sexta-feira, 29 de julho de 2011

13ª rodada: Palmeiras x Atlético-MG (Prévia)

O time pega o Atlético Mineiro, em casa, pela 13ª rodada do campeonato brasileiro.

Uma idéia do que o Verdão tem pela frente:

Pontos Fortes
  • Bola aérea: o Atlético tem um time muito agressivo, com boa bola aérea. Magno Alves de cabeça é um perigo, se o Palmeiras vacilar é caixa. Outra coisa ruim dele é que o cara se movimenta bem, dribla bem, bate bem com os dois pés. Craque de bola.
  • Lado esquerdo forte: Atuam muito forte pelo lado esquerdo, se o Cicinho não jogar bem, pode ficar perigoso.
  • Imprevisibilidade e chutes de fora da área: Quando saem pro ataque, saem quase todos juntos, sem muita organização, são imprevisíveis. Todos chutam bem de fora da área, volantes, meias, atacantes. São bons inclusive na bola parada. A pontaria não está das melhores, talvez pela situação que o time passa, o nervosismo atrapalha. Mas todas "on target", com dizem os ingleses. Ou seja, por mais erradas que foram, atingiram o alvo. Se ela melhorar amanhã, vamos ter problemas. Qualquer que seja o goleiro, Deola ou Marcos, vai ter trabalho pela frente.

Pontos Fracos

  • Se expõem demais: A parte ruim de ser agressivo. Justamente por essa característica, muitas vezes o time tomou gols em que só os dois zagueiros ficam sozinhos lá atrás, três contra dois, quatro contra dois. E uma das melhores características do Palmeiras é jogar no contra-ataque. De repente, em uma ligação direta ou em um contra-ataque rápido, o Verdão pode definir.
  • Bola Aérea: Os zagueiros são bons em marcar gols de cabeça, como provaram contra o Avaí. Mas não são bons de marcar jogadas de bola aérea. Escanteios, cruzamentos, tudo perigo de gol. Coisa que o Palmeiras faz com maestria, com Marcos Assunção, aquele escanteio fechado na primeira trave, uma bola parada para a pequena área. Como o já ídolo da torcida pega bem na bola, com força, é só escorar.


  • Lado esquerdo vulnerável: Justamente o lado mais forte na frente é o lado mais fraco deles atrás. Na goleada que os caras tomaram do Flamengo, a maior parte dos gols saíram por lá. Contra o Inter também. Encaixe perfeito com nossa dinâmica de ataque por aquele lado, a interação entre o trio Cicinho-Márcio Araújo-Maikon Leite. Mesmo com a suspensão de Márcio Araújo, ficamos ainda com dois grandes jogadores por esse lado.
Considerações
O Palmeiras encaixa três pontos fortes contra o Atlético: bola aérea, lado direito forte, contra-ataque rápido. Com a saída de Kléber, o time pode ganhar mais velocidade pelas pontas. Valdívia vem treinando forte para aguentar 90 minutos em campo e seu desempenho vem em uma crescente, o que é muito positivo para o time. Pela direita, temos a velocidade de Maikon Leite. Pela esquerda, teremos Luan, em uma provável última atuação pelo time. Podemos ainda perder em velocidade e marcação pela esquerda caso Wellington Paulista entre em campo na função de Luan, ainda no 4-2-1-3, mas ganharemos em qualidade de finalização, e muita, se o atacante estiver inspirado. Mesmo que Wellington não volte para marcar, o lado perigoso do Atlético é o canto oposto do campo, que também é o nosso lado mais forte ofensivamente. Podemos atuar no contra-ataque por lá. Nas bolas paradas, uma boa dose de Marcos Assunção e Maurício Ramos neles. 

Resumindo, temos grandes chances de vencer essa partida.

quinta-feira, 28 de julho de 2011

12ª rodada: Palmeiras 1 x 0 Figueirense

Maikon, Luan por uma noite
O Palmeiras veio a campo no 4-3-3, com Wellington Paulista na ponta direita, como já vinha treinando, e Maikon Leite invertido para a ponta esquerda. Como já tinhamos previsto, o "miolo" do time tem qualidade, mas continua muito lento. Com Valdívia fora de forma e ainda sem ritmo e Kléber voltando ao meio para buscar jogo, o jeito era tentar com os pontas.

Gerley atuou como titular na lateral esquerda, agora sem Luan para fazer o apoio na marcação, e mesmo com o rápido Maikon voltando esporadicamente para ajudar, o jovem jogador apoiou o ataque poucas vezes. Maikon fez boa partida, meteu uma bola na trave e deu bastante trabalho para o goleiro Wilson e para a marcação do time adversário, mas sentiu a dificuldade de atuar como Luan, pela função defensiva que o jogador exerce.

Wellington não serve para a ponta
Cicinho apoiou bastante, uma atitude arriscada, já que o lado forte do Figueirense no ataque é justamente pela esquerda. Wellington Paulista novamente não vingou, exceto por uma bola que mandou na trave de cabeça. É uma questão de característica do jogador. Wellington não atua bem no ataque jogando uma linha atrás, recebendo a bola e ainda ter de passar por dois ou mais marcadores para depois finalizar ou dar assistência. O forte dele é o posicionamento na pequena área, centralizado, recebendo a bola para finalizar em seguida. Seria como recuar o Deivid do Flamengo para jogar na posição do Thiago Neves. Perda de tempo.

Primeiro tempo disputado
Campo molhado, com os dois times arriscando bastante, tivemos um equilíbrio de chances no primeiro tempo. Kléber quase abriu o placar logo ao primeiro minuto com uma bobeada da zaga catarinense, batendo cruzado para fora. O Figueirense, por sua vez, com mais volume de jogo, chegava com perigo ao ataque principalmente com Aloísio pela esquerda, com ótima chance aos 27'. O atacante só parou em Deola, que fez excelente partida, saindo bem quando necessário e realizando importantes defesas.

Segundo tempo, Palmeiras melhor
No segundo tempo, o equilíbrio se desfez, com o Palmeiras dominando claramente o jogo. A defesa foi segura e não vacilou nas bolas aéreas, jogada que o time adversário abusou ao final da partida. O resultado, entretanto, não vinha. Os times pouco criavam, mesmo com Kléber realizando grande partida. Maikon errou na pontaria e por pouco não fez um belíssimo gol em chute cruzado pela esquerda logo aos 9' da etapa final. Aos 12', os catarinenses roubaram a bola na intermediária e em um rápido contra-ataque, 3 contra 2, só não marcaram pela falta de visão de Aloísio. O atacante, de cabeça baixa, não foi solidário com seus companheiros de ataque e chutou nas mãos de Deola. Valdívia estava apático, perdido e facilmente anulado pela marcação de Ygor e Tulio, sendo substituído aos 16' pelo volante João Vítor. No papel, ainda no 4-3-3 (4-2-1-3).

Luan entrou aos 26' no lugar de Wellington Paulista, jogando Maikon de volta para a ponta direita, mantendo o esquema. Aos poucos, o Palmeiras agressivo do começo do segundo tempo esfriou e se transformou naquele velho Palmeiras que conhecemos: lento, pouco criativo e dependente das bolas paradas. Marcos Assunção, de novo, teve que salvar o time. Aos 31' assustou Wilson com um chute forte de longa distância. Aos 37', o gol salvador. Lançamento de Marcos Assunção para a pequena área, o goleiro do Figueirense bateu roupa e a bola rebateu em Maurício Ramos. Para garantir o resultado, Felipão colocou Chico no lugar de Maikon Leite, alternando para o 4-3-1-2 com quatro volantes, forçando o Figueirense a jogar pelas pontas, fazendo chuveirinho. Apesar do sufoco no final, o time não deu brecha e na base do chutão, garantiu o primeiro resultado fora de casa.

Considerações


O meio-campo não funciona tão bem assim
O time não jogou bem. Os jornais ressaltam a "garra" do elenco, do "espírito guerreiro" do time. Isso é positivo, ajuda o time, mas segue na direção oposta do que esse elenco pode render.

É uma grande falácia pensar que o time sempre ficará melhor com Kléber e Valdívia atuando juntos. Sim, o time ganha qualidade técnica. Sim, o meio-campo ganha consistência e posse de bola. Mas muita gente esquece - os mais fanáticos, principalmente - que falamos de dois jogadores habilidosos, dribladores e que, acima de tudo, adoram a posse de bola. A característica dos dois jogadores é a visão de jogo em um pequeno espaço de campo, não amplo, ou seja, carregar a bola até o último passe ao invés de simplesmente realizá-lo a uma longa distância.

Individualismo e falta de ritmo
A função de Kléber, dentro do papel que lhe cabe no elenco, é a de meia-atacante, não centroavante. Kléber não fica plantado na frente. Geralmente, recua até a linha intermediária buscando o jogo, recebe a bola de costas para os defensores e faz o pivô. Quando a recebe de frente, sua função é armar jogadas distribuindo-a aos pontas ou finalizar, quando julgar conveniente.

O problema é que é difícil ver Kléber realizar uma jogada sem terminar deitado ao chão. O mesmo acontece com Valdívia, com menor frequência. A mídia explica: "são muito caçados". Então não é o posicionamento dos outros jogadores do time para receber o passe que está errado? Uma coisa é certa: quanto mais tempo demorar para passar a bola, mais rápido a marcação adversária chegará para o combate até o inevitável momento em que a marcação é tamanha que só derrubando o jogador para que a situação se resolva.

Para complicar a história, o time carece de um meia-armador desde a lesão de Valdívia contra o Corinthians. Lincoln não conseguiu se firmar e Patrik ganhou a posição. Quando o chileno voltou da Copa América, Patrik perdeu a posição novamente mesmo fazendo boas partidas. Valdívia ainda está em fase de recuperação, sem ritmo de jogo e sem entrosamento. A única coisa que justificaria sua entrada no time seria uma possível pressão por parte da diretoria: o caro jogador deve justificar seu investimento.

Coletivo vem por último: bolas paradas, talento individual e (muita) sorte
A combinação de Kléber e Valdívia, portanto, de individualismo e falta de ritmo, congestiona o centro e a criação de jogadas de ataque. Isso empurra o jogo para o lado do campo. Os laterais apoiam bastante, mas só agora as pontas começam a embalar. Luan vem em uma crescente pela esquerda, Maikon transformou o lado direito com qualidade e velocidade, muito melhor que Adriano. São as laterais do time que verticalizam as jogadas e as tornam mais objetivas. E quando as pontas também não funcionam, nos restam três alternativas: bolas paradas, talento individual e, por fim, a sorte.

Desde o início do campeonato, o Palmeiras dependeu do talento individual no primeiro jogo (golaço de fora da área de Kléber) contra o Botafogo, da sorte (gol de fora da área de Luan) contra o Cruzeiro e de uma bola parada (escanteio fechado na primeira trave, com gol de Chico) contra o Atlético-PR. Contra o Internacional, contamos com a sorte novamente, um gol contra deles. A menos que a marcação seja uma verdadeira "mamata", como no jogo contra o Avaí, na presença de Kléber (Valdívia fez o primeiro jogo no campeonato contra o Fluminense), o centro do time fica lento, fácil de marcar, previsível. Isso não significa que o time fica pior. Significa que perde em objetividade. E por isso é difícil ver um gol do Palmeiras saindo de jogadas trabalhadas coletivamente.

quarta-feira, 27 de julho de 2011

12ª rodada: Palmeiras x Figueirense (Prévia)

1. Gerley na lateral esquerda: Rivaldo fez partida ruim contra o Fluminense e de uma falha de marcação sua, deixando Mariano livre pela direita, saiu o gol que deu a vitória ao time carioca. Já Gerley chega com boas credenciais (melhor lateral do último campeonato gaúcho pelo Caxias) e deve começar jogando, para pegar ritmo de jogo.

2. Wellington Paulista na ponta esquerda: mais do que o desempenho irregular, acredito que uma possível saída de Luan pode ter forçado a troca do jogador. Wellington tem atuado como centroavante fixo ou como segundo atacante, pela direita. Ainda não foi testado pela esquerda. Se vai mesmo substituir Luan pela esquerda, uma coisa é certa: ele não vai voltar para marcar (ou marcará pouco). Isso pode sinalizar uma mudança de esquema tático. É improvável que Kléber vá para o banco, assim como Maikon Leite. Pela primeira vez, o time pode entrar com um 4-3-3.

Considerações
Apesar da mudança tática empurrar o time para a frente, é possível que a verticalização proposta pelo esquema esbarre no aspecto técnico. Marcos Assunção não tem como característica avançar ao ataque, trabalhando apenas na contenção e realizando a distribuição para a saída de Márcio Araújo e para os meias. Valdívia ainda não está em boa forma física e não é aquele meia clássico que realiza lançamentos em profundidade, mas aproxima-se mais do ataque, driblando os marcadores para realizar o último passe próximo à grande área ou mesmo finalizar. Caso Kléber jogue centralizado, como sempre tem jogado, fará o que se espera dele, buscando o jogo no centro, trazendo a marcação para o meio. Ou seja, tudo nesse esquema empurra o time para trás.

É aí que entram as laterais. Com o meio congestionado até que Valdívia atinja seu rendimento máximo - que será, meu amigo palestrino, muito menor que aquele da primeira passagem pelo time - as laterais ganham importância, principalmente a lateral direita. Com a saída de Luan no esquema proposto, Felipão pode segurar Gerley em um primeiro jogo pela perda defensiva, assim como no Barcelona de Pep Guardiola onde geralmente é improvisado um zagueiro na posição. A questão é que se fosse para fazer isso, não seria necessário contratar um lateral de origem.

domingo, 24 de julho de 2011

11ª rodada: Palmeiras 0 x 1 Fluminense

Estatísticas: UOL.com.br




Como era esperado
O Palmeiras veio a campo como já era esperado, naquela que seria a sua melhor formação no campeonato, talvez não a melhor por Valdívia estar sem ritmo de jogo e pela presença de Rivaldo na lateral esquerda. Armado no 4-2-1-3 e com o quarteto ofensivo - tão esperado - formado por Valdívia na armação, Luan na ponta esquerda, Maikon Leite na ponta direita e Kléber na referência, a impressão seria que o time daria bastante trabalho ao ex-palmeirense Diego Cavalieri. Isso não aconteceu.

O Mago voltou, mas com a cartola vazia
Trazer um jogador de volta a campo após um longo período sem jogar com o time principal é sempre complicado. A razão para um jogador não jogar pode ser, basicamente, técnica, física ou mercadológica. Caso Valdívia não jogasse hoje, por exemplo, a causa seria técnica, e não física. O jogador pouco atuou pelo Chile na Copa América nos últimos três jogos de sua seleção, jogando 30, 35 e 45 minutos finais de cada partida, respectivamente. Chegou ao Palmeiras em boa forma física, mas não jogava com o time desde 1º de maio, naquela derrota para o Corinthians nas semifinais do Paulistão, ou seja, quase dois meses sem jogar. Imagine o impacto desse período ausente sobre o entrosamento e posicionamento do jogador. Quem poderia dizer que, nessas condições, ele atuaria bem? A questão é: você colocaria um cara desses para jogar, mesmo tratando-se do "Mago"? O mesmo aplica-se à Rivaldo, ainda mais decisivo para a derrota desse domingo.

Centro jogado às traças
O esquema proposto (4-2-1-3) já colocava o chileno, ao menos na teoria, isolado na criação. Bastante marcado e sem ritmo de jogo, posicionou-se mal, movimentou-se pouco e não teve entrosamento, Valdívia foi presa fácil para o Fluminense dos volantes Diguinho e Edinho, armado no 4-2-3-1. Pouco apareceu, foi apático e não fez valer nem a décima parte do que recebe.

Outro problema foi Luan, muito avançado. Com a entrada de Rivaldo na lateral esquerda, a marcação do time alviverde estaria, pelo menos no papel, reforçada, sem a necessidade do atacante recuar tanto para auxiliar na marcação. Luan à frente, Rivaldo recuado. Isso deixou Valdívia ainda mais isolado. Márcio Araújo e Marcos Assunção tinham a difícil tarefa de marcar os habilidosos meias do Fluminense, principalmente Deco e Marquinho. Essa dinâmica abriu um buraco pela esquerda e geraria ainda mais problemas para o Palmeiras no decorrer do jogo.

O fantasma da Bola aérea está de volta
Um dos principais papéis do centroavante é buscar o elo fraco da defesa para receber bem a bola, flutuando uma linha à frente da linha dos meias, que no caso do Fluminense eram três. E foi ali, entre Maurício Ramos e Rivaldo, que Fred encontrou seu pedacinho de terra.

Logo aos 2' do primeiro tempo, Maurício Ramos e Thiago Heleno bateram cabeça com a marcação. Deco bateu cobrança perto da grande área, a bola passou pelos dois zagueiros e sobrou livre na cabeça de Fred. Por "livre", entenda-se "marcado pelo Rivaldo".

Em seguida, aos 19', Carlinho lançou Fred na direita (a esquerda do time paulista), o atacante dominou, rolou a bola pra trás entre Maurício Ramos e Rivaldo, Deco deu lindo passe encobrindo Márcio Araújo para Diguinho, que naturalmente não conseguiu fazer o gol.

No segundo tempo, já no primeiro minuto, Fred sobrou novamente pela esquerda do Palestra, com Luan em cima do jogador. Novamente, falha de marcação. Apesar dos zagueiros do Flu terem boa jogada aérea, principalmente com Gum, não dá pra entender o porquê do Luan marcar o jogador naquele lance. Se era para recuar para marcar, o Rivaldo deveria estar mais próximo da pequena área.

Maikon fez o que pode. Já Luan...
Aos 31' e aos 37', foi a vez do Palmeiras perder oportunidades. Maikon Leite desperdiçou duas chances claras de gol, lances que revelaram novamente o oportunismo e a elevada qualidade técnica do jogador, finalizando as duas em direção ao gol, uma por cima rente à trave e outra para defesa de Diego Cavalieri, ou seja, as duas no alvo. Kléber esteve, como sempre, muito marcado, realizando sua função tática de trazer a marcação para liberar espaço para os pontas.

Luan atuou muito avançado, com Rivaldo na lateral esquerda. Pouco fez, além de salvar o gol de Fred no primeiro minuto da etapa final e se atrapalhar com Kléber. Com a atuação apagada de Valdívia, que atua mais pelo lado esquerdo do campo, recebeu poucas bolas e finalizou pouco.

Não era o dia dos laterais
Com o jogo truncado pelo centro, que só teve destaque com alguns lances geniais de Deco e algumas boas jogadas de Maikon Leite, os laterais tiveram de trabalhar. Os alas do Fluminense levaram a melhor. Rivaldo pouco saiu ao ataque, pouco apoiou Luan e Valdívia, pouco marcou. Enfim, fez o que já se esperava dele, porém com um adendo: estava retornando ao time principal depois de perder a posição para Gabriel Silva, que só não jogou por estar defendendo a seleção Sub-20.

E é justamente por isso que o time contratou Gerley, do Caxias, ainda verde para jogar. Não dá pra ficar crucificando um volante de origem, mas acho agora que a situação para o jogador, caso Gerley se firme, será complicada. Só para constar, o gol do Fluminense surgiu em uma falha de marcação do jogador. Mariano pediu a bola nas costas do jogador, recebeu livre de Marquinho, cruzou na medida para o próprio Marquinho completar e finalmente fazer o gol que havia sido mal anulado anteriormente.

Já Cicinho fez péssima partida. Não conseguiu apoiar no ataque com o Fluminense pressionando a posse de bola já no campo de defesa. Suas subidas eram rapidamente neutralizadas e o meio-campo do time adversário aproveitava com grande facilidade os espaços que elas deixavam já que Márcio Araújo estava muito ocupado marcando Deco e não conseguia fazer a cobertura. Bons lançamentos saíram por lá, como os cruzamentos para Fred aos 19' do 1T e o gol mal anulado de Marquinho aos 26' do 2T.

Considerações
O time só tem a ganhar com a presença de Valdívia, mas é certo que para que o jogador consiga conquistar ritmo de jogo, é preciso tempo. Começar jogando foi um grande erro e o time pagou por isso, pagou não pelo que o jogador fez, mas pelo que deixou de fazer. Já o caso de Rivaldo, Felipão errou novamente, Gerley foi eleito o melhor lateral do campeonato gaúcho, ou seja, tinha ritmo de jogo, treinou normalmente e poderia ser testado. A simples presença do lateral com mais qualidade na frente poderia ajudar o time a viabilizar jogadas com Luan, mas isso não funcionaria sem Valdívia jogando bem. Rivaldo falhou ainda na jogada do segundo gol, deixando Mariano livre. Se fosse culpar alguém pela derrota, entretanto, não culparia nenhum dos dois. O único culpado aqui foi Felipão.

Do lado direito, Marcos Assunção fez boa partida. Márcio Araújo, nosso segundo volante, não conseguiu jogar, ocupado com a presença de Marquinho e Deco. Sem ele, e com Cicinho jogando mal, Maikon Leite não recebeu a bola.

Com as pontas e o centro do time inativos, é a velha história: restam as jogadas de bola parada (cobranças de falta a média e longa distância, escanteios fechados no primeiro pau) e a ligação direta da zaga para o ataque (em uma delas, Maikon quase marcou). Se nada mais funcionar, resta ao palmeirense rezar pela individualidade brilhar, talvez a de Kléber, com muita sorte, a de Valdívia.

Mas o futebol, hoje, é tão desenvolvido tecnicamente e taticamente, que é muito pouco para um time de grande porte como é o Palmeiras sonhar sequer sonhar com uma jogada de efeito capaz de definir o resultado de um jogo. Pelo contrário. O resultado estava definido muito antes da partida começar.

sexta-feira, 22 de julho de 2011

10ª rodada: Palmeiras 0 x 0 Flamengo


Estatísticas: UOL.com.br


O melhor time da temporada
Seguindo à risca o plano tático que implantou em 2011, Felipão nos apresentou contra o Flamengo talvez o que seja um breve esboço daquele que pode ser o "melhor Palmeiras" da temporada 2011. Escalado no 4-2-2-2 sem a bola, alternando para o 4-2-1-3 com o avanço de Luan, esse time pode, caso a permanência de Luan seja sacramentada e Valdívia retorne, ser uma equipe capaz de disputar por uma vaga na Libertadores. Luan não é fundamental apenas por marcar, como quer a mídia, mas também por realizar a mudança de esquema no contra-ataque, dando maior potência ofensiva ao time. Com dinâmicas bem conhecidas pelas laterais e jogadas-chave, é talvez um dos times com padrão de jogo mais definido do campeonato.

A melhor equipe da temporada 2011: 4-4-2(4-2-2-2), alternando para 4-2-1-3 com o avanço de Luan

Estilo Flamengo de jogar
O jogo do Flamengo é bem conhecido. 4-2-3-1, Ronaldinho na armação caindo pela esquerda e Renato Abreu fazendo as costas, Thiago Neves pela meia-direita, mas funcionando mais como segundo atacante, arriscando jogadas entre o zagueiro e o lateral esquerdo do time adversário, dois volantes de qualidade, um lateral direito que apoia constantemente o ataque. Basicamente, o Flamengo tinha dois pontos fortes e dois pontos fracos:

Pontos fortes:
  1. Ronaldinho pela esquerda: Praticamente não atua pela direita, pela própria dinâmica de jogo. Léo Moura apóia muito por lá, o que encaixa perfeitamente com o estilo de jogar de Thiago Neves, que prefere jogadas mais centralizadas do que cair por aquele lado. Se não marcar Ronaldinho, ele pode fazer tanto uma assistência perfeita quanto uma finalização precisa. Além disso, cobra faltas na intermediária com muita qualidade. É extremamente metódico nas cobranças. Dá três passos contados a partir da bola de modo a realizar a melhor cobrança possível. Força e movimento são decorados. Veja neste vídeo, na época do Barça (método de ronaldinho), a partir do 4º minuto, onde ele ensina seu jeito de cobrar a falta. Em suas palavras, "se colocar a bola entre a cabeça de dois jogadores da barreira, com curva, é gol".
  2. Assistências direita-centro: Léo Moura apoia constantemente o ataque. As assistências da direita para o centro são sempre muito perigosas, e feitas não apenas pelo lateral.
Pontos Fracos:
  1. Bola aérea: O time da gávea sofre com esse tipo de jogada. A dificuldade em marcar os jogadores de apoio aéreo é enorme e o time já tomou vários gols dessa forma.
  2. Direita vulnerável: Léo Moura apoia bastante, mas não volta tanto. Vale lembrar que o atleta já está com 32 anos.Várias jogadas de contra-ataque dos adversários, inclusive gols, saíram pelo "buraco" deixado pelo lateral.
Palmeiras ofensivo
Mesmo com a preocupação de marcar Ronaldinho, que vive ótima fase, e Thiago Neves, Felipão veio a campo com um time bastante ofensivo e sem a preocupação de congestionar a criação adversária. Mesmo assim, o meio embolou. Os volantes deram conta de Ronaldinho, que mais apareceu no jogo por conta de um lance curioso com o goleiro Marcos do que com a bola rolando. O juiz já havia paralisado a partida quando Ronaldinho tentou encobrir o santo de luvas, que não permitiu tal desfeita, para o delírio da torcida alviverde.

Jogo truncado
Gabriel Silva ficou bastante recuado, correndo atrás de Thiago Neves. Patrik entrou na armação (o jogador veio de boas atuações e substituiu Lincoln), mas não fez boa partida, sendo anulado pelos bons volantes Willians e Airton. Com isso, a bola não chegou com qualidade para Luan. Pela direita, Cicinho também não teve vida fácil: além de ajudar Márcio Araújo na marcação de Ronaldinho, tinha Renato Abreu e Júnior César na cola. A dupla de ataque Kléber e Maikon Leite fez bom jogo para uma primeira atuação juntos, com muita movimentação, porém pecou na pontaria. Maikon teve melhores chances, mas não finalizou certo.

Por outro lado, Thiago Neves teve levou perigo à defesa palestrina, porém esbarrou em grande noite de Marcos. Sem encontrar Deivid, apagado por Thiago Heleno e Maurício Ramos, teve de arriscar chutes de média distância. Apesar de um "domínio" inicial do Flamengo no começo do primeiro tempo, a marcação do Palmeiras encaixou e o time pressionou os cariocas. Com poucas chances dos dois lados, a emoção ficou por conta das bolas paradas. Marcos Assunção e Thiago Heleno assustaram Felipe nos escanteios e faltas de longa distância, enquanto Marcos teve de se esforçar para pegar em dois tempos um chute do outro pentacampeão Ronaldinho. Fora isso, o jogo foi equilibrado - até demais - e não poderia terminar de outro jeito: acabou empatado.

Considerações
O Palmeiras não se "apequenou" frente ao vice-líder, Flamengo. Do meio-campo pra frente, o time da gávea é um dos melhores do campeonato. Mesmo com a preocupação de marcar praticamente quatro meias (Léo Moura incluso), sendo um deles ninguém menos que Ronaldinho Gaúcho, o time entrou com a formação tradicional, laterais que sobem bem ao ataque, dois atacantes. O time encaixou a marcação, os laterais ajudaram bastante e, com ou sem ligação direta, a bola chegou ao ataque. O time pecou nas finalizações, o que poderia ter mudado - muito pouco - o resultado do jogo, porém o principal ficou por conta da fraca atuação de Patrik. Isso foi fundamental para que o empate fosse definido.

As principais dinâmicas de ataque do Verdão pelos flancos são conhecidas: as tabelas de Cicinho (L)-Márcio Araújo(V)- Maikon Leite(A) pela direita, as de Gabriel Silva (L) - Patrik (M) - Luan (M) pela esquerda. Luan, que tem sido peça decisiva nos últimos jogos do Palmeiras, simplesmente não veio a jogo. Por quê? Não havia forte marcação pela direita do lado do Flamengo. As subidas de Léo Moura e a movimentação de Thiago Neves sobrecarregaram Gabriel Silva e o "defensor Luan" teve de trabalhar. Mas o "atacante Luan" não saiu do banco de reservas.

É por isso que talvez, com a chegada de Valdívia, em boas condições, pode aumentar ainda mais a capacidade ofensiva do time. O jogador chileno é bem conhecido pelas torcidas adversárias e o apelido de "Mago" não é por acaso. Certamente, um Valdívia em boa fase teria dado mais trabalho aos volantes rubro-negros, melhorando as condições pela esquerda. Mesmo aquele Patrik que muito ajudou Luan contra o Santos na última rodada ainda tem muito a aprender para chegar ao nível de meia-armador do craque chileno.

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Palmeiras sem Luan: alternativas

Muito se especula na mídia sobre a possível saída de Luan para o Toulouse. O valor da negociação é alto, gira em torno de R$ 7 milhões (leia aqui), e caso a compra em definitivo não se oficialize, a curto prazo, é preciso criar alternativas.

O jogo contra o América-MG pode ter sido um teste para a lateral esquerda. Rivaldo não tem sido relacionado pelo DM, Gabriel Silva não estava disponível e Chico acabou improvisado na posição. O jogador tem atuado como volante e zagueiro, mas ainda não tinha sido experimentado por lá. No jogo contra o América, não foi fundamental no apoio, mas apresentou bons números, acertou mais passes que a média do time (82% contra 79%) e, defensivamente, fez vários desarmes, que é basicamente o que se esperava dele. Veja abaixo:

Estatísticas: UOL.com.br

Diante deste cenário, ainda sem a chegada de Martinuccio, Valdívia, Rivaldo e Kléber (machucado), e caso a saída de Luan seja confirmada, a curto prazo, vejamos algumas alternativas, sem alterar o esquema atual, 4-2-3-1:

1) Improvisar Tinga pela esquerda. Patrik tem atuado bem como armador e é pouco provável que Felipão coloque o jogador na posição de Luan, a menos que se altere o esquema tático. Talvez opte por experimentar Tinga pela esquerda. Ofensivamente, o time perde, mas defensivamente, a perda não é tão grande pelo fato de Tinga ser volante.


2) Improvisar Márcio Araújo no lugar de Luan. O que não falta ao Palmeiras são volantes. Márcio Araújo é versátil e poderia entrar provisoriamente no lugar de Luan, sem perder o apoio de Gabriel Silva pela esquerda e sem alterar o esquema tático mais utilizado. Chico faria a função de Márcio Araújo. Entretanto, Márcio tem sido peça fundamental ao lado de Marcos Assunção e apoia bastante pelo lado direito, auxiliando Maikon Leite e Cicinho na criação de jogadas de ataque. A perda ofensiva, diretamente, pode ser pequena, mas a perda ofensiva indireta é enorme. Pouco provável.


3) Improvisar Chico na lateral esquerda e avançar Gabriel Silva: o volante não tem sido utilizado já que Márcio Araújo e Marcos Assunção atuam regularmente no centro. Para compensar a perda ofensiva pela lateral, Felipão poderia avançar Gabriel Silva. Ofensivamente, o time não tem tanta perda, já que o lateral já é conhecido por apoiar bem o ataque. Defensivamente, o time perde, mas não tanto, por tratar-se de um defensor de origem, ou seja, com características de marcação apesar de não desempenhar tão bem essa função.


4) Improvisar Márcio Araújo na lateral esquerda e avançar Gabriel Silva: similar à opção anterior, tem como diferencial o fato de Márcio Araújo já ter sido utilizado por lá mais frequentemente, o que não ocorre com Chico. Porém, como já foi dito anteriormente, tudo que envolve a mudança de posição de Márcio Araújo altera signifativamente a dinâmica do time pela direita. E a perda é muito maior que o ganho de transformar Gabriel Silva em um ala.

Mudando o esquema para o 4-3-1-2:

1) Chico na linha de volantes, Patrik na armação, Wellington Paulista e Maikon Leite no ataque: Essa opção é bastante prática, sem alterar em nada as peças do time. A troca de Lincoln por Patrik pode melhorar o time, o problema é que Felipão já testou essa formação e levamos 2 a 0 do Ceará... 

Mudando o esquema para o 4-4-2 (4-2-2-2):

1) Patrik pela esquerda, Tinga pela direita: Wellington Paulista e Maikon formariam a dupla de ataque, com Patrik e Tinga às costas. Gabriel Silva continuaria na lateral esquerda, Marcos Assunção e Márcio Araújo permaneceriam formando a dupla de volantes.

Tentei enumerar algumas alternativas, mas a mais provável alteração a curto prazo parece ser essa última (Patrik no lugar de Luan e Tinga ajudando pela direita). Agora é aguardar para ver o que o técnico campeão do mundo fará. Uma coisa é certa: Felipão deve estar coçando - e muito - a cabeça para ver quem substituirá Luan pela esquerda.

Difícil tarefa para quem já teve Cristiano Ronaldo atuando naquela posição.

terça-feira, 12 de julho de 2011

COPA AMÉRICA: Batista acertou o time?


Será que Batista acertou o time?
Bastaram algumas mudanças para o time argentino melhorar, e muito. Armado no 4-2-3-1, tirou Lavezzi pela direita e, justo, colocou Di María, que joga nessa posição pelo Real Madrid. Trocou Tevez, fora de posição pela esquerda, por Agüero, que atua mais por este lado no Atlético de Madrid e que fez ótimas partidas, mesmo sendo reserva. Resultado? Dois gols de Agüero, um de Di María. Higuain ainda poderia ter deixado o seu, não fosse a falta de pontaria, ainda fora de ritmo (não entrou contra a Bolívia e contra a Colômbia jogou apenas os minutos finais da partida) após retorno de uma operação de hérnia.

A Costa Rica veio em um 5-4-1, alterando para o 4-1-4-1 com a entrada de Valle, mas a "estrela" Campbell esbarrou na marcação de Mascherano e no domínio da posse de bola argentino. A dupla formada pelo meia Elizondo e o ala Leal não surtiu efeito pela esquerda, mesmo com Zabaleta apoiando bastante o ataque. Mora fez boas jogadas, mas foi insuficiente para furar o bloqueio dos hermanos.

Messi brilha
A saída de Cambiasso e Banega para a entrada de Gago e Di María deu mais liberdade à Messi. Como Banega pouco criava, Messi tinha que atuar muito recuado para receber a bola. Gago funcionou como segundo volante, chegando mais ao ataque.Foi de seus pés que saiu a jogada do primeiro gol argentino no final do primeiro tempo, após várias oportunidades desperdiçadas. O volante reserva do Real Madrid chutou forte, Moreira espalmou e Agüero só completou.

Com mais liberdade e atuando atrás de um centroavante nato e não um "falso nove", como Tevez - que acabava empurrando o jogador para o campo defensivo em seu movimento para buscar a bola -, Messi pode atuar menos recuado. E agora com Gago às costas chegando mais à frente que Banega, ficou melhor posicionado e atuou como o "garçom" dessa equipe, realizando assistências e distribuindo inúmeras chances de gol para Agüero, Higuain e Di María.

Considerações
Sérgio Batista pode ter acertado o time neste último jogo da fase de grupos da Copa América? A questão que fica no ar é a seguinte: será essa a Argentina que continuaremos a ver durante a Copa ou apenas sua face mais agressiva? Lembramos que o time da Costa Rica, além de fraco tecnicamente, é sub-22. O poderio ofensivo argentino ficaria mais claro frente à um adversário de peso, como Colômbia ou até mesmo a Bolívia. Poucas coisas ficam claras.

O time errou menos nas finalizações após o primeiro gol e isso representa um grande avanço. Outro avanço é  o posicionamento de Messi, recebendo a bola em melhores condições com a presença de Gago e Higuain, se movimentando entre os volantes e os zagueiros, como está acostumado a jogar no Barça. A dinâmica que interessa é: 1) a saída de qualidade do segundo volante, puxando a marcação dos meias 2) a presença do centroavante fixo, sem empurrar o jogador para a intermediária, como fazia Tevez e 3) a movimentação dos pontas, confundindo a marcação da zaga e dos laterais. Isso libera espaço na intermediária para que Messi, sempre muito bem marcado, atue. E quando ele atua, fica difícil segurar o resultado.