domingo, 3 de fevereiro de 2013

Paulistão 2013: Palmeiras 3 x 3 XV de Piracicaba

Palmeiras 3 x 3 XV de Piracicaba
Barão de Serra Negra
Piracicaba

Onze iniciais
O Palmeiras veio a campo no 4-3-3 já testado diante do time de São Bernardo na última rodada. Não é o melhor time do campeonato, isso é claro, mas já é de longe melhor - coletivamente e individualmente - que o time de 2012. O time da casa vinha de 2 derrotas consecutivas e precisava vencer. Logo de cara, uma aposta arriscada diante de um time que já se sabia atuar no 3-5-2. Com a marcação avançada nos momentos iniciais, os problemas surgiram rapidamente.



O jogo
Logo aos 2', o lado esquerdo do XV já voava em campo. Janílson foi à linha de fundo e cruzou, mesmo marcado por Ayrton, na cabeça de Márcio Diogo. XV 1 x 0 Verdão. O Verdão, como no jogo contra o São Bernardo, de início insistia em jogadas com Vinícius pela esquerda, sem sucesso. Só foi levar perigo ao XV aos 11', quando Ayrton fez belo lançamento para Maikon Leite, que não conseguiu dominar para finalizar.

O XV marcou avançado, os 3 zagueiros estavam trabalhando firme em cima de nossos atacantes e os alas não deixavam nossos laterais se arriscar muito no ataque, o que dificultava em muito a nossa saída de bola. Márcio Araújo estava sobrecarregado com a chegada dos alas e Kleina orientou Wesley para reforçar a cobertura. Pra complicar, o XV virava bem o jogo, transitando de um lado para o outro com facilidade.

O time seguiu levando sufoco sem encaixar a marcação e o jogo estava perigoso. O XV continuava levando mais perigo jogando nas costas dos laterais com grande facilidade e quase ampliando a vantagem, não fossem as defesas de Prass.

O time do XV cansou e o Verdão começou a chegar na frente com a bola nos pés. Juninho explorava o ataque pela esquerda, mas nem Wesley, nosso volante mais avançado, nem Vinícius davam conta do recado. Aliás, Wesley fez um primeiro tempo horroroso, errando diversos passes, dribles e fazendo lançamentos bizonhos. Aos trancos e barrancos, porém, o time avançava pelos flancos, mesmo sem criar. Jogando assim conseguimos alguns escanteios e, aos 38', aproveitando falha de marcação do XV, Henrique dominou a bola sozinho e bateu no canto de Bruno Fuso. Verdão, 1x1.

Segundo tempo
Kleina aproveitou a virada de campo para mexer no time, sacando Vinícius e colocando João Denoni para acertar a marcação no meio campo, além de avançar Wesley. Logo nos primeiros instantes o time já sentiu melhor domínio da bola no meio campo.

O time tocava a bola com paciência e buscando espaços na defesa do XV. Os alas já não avançavam tanto, preocupados em marcar nossos laterais, que conseguiam agora avançar com muito mais facilidade. Aos 7', entretanto, quem roubou a cena foi Márcio Araujo. O volante "imortal" avançou pela direita, deu belo corte em Janilson e chutou forte no canto de Bruno Fuso. O goleiro ainda conseguiu tocar na bola mas ela carimbou a trave e entrou. Verdão, 2x1!

O técnico Sérgio Guedes se mexeu rápido e botou dois novos jogadores em campo, sacando Márcio Diogo e Diego Silva para promover a entrada de Vinícius Bovi e Anderson Lessa. O XV equilibrou a disputa no meio campo, mas ainda assim não conseguia criar chances de gol.

Aos 28', porém, Diguinho conseguiu avançar pelo miolo da zaga, e ele, Márcio Araújo, o nome do jogo, interrompeu o avanço do jogador do XV dentro da grande área. O juiz marcou pênalti que o próprio Diguinho bateu e converteu. Verdão, 2 x 2 XV.

O XV chegava com perigo e aos 35', veio o banho de água fria. Ayrton fez falta pela direita. Na cobrança de Diguinho, Vinícius Bovi resvalou e Prass milagrosamente deu um toquinho na bola, que ainda tocou o travessão antes de sair pela linha de fundo. No escanteio, Luis Eduardo cabeceou no travessão e a bola voltou para Vinicius Bovi finalizar. Prass, dessa vez, não conseguiu defender. Verdão, 2x3 XV.

Kleina sacou Márcio Araújo e Wesley para colocar Patrik Vieira e Caio, botou o time todo para frente. Sobrou o chuveirinho e o abafa para tentar um gol na sorte, que raramente está ao lado do Palmeiras.

Não fosse Prass, o XV poderia ter ampliado aos 46'. Paulinho chapelou João Denoni, saiu cara a cara com ele e ia botar colocado no canto esquerdo do goleiro alviverde, que defendeu de forma magistral. Aos 47', o mesmo João Denoni levantou na área e Henrique, de cabeça, marcou para o Verdão aproveitando a saída estabanada de Bruno Fuso. Placar final, Verdão 3x3 XV.

Considerações
Esse foi um jogo onde o fantasma de 2012 voltou à tona. Falta de criatividade, falha nas bolas aéreas, apagão, atacantes sem inspiração. Por incrível que pareça, nos safamos por sorte. E ela quase nunca esteve do nosso lado ano passado.

O 3-5-2 do XV é rápido pelos flancos e marca adiantado. Adriano e principalmente Janílson fazem o jogo fluir pelas alas e, marcando avançado, mantiveram nossos laterais no campo defensivo por todo o primeiro tempo. Tomamos o primeiro gol por meio de uma jogada rápida pelo lado de Ayrton somada à falha de marcação dos zagueiros.

Com os laterais "trancados", o time da casa descia ao ataque com praticamente 4 jogadores, fora os meio-campistas. Nossos três atacantes, devidamente marcados pelos três zagueiros, eram jogadores praticamente nulos, pois a bola mal chegava ao ataque. A cobertura das laterais ficava apenas com Márcio Araújo, já que Wesley e Valdívia pouco retornavam. Sem posse, sem ataque e com pouco poder defensivo, o Palmeiras era um time à beira da derrota iminente.

No segundo tempo, Kleina corrigiu o time. O resultado da alteração foi instantâneo: com melhor qualidade no passe pelo meio-campo e consequentemente maior posse, os laterais do Verdão puderam atuar com mais liberdade, empurrando os alas do XV para o campo de defesa. Atuando assim o time conseguiu a virada, com Henrique e depois Márcio Araújo. Mas foi só. E aí o Palmeiras atingiu as 88 milhas por hora e voltou no tempo. De volta para 2012.

Primeiro foi a falta de inspiração. Valdívia e principalmente Wesley estavam pouquíssimo inspirados, errando passes, lançamentos, dribles, enfim, tudo o que tentavam. Maikon até que tentou, criou alguns lances de efeito, mas Barcos foi praticamente nulo na partida.

Depois, vieram as falhas bobas. Márcio Araújo cometeu pênalti ridículo que foi convertido em gol. Quase conseguiu zerar todo o crédito que havia conquistado depois da "jogada de craque" que levou ao segundo gol alviverde. E a noite tinha sido boa, pois o próprio Márcio Araújo teve bom rendimento depois que Denoni entrou.

Depois, as falhas na bola aérea. E olha que no terceiro gol o XV deu uma segunda chance ao Palmeiras para corrigir as falhas de posicionamento: a primeira bola na trave foi um aviso. Não corrigimos e levamos a virada depois do escanteio.

Só não foi um retorno completo a 2012 porque a sorte estava do nosso lado. Primeiro porque Prass nos salvou em diversas situações, evitando um vexame ainda maior. Segundo, pelo gol achado no finalzinho do jogo.

Resumindo, a questão é que Kleina tem muito trabalho a fazer pela frente e o jogo de hoje sinalizou várias coisas. Trabalhar a bola aérea, tanto ofensivamente quanto defensivamente. O time precisa trabalhar nisso e o problema não é novo. Quando não temos criatividade, é uma carta que temos na manga. Outro ponto é a questão da montagem do time, precisamos ter mais alternativas táticas para situações como a que ocorreu hoje. A alteração no intervalo ajudou, mas as outras vieram e foram na base do desespero, sem padrão algum. A outra, é que o time como um todo jogou mal demais. Todos falharam, exceto Fernando Prass. Ou seja, faltou preparo emocional ao time, manter o foco, a concentração, mesmo quando se encontra em situação desfavorável. Buchas para Kleina resolver.

Enfim, noite pra esquecer e vamos pra próxima.

Nenhum comentário:

Postar um comentário