o entrosamento, e não o contrário. Se um time fica bitolado demais no esquema feijão-com-arroz, só saberá fazer o feijão-com-arroz e não saberá improvisar. Basta encarar um adversário que impõe mudanças no padrão de jogo que a partida fica complicada.

Muitos são os exemplos em que o time teve o controle do jogo durante quase toda a partida, mas não evoluiu além de um empate. Em uma reportagem recente do LANCE! (vacilos que custam a liderança), foram mostrados os pontos que estavam na nossa mão e que foram desperdiçados, podendo ter deixado o time na ponta, no melhor dos cenários, claro. Mas não há dúvidas que, se pelo menos parte destes pontos fossem recuperados, estaríamos na briga por uma vaga na Libertadores.

Em quase todas essas oportunidades, a situação era a mesma: tínhamos o domínio do jogo, ou seja, o padrão tático e as peças, naquele momento, quase davam conta do recado. Sem alterações, nada mudaria. Continuaríamos com o controle do jogo, porém sem o resultado. O que devia ser feito, afinal? Uma alteração efetiva, a saída de um volante por um meia ou atacante, uma mudança tática, uma nova jogada, algo que sacudisse o jogo, que deixasse o time mais ofensivo, que pegasse o time adversário desprevenido, uma mudança, não simplesmente uma substituição, mera reposição de peças. Coisa que Felipão não fez.

Resumindo, se o panorama é ruim, o excesso de conservadorismo do bigode deixa as previsões sobre futuro ainda piores. E por isso eu digo...

- Muda, Felipão!

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