terça-feira, 2 de agosto de 2011

13ª rodada: Palmeiras 3 x 2 Atlético Mineiro

Meramente ilustrativo: Atlético jogou no 3-5-2, Luan atuou pela esquerda, assim como Marcos Assunção


Tático
O Palmeiras entrou em campo trabalhando no 4-2-1-3 habitual, alteranando para o 4-2-2-2 sem a bola com o recuo de Luan. O time veio com duas novidades: João Vítor como segundo volante de saída pela direita, no lugar de Márcio Araújo suspenso por terceiro amarelo e Dinei como centroavante, no lugar de Kléber, também suspenso por terceiro amarelo.

Já o Atlético trouxe o time armado no 3-5-2. Dorival parou de trabalhar com três volantes no 4-3-1-2 do início do campeonato, vinha escalando o time no 4-4-2 (4-2-2-2), colocou o jovem lateral-esquerdo Eron como ala, Patric pela ala direita. É a terceira mudança tática do treinador esse ano. Apesar do resultado ter agradado ao treinador, para quem o Atlético "jogou de igual para igual", a mudança frequente de esquemas afeta o entrosamento da equipe. Nesse aspecto, o Palmeiras leva ampla vantagem, já tendo encontrado seu padrão tático, por assim dizer.

Pressão Alviverde
O time começou o jogo marcando por pressão no campo de defesa do Coxa, com uma postura bastante agressiva. Cicinho apoiou muito no primeiro tempo, e logo aos 9', em um cruzamento seu, a bola bateu na defesa adversária e sobrou para Luan, que chutou forte e rasteiro, passando bem perto da trave. A noite era de sorte. Luan cabeceou uma ligação direta para Dinei, que dominou mas recebeu falta boba de Leonardo Silva esquerda. Aí apareceu a figura de Marcos Assunção, que voltou a decidir nas bolas paradas em um cruzamento à moda de Ronaldinho Gaúcho na semi-final da Copa de 2002, encobrindo o goleiro Giovanni. Uma pintura de gol, 1x0 Verdão.

Gerley falha a primeira
O Atlético não demorou a reagir e apenas 1 minuto depois do gol, Gerley deu a primeira mancada com a camisa alviverde. Normal, jogador jovem, a experiência pesou. Um jogo contra um time próximo da zona de rebaixamento sempre exige o máximo de concentração. Luan interceptou uma bola mal recuada do Atlético, fez o pivô, mas pegou Gerley no contrapé. Em uma rápida tabela pela direita, o time atleticano encontrou Magno Alves pela esquerda, que enganou Cicinho, fez o giro e bateu cruzado. A bola ainda resvalou na defesa palmeirense antes de passar por Deola. Jogo empatado no Canindé.

Dinei aparece de cabeça, Luan marca
Cicinho fez uma jogada que pode e deve evoluir. Aproveitando a desorganização da defesa do Atlético, apareceu algumas vezes pela ponta direita, cruzando para Dinei tentar de cabeça. No primeiro lance de perigo, o lateral tentou cruzar para o atacante, a bola resvalou na defesa e parou nos pés de Luan, que finalizou rente à trave. Nas duas vezes que Cicinho acertou o cruzamento, Dinei conseguiu desviar para o gol, ainda que sem pontaria. O problema é que o esquema com a defesa atleticana armado com três zagueiros (Leonardo Silva, Lima e Werley), mesmo que desorganizado, dificultou bastante a atuação do jogador.

Vale citar também que Dinei fez boa partida, conseguiu alguns cabeceios, movimentou-se bastante, deu trabalho à marcação adversária e foi da falta por ele sofrida que saiu o golaço de Marcos Assunção. No segundo tempo, o time foi superior e consegui muitos lances de perigo. Valdívia arriscou bastante fora da área, enquanto Richarlyson arriscava mais pelo lado do Atlético. Aos 16', outro lance de bola parada. Marcos Assunção cobrou para a pequena área, Lima desviou, porém a bola sobrou para Luan definir: 2x1.

Aos 22', outro lance de bola aérea do Atlético levou perigo ao gol de Deola. Leonardo Silva subiu livre e Deola nem saiu do lugar. A bola passou rente à trave. O Palmeiras pressionou e o time chegou ao terceiro, em um bate rebate na pequena área, Patrik tocou no cantinho aos 33', 3x1. De novo, 1 minuto depois, o Atlético chegou ao segundo. Outra falha de Gerley, que praticamente deixou Neto Berola dar um balão para cruzar para Wesley marcar de cabeça. 3x2 e placar selado.

Considerações
O time foi bem contra o agressivo time do Atlético. Mesmo com 3 zagueiros no campo adversário, conseguimos criar chances e entrar na pequena área. Falhamos um pouco na bola parada, mas não tomamos gol desse tipo de jogada, ponto forte do time mineiro. Além disso, não pudemos contar com Maikon Leite, que além de escorregar muito, não atuou bem. Isso pode ter acontecido pela entrada de João Vitor na vaga de Márcio Araújo, além do desfalque de Kléber, dois jogadores que reforçam o time pela direita e pelo centro, respectivamente. Questionar a atuação de João Vitor não faz sentido, já que o jogador pouco joga. Decidimos a partida com aquilo que já vinhamos fazendo, com boa chegada pela esquerda de Luan, marcação forte e com as boas jogadas de bola parada. Os gols do Atlético saíram, portanto, não por incompetência do time, mas principalmente por falhas do lateral Gerley. Em uma partida contra um time perto da zona de rebaixamento, toda atenção é pouca. Gerley, de resto, fez boa partida, exceto por essas falhas individuais. Conseguiu segurar bem na marcação, apoiou moderadamente o ataque.

Um ponto que chamo a atenção foi a atuação de Valdívia. Chutou bastante a gol, porém, continua lento e foi pouco solidário. Em duas oportunidades, poderia ter rolado a bola para um companheiro melhor posicionado finalizar. O caso mais emblemático foi uma passagem de Patrik, pelo meio, livre, em que Valdívia resolveu cortar para a esquerda e chutar por cima do gol de Giovanni. Concordo que a concorrência pela vaga de titular tem seu lado benéfico para o rendimento do time, mas nesse caso ficou evidente que o jogador não quis passar a bola para o companheiro de ataque.

Chama a atenção o fato de o time estar com dificuldades para quitar uma pesada dívida com o futebol árabe, em um negócio feito em parceria com o banco português Banif na negociação do jogador. O próprio treinador admitiu que Valdívia voltou da Copa América com dois ou três casos de lesão e vem fazendo reforço muscular, sendo intensivamente utilizado para jogar os 90' de partida. Que existe uma pressão muito forte em cima dos resultados que ainda não vieram, isso é fato. O perigo é sobrecarregar o jogador, com o risco de uma nova lesão, por motivos financeiros. A torcida do Corinthians sabe muito bem o que isso significa.

Estatísticas: UOL.com.br

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