quinta-feira, 14 de junho de 2012

COPA DO BRASIL: Palmeiras 2 x 0 Grêmio

Palmeiras 2 x 0 Grêmio
13/06/2012
Copa do Brasil 2012
Estádio Olímpico
Semifinal, jogo de ida


Taticamente superior


Como o jogo de "prévia" pelo Brasileiro já havia mostrado, a grande dificuldade em jogar contra o Grêmio de Luxa era ganhar o meio-campo, já que o volante Fernando atua praticamente como um terceiro zagueiro, na cola do nosso armador, fosse ele Valdívia ou Daniel Carvalho. Com isso, o time liberava os laterais Gabriel e Pará para avançar, deixando o Grêmio com superioridade numérica na faixa central, mesmo com nosso time atuando com três volantes e um meia armador mais à frente.

A ideia de colocar Henrique como terceiro zagueiro, líbero, à frente da zaga - função que se confunde com a de primeiro volante - só tem sentido diante desse panorama. Com os laterais mais avançados, marcando os alas adversários, a batalha no meio-campo ficou equilibrada, a superioridade numérica se foi e o Palmeiras, na base da qualidade técnica individual, desequilibrou no final e venceu a batalha. Destaque, portanto, para Felipão, pois tomou uma atitude diante do problema tático com o qual se deparava, e para os laterais - Cicinho e Juninho - com uma assistência cada.

Palmeiras equilibra a disputa do meio-campo

Primeiro tempo
O Grêmio começou partindo para cima, naturalmente. Com o jogo truncado, começou atacando com perigo através de jogadas de bola parada e escanteios. O Verdão, mesmo tocando melhor a bola, não conseguia chegar com a mesma facilidade que o time da casa ao ataque. Com a pressão, o time ficava praticamente em um 3-5-1-1, com Luan auxiliando a cobertura pela esquerda.

Daniel, muito marcado por Fernando, não conseguia sair jogando. Como Artur não é um lateral de características ofensivas e João Vítor não é um meia, apesar de ser um volante com boa saída pela direita, o time jogava somente pelo lado esquerdo no ataque enquanto o lado direito permanecia um pouco mais recuado. Isso também dava a falsa impressão de que Pará estava jogando muito bem pela esquerda oposta, o que não é verdade. Ao contrário do último jogo contra eles, Artur ficou no encalço do ex-santista enquanto João Vítor tentava frear os avanços de Léo Gago.

O time, com esses problemas na criação das jogadas pelo centro e as poucas incursões pela direita, deixavam o rumo da estratégia ofensiva dependendo de apenas dois tipos de jogada: as solitárias disparadas de Luan pela esquerda - que durante quase todo o jogo não deram em nada - e as jogadas de bola parada. Assunção não estava em noite inspirada, cobrando mal diversos cruzamentos. Barcos, diante desse panorama, fez o que pode saindo da grande área para buscar jogo e arriscando chutes de longa distância, como no primeiro chute do Verdão que veio somente aos 21' de jogo, para fora.

A partida seguia, assim, equilibrada, com forte marcação dos dois lados e só levando perigo em jogadas de bola parada. Aos 41', Thiago Heleno fez falta em Miralles e recebeu o amarelo. Na cobrança, Fernando cobrou com perigo e a bola pegou na trave esquerda de Bruno. O goleiro estava na bola.

Segundo tempo
O Palmeiras veio a campo melhor, mais ligado. Logo nos primeiros minutos, o time tocava a bola melhor que no primeiro tempo. Além disso, não deixava o Grêmio criar chances, forçando o erro. A movimentação de Kléber foi anulada em campo, caçado sem dó. A opção de Luxemburgo por dois jogadores que não tem grande presença na pequena área também dificultava, porque dificilmente eles receberiam a bola de frente para o gol. Marco Antônio foi novamente anulado em campo, não tendo vida fácil diante de um implacável Henrique. Sem opções para a criatividade, o time era forçado a tentar o chuveirinho para a grande área ou - o que mais acontecia - os chutões de Léo Gago, que estava com o pé (muito) descalibrado. Em um dos chutes, quase presenteou a torcida gremista com um home run.

Aos 15', Luxa se fartou com a dificuldade de infiltração do Grêmio e trocou a dupla de ataque. Saiu Kléber para a entrada de André Lima e Miralles deixou o campo para a entrada de Marcelo Moreno. A mudança fez sentido, Marcelo Moreno tem presença muito forte na grande área, principalmente nas jogadas de bola aérea, o que combinava com o padrão de jogo naquele momento, recheado de chuveirinhos. A entrada de André Lima pouco acrescentou ao time - talvez fosse melhor manter um dos segundo-atacantes, Miralles ou Kléber.

18', Artur se machuca. Cicinho entra.

Com o Grêmio levando mais perigo, o Palmeiras tinha que reagir. Se o pessoal da frente não resolvia, então os jogadores de trás deviam apoiar, como elemento-surpresa. Logo surtiu efeito, e aos 23', no contra-ataque, Daniel Carvalho encontrou Juninho disparando pela esquerda. O lateral encontrou Barcos, que bateu travado, com muito perigo. Apenas dois minutos depois, após subida de Henrique ao ataque, Daniel encontrou Barcos pela esquerda da grande área. O argentino driblou o marcador e chutou forte de pé esquerdo, raspando o travessão do gol de Victor.

Aos 29', nitidamente irritado com o desempenho de Marco Antônio, Luxa sacou o jogador para a entrada de Rondinelly, cujo nome já era gritado nas arquibancadas. O rápido jogador deu maior movimentação no ataque e mais trabalho para a defesa do Palmeiras, abrindo espaços. Na sua primeira jogada, aos 32', Rondinelly encontrou Pará pela esquerda, que cruzou na medida para André Lima, cabeceando para fora.

A reação alviverde
Aos 34', foi a vez de João Vitor tomar o cartão amarelo. Foi aí que o jogo virou de vez. Aos 40', Felipão sacou Daniel Carvalho para a entrada de Mazinho. Logo aos 41', Rondinelly perdeu a bola na frente. No contra-ataque, Cicinho recebeu a bola pela ponta direita, cortou para o meio e deu lindo toque para Mazinho, que não perdoou e chutou por baixo do goleiro Victor. Verdão, 1x0!

O time gremista, extremamente abalado em campo pelo gol alviverde, não poderia esperar baque pior do que tomar um gol àquela altura da partida, mas o pior - para nós, o melhor - aconteceu. Juninho subiu ao ataque, recebeu ótima bola de Luan pela esquerda, foi à linha de fundo, levantou a cabeça e fez um cruzamento perfeito na cabeça de Barcos. "El Pirata" cabeceou de cima pra baixo, tirando do goleiro e da zaga gremista. Verdão, 2x0!

Após os gols o Verdão só precisou administrar o resultado, calmamente, tocando bem a bola e segurando a posse pelo máximo que pudia. E conseguiu. O Palmeiras viu sua torcida cantar sozinha em um Olímpico lotado e levou para casa uma vantagem que coloca o time na condição de favorito à final.

Considerações
A primeira consideração importante a fazer é que Felipão tem muitos méritos no resultado. Se no jogo pelo Brasileirão, tivemos amplo domínio do Grêmio, dessa vez o treinador não vacilou. Diante do problema tático que enfrentou, modificou a equipe. Armou o time no 3-5-2, com Henrique à frente da zaga - é claro que tinha que ser ele, é de longe o zagueiro mais habilidoso e apto a fazer a saída de bola - e freou os alas gremistas. Se ofensivamente o time não foi um primor - com velhos problemas que estamos acostumados a ver, com Luan muito aberto pela esquerda, João Vítor não subindo tanto pela direita e Barcos consequentemente isolado na frente - no aspecto defensivo, foi perfeito.

O segundo destaque, não tão divulgado (apesar de evidente), a excelente subida dos laterais no segundo tempo. Cicinho e Juninho cresceram, criaram oportunidades - principalmente o lateral esquerdo, que é melhor no apoio - e deram, cada um, uma assistência a gol. Ou seja, em um jogo parelho, sobressaiu a qualidade individual dos jogadores. Isso é importantíssimo para o time, já que os jogos da fase final serão cada vez mais disputados e decididos assim, no detalhe, sem depender dessa ou daquela jogada, ou desse ou daquele jogador. Vale lembrar, Daniel Carvalho e Marcos Assunção não jogaram bem.

A última e mais importante observação: esse esquema foi utilizado de acordo com as circunstâncias da partida. Uma questão tática localizada, pontual. Nem todos os times jogam como o Grêmio e Felipão sabe disso. Se é o esquema ideal para a próxima partida, não sabemos. Luxa pode fazer alterações táticas para o próximo jogo, é um grande treinador e é exatamente isso o que se espera dele. A utilização de Henrique à frente da zaga, tal como De Rossi durante o último jogo da Itália frente à Seleção Espanhola, foi excelente do ponto de vista defensivo. Novamente, é importante ressaltar, ofensivamente, existem problemas. A bola pouco chegou ao ataque, Barcos ficou distante da área. O que não impede que Felipão também realize mudanças nesse setor, claro.

2 comentários:

  1. Pq o Giggs no Fundo do Blog?

    ResponderExcluir
  2. Estava procurando uma foto de um gramado bem ampla, em alta definição. Achei essa com o Giggs boa, e com os textos ele ia ficar "apagado". Não sou torcedor do United, aliás, na Inglaterra não tenho preferência, gosto de muitos times de lá, acompanhar o futebol como um todo. Mas vou trocar, bem lembrado. Vez ou outra me aparece um fanático - seja no twitter, ou nos blogs - e torce o nariz para esse tipo de detalhe...

    ResponderExcluir