sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Brasileirão 2012: balanço do primeiro turno

18 partidas
4 vitórias
4 empates
10 derrotas

Aproveitamento Total de 30%
44% como mandante
15% como visitante

Saldo de Gols: -4
Gols Pró: 17
Gols Contra: 21

ANÁLISE DO ATAQUE
É importante, antes de mais nada, dizer que o ataque de um time não se limita apenas aos atacantes. Os números a seguir mostram que os outros setores do time - meio-campo e defesa - deixam um tanto a desejar quando comparados aos de outros times quando o assunto é marcar gols.

1. Quanto aos gols marcados (17), só foi melhor que Portuguesa (16), Figueirense (15), Bahia (14) e Sport (13). 
2. Problema é localizado: só três jogadores marcaram mais que Barcos (7): Alecsandro (8), Vagner Love e Fred (ambos com 9 gols)
3. O ponto mais importante da análise: quem marcou estes 17 gols?

Separando o time em três "linhas" principais, onde:
     1ª linha: laterais e zagueiros
     2ª linha: volantes e meias
     3ª linha: atacantes

Agora, confrontando os números do Palmeiras com dois dos melhores ataques da competição, Atlético Mineiro e Fluminense, chegamos ao seguinte gráfico: 



*Fluminense está com 28 gols no gráfico porque não foi contabilizado um gol contra para efeito de comparação

1ª linha
Os números da 1ª linha evidenciam logo de cara que o Palmeiras não tem a mesma eficiência nas bolas aéreas que tinha ano passado, o que evidencia também a dependência de Assunção na hora de cobrar um escanteio fechado no primeiro pau ou fazer um lançamento na área depois de uma falta na intermediária. Assunção, inclusive, foi titular em apenas 8 partidas. As cobranças de falta também estão menos precisas e o jogador ainda não marcou esse ano. No Brasileirão de 2011, por exemplo, marcou 8 gols de falta e deu nada menos que 9 assistências. Para piorar, o jogador foi operado terça-feira (21 de agosto, assim como Fernandinho) e para por 30 dias, sem contar a recuperação até ganhar ritmo de jogo.

Tanto Fluminense quanto Atlético levam vantagem nesse quesito, com destaque para o time carioca que treina exaustivamente a bola aérea. Além disso, conta com laterais que sobem excepcionalmente ao ataque. Dos 8 gols marcados, 3 gols marcados por laterais e 5 por zagueiros.

2ª linha
Os números do Atlético fogem à regra. Em uma área onde o desarme e a armação são os principais fundamentos, o time mineiro conta ainda com excelentes finalizadores auxiliados por ninguém menos que Ronaldinho Gaúcho. Danilinho tem 5 gols, Bernard e Escudero têm 4 e o "Gaúcho" já marcou 3 tentos. No Palmeiras, a realidade é bem diferente: Valdívia e Daniel Carvalho ainda não marcaram e só Patrik e Márcio Araújo possuem gols. Nosso principal armador do primeiro turno foi João Vítor, com 4 assistências.

3ª linha
Apesar dos desfalques para o DM (Luan não joga desde a final da Copa do Brasil, Maikon Leite não joga desde o jogo contra o Bahia), Barcos tem feito seus gols (marcou 5 nos últimos 6 jogos). Mazinho contribui com 4 tentos, apesar de não marcar desde a 11ª rodada. Se compararmos com os números de Fluminense e Atlético, vemos que na linha de frente, o desempenho está na média. O Galo compensa (bem) a falta de um "Fred" com seus bons meias. Impressiona a dependência do Flu com o jogador: marcou nada menos que 31% dos gols do time no campeonato. Já pensou se ele machuca?

Considerações sobre o ataque
1. Bola aérea: time precisa treinar. Não podemos depender de Assunção, ainda mais agora que ele teve seu retorno adiado por causa da operação no joelho.
2. Os outros atacantes precisam reagir: Barcos não pode ser o nosso "Fred". Mazinho, Obina e Betinho precisam marcar, já que existe uma incerteza quanto aos que estão no DM (Luan e ML). Reforços são improváveis.
3. Meias: finalizar mais. Basicamente, é isso que nos diferencia do Atlético e do Flu. Meias são jogadores que podem atuar mais próximo ao gol adversário, portanto, se finalizarem mais, maiores as chances de gol. O Fluminense não tem meias "goleadores", mas compensa essa disparidade com Fred e as bolas paradas.

ANÁLISE DA DEFESA
Não adianta ter um bom ataque sem uma boa defesa, uma vez que em qualquer campeonato de pontos corridos, tende a vencer quem melhor equilibra esses dois setores. Um exemplo claro que podemos citar - de novo - é o do Coritiba, que pelo segundo ano consecutivo vem com um dos melhores ataques da competição (30 gols no primeiro turno, empatado com o Botafogo e atrás apenas do líder Atlético-MG) e a defesa mais vazada (36 gols sofridos). Não adianta só atacar, tem que saber defender.

O Palmeiras fechou o primeiro turno da competição com a oitava melhor defesa do campeonato (21 gols sofridos), ou seja, na metade de cima de uma hipotética tabela de gols sofridos. Tem 5 gols sofridos a mais que o quarto colocado, Grêmio, e 13 a menos que o Coxa. Ainda assim, o Coritiba está à frente (16º colocado).

21 gols sofridos

9 gols surgiram pelas laterais (43%)
3 gols surgiram pela lateral esquerda
6 gols surgiram pela lateral direita
Observação: nem todo gol que surge pela lateral acontece após lançamento.

4 gols surgiram por assistências dentro da grande área (19%)

2 gols de pênalti (10%)

2 gols de cobranças de falta diretas (10%)

4 gols surgiram após passes da intermediária (19%)


9 gols surgiram de lançamentos (43%)
3 gols surgiram a partir de faltas na intermediária
6 gols de bola rolando

5 de cabeça (24%)

Considerações sobre a defesa
Dos números que mais chamam a atenção, os gols que surgem pelas laterais e os gols que surgem de lançamentos chamam bastante a atenção. O primeiro, porque apesar do Palmeiras ter muitos volantes, a cobertura é deficiente, principalmente pela lateral direita, de onde saíram praticamente 1/3 de todos os gols (29%). Nos últimos 6 jogos, só não tivemos esse tipo de problema nas rodadas 14 e 17.

Dos 9 gols que surgiram a partir de lançamentos, 33% (3) foram gerados a partir de faltas, enquanto o restante (6) surgiu de bola rolando. Ou seja, além da cobertura pelas laterais, uma vez que o lançamento não é impedido, seja pelo lateral, seja pelo volante ou zagueiro que faz a cobertura, é preciso atenção dentro da grande área para a marcação dos jogadores durante a bola aérea.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Observando o conjunto, vemos que uma coisa não melhora sem a outra. Quanto mais o time melhorar ofensivamente, ou seja, com a bola, menor a chance do adversário atacar. E não basta só os atacantes cumprir com a parte deles. Nos times da ponta da tabela, todos os jogadores atacam. Volantes chegam de trás sem marcação e finalizam, os zagueiros marcam gols na bola aérea. Na parte defensiva, alguns ajustes na parte da cobertura e do posicionamento das laterais. Temos tomado poucos gols de bolas paradas e se não me engano, não tomamos até o momento nenhum gol de escanteio.

5 comentários:

  1. Belo trabalho mesmo, parabens

    Vc vai continuar postando as analises taticas do verdao no br12? espero que sim rs

    abraços

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  2. Vou sim, cara! Jajá posto, é que não tive tempo recentemente, estou de mudança! Hehehe Abraços, obrigado pelos elogios.

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  3. Este comentário foi removido por um administrador do blog.

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  4. Opa, exclui um comentário seu sem querer, foi mal. Faz assim, analisa alguma partida sim e me manda, vamos ver como fica! Abração

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