quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Líderes.

Palmeiras 3 x 2 XV de Piracicaba, 6ª rodada - Paulistão 2012
08/02/2012






Contra o XV de Piracicaba, Big Phil resolveu poupar alguns jogadores e dar ritmo a outros. Maurício Ramos entrou na vaga de Leandro Amaro, Artur entrou no lugar de Cicinho, Gerley no lugar do Juninho (que foi cortado). Maikon, nosso jogador que sempre entra no segundo tempo, tentou provar o contrário como titular. Felipão escalou o time no 4-2-3-1. Patrik, que normalmente joga na esquerda, jogou pela direita, invertido com Maikon. Daniel Carvalho atuou centralizado, na distribuição. Fernandão ficou na referência.

Formação inicial: 4-2-3-1. Patrik mais pelo meio e Maikon muito aberto na esquerda


Logo no começo, o jogo deu uma prévia do que seria o primeiro tempo. Com dificuldades claras na armação das jogadas, o time não conseguia passar do meio campo, monitorado por Gláuber e Adilson Goiano. O XV marcava forte a saída de bola e o time só levou perigo nas bolas paradas. Tomamos de cara muito sufoco com os laterais sem ritmo e mal posicionados. Cazumba, pela esquerda, subia com frequência livre nas costas de Artur. Gerley mostrou, inicialmente, mais segurança pela esquerda, apesar de bastante pressionado pelos atacantes Hugo e Paulinho. Mesmo assim, também sentiu dificuldade para sair com a bola. Sem Luan e com Maikon muito aberto na ponta esquerda, sem apoiar com a mesma intensidade o meio, o lado esquerdo do time ficou com um buraco entre a defesa e o ataque. Se no ataque, isso foi prejudicial, no aspecto defensivo conseguiu mais estragos ainda. Por aquele lado o meio campo do XV fluia e distribuia facilmente bolas tanto para os pontas quanto para os alas.

Aos 15,' entretanto, um raro tipo de jogada aconteceu, ou seja: com a bola no chão. Kid lançou a bola para Fernandão, que fez o Pivô para Patrik. O camisa 40 veio de trás e encontrou Daniel Carvalho mais à frente, próximo à zaga. Daniel passou pelo marcador, seguiu pela esquerda da grande área e bateu cruzado. 1 a 0 Verdão.

Com o gol, o XV partiu para cima. Jogando sempre no contra-ataque, e mais frequentemente com lançamentos para Cazumba pela esquerda nas costas de Artur, o time conseguiu levar perigo à grande área, dando trabalho para Deola que, até aquele momento, foi impecável, realizando defesas dificílimas, inclusive com bolas desviadas e saindo bem nos escanteios. O Verdão, acuado, continuava com os problemas de criação e tentando ampliar o placar nas bolas do Assunção.

Aos 31', veio o balde de água fria. Impossível não lembrar do gol de Ronaldinho Gaúcho que classificou o Brasil na Semi-Final de 2002 contra o lendário David Seaman, à época goleiro do Arsenal. Um cruzamento que acabou em gol pela ponta direita igualou o placar. Deola, dessa vez, falhou.

O time insistiu no mesmo esquema de jogo, mas Daniel Carvalho, muito marcado, não conseguia armar com tranquilidade. Maikon não estava vingando na ponta esquerda, apesar de receber muitas bolas, e Patrik joga muito pelo meio, não é jogador de lado de campo. Com Artur fraco no apoio, pelo lado direito também não nasciam jogadas ofensivas. Fernandão, isolado no campo de defesa adversário, fez o que podia: pivô, pivô e mais pivô. Recuava ao meio campo quando a bola não chegava, ou seja, o tempo todo, ou tentava o bote quando a posse era do XV.

Big Phil acerta nas mudanças, mas...


2', falta na intermediária, Gol do Kid. O que dizer?

Mérito do time? Não. Mérito do Kid.

Para o começo do segundo tempo, nenhuma alteração. Apesar do gol, o time continuava com os mesmos problemas na criação e sendo atacado constantemente pelas laterais. Pouco depois dos 4', Paulinho recebeu enfiada pela direita, cortou Gerley e quase empatou o placar. Do outro lado, Artur começou a ganhar mais confiança e melhorou muito, tanto no aspecto ofensivo quanto - e principalmente - no defensivo. Fez desarmes e tabelou com Márcio Araújo.

Com o time inofensivo, Felipão trocou Patrik por João Vítor aos 10', armando o time no 4-3-1-2. O time melhorou e ganhou mais facilmente a posse no meio campo.

Time no 4-3-1-2, com mais posse no meio

Aos 15', ficou melhor ainda. Barcos entra no lugar de Fernandão e o argentino logo mostrou porque tanta expectativa foi gerada desde a sua chegada ao time: posiciona-se melhor e é mais rapido que Fernandão, além da habilidade com a bola nos pés. Só não finalizou porque as bolas não chegaram. Sem dúvida será o titular.

Barcos entra, time melhora movimentação no ataque. D. Carvalho, entretanto, nulo

O Palmeiras apresentou um breve domínio, jogando um futebol bonito, com triangulações, passes rápidos e muita movimentação do ataque. Infelizmente, Daniel Carvalho não é mais um garotinho. Depois dos 20', o cansaço fez sua parte e cansou o mais técnico dos jogadores em campo, facilitando a marcação adversária. Com isso, a distribuição do esquema estava com um belíssimo de um buraco no meio e o time se espremia pelas laterais, tentando jogadas sem sucesso.

Entre 25' e 26', no contra-ataque, a estratégia do XV deu certo. A defesa alviverde deu uma das mais esdrúxulas apresentações que já vi. Parecia pelada de várzea. Deola saindo errado, zagueiro furando chutão ou tomando corte inacreditavel de jogador do XV. O time deu mole e no tiroteio do XV na grande área, sobrou uma bola travada na pequena área. Foi aí que Maurício Ramos finalizou o espetáculo ao tentar "destravar" a parada empurrando a bola para o próprio gol. Genial!

A noite reservava mais

Apenas dois minutos depois, outra falta na intermediária do XV, pela direita. Kid, dessa vez, não chutou direto para o gol. E quando ele não chuta, dá assistência. Bola redondinha na cabeça de Artur, caixa. Verdão 3 a 2.

Com o resultado na mão, Felipão botou Chico em campo, no lugar de Daniel Carvalho, praticamente morto em campo, armando o time no 4-4-1-1, com Maikon à frente da linha de volantes e Barcos na referência. Pera aí, outro volante? Você poderia ter se perguntado: "mas Felipão não poderia ter colocado o Carmona?". É verdade, poderia. Mas em jogo que Artur, Gerley e até Barcos jogam, por que não colocar o Chico? O treinador precisa, além das mudanças visando o resultado no jogo, pensar em um plano maior, como no campeonato.

Retranca total no 4-4-1-1 com a entrada de Chico

Um dos fatos do time ter jogado mal nessa noite, além da ausência de Luan na marcação pela esquerda e da má atuação de Maikon Leite e Fernandão, foi o simples fato de Gerley e Artur entrarem em campo sem ritmo de jogo, abrindo espaço para os laterais do XV atacar, como o tal do Cazumba. Colocar o Chico em campo para jogar 15 ou 20 minutos hoje pode auxiliar o time mais à frente, com uma lesão - tomara que isso não aconteça, mas é comum - de algum volante ou mesmo em uma partida para poupar um jogador crucial como o Kid. Além disso, com praticamente sete defensores em campo e com o resultado garantido, não seria de todo mal colocar outro volante em campo. Será?

O problema é que nosso time, com essa estrutura, fica atado ao campo defensivo. Com apenas dois jogadores à frente das duas linhas de quatro defensores, a marcação destes dois atacantes não é difícil, mesmo com todo o XV no ataque. Com isso, passar a bola para o ataque fica mais difícil. A posse, portanto, ficou com o XV. Sem espaço pelos flancos nem pelo meio, foi chuveirinho daí até o final. Sufoco do baralho.

E Barcos, quem diria, teve uma estréia bem ao estilo do Palmeiras do ano passado. Isolado à frente dos volantes.

Só espero que a fome de bola acabe no jogo seguinte...

#BoaNoiteLíderes

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