quinta-feira, 1 de setembro de 2011

20ª rodada: Palmeiras 1 x 3 Botafogo

4-3-2-1 de Felipão: 5 volantes e Fernandão isolado no ataque


Cinco volantes.
Isso mesmo. Cinco.

Armado no 4-3-2-1, Felipão levou mais do que uma retranca para o Engenhão, na fria noite de 31 de agosto. Levou medo. Que o Botafogo possuia habilidosos meias, já sabíamos. Elkeson e Maicosuel estão voando no campeonato. Que boa parte dos seus gols haviam saído de jogadas pelo meio, também sabíamos. Mas seria mesmo necessário exagerar na marcação do meio-campo ao ponto de levar cinco volantes para o jogo? Qual o propósito de deixar Fernandão na referência, à própria sorte, sem ninguém para apoiá-lo? Talvez Tinga? Quem sabe, Rivaldo... não tenho comentários para descrever tão pífio rendimento dentro de campo deste jogador. Mal marca, comete faltas desnecessárias, chutes de tão longa distância que nem mesmo se o espírito de Marcos Assunção encarnasse conseguiria atingir o alvo. Deprimente. E quando não só os presentes torcedores daquela noite fria, mas também torcedores em suas casas, comentaristas esportivos, radialistas, sabiam apontar para o jogador que devia ser substituído, Felipão tira Tinga de jogo.

Se o intuito era reagir, as mudanças iam na contramão. Solitário, Fernandão, o melhor em campo, mostrou garra e acima de tudo, qualidade. Fez bem o pivô, sabe tabelar com inteligência, levou perigo à defesa do Bota, mesmo sozinho. Ricardo Bueno jogou pouco e pouco jogou.

Frente à um adversário com a proposta clara de que veio apanhar pra depois revidar, o Botafogo fez o que sabe fazer de melhor. Marcou logo no começo com a desatenção do craque Rivaldo. Gabriel Silva, que desde o mundial Sub-20 demonstra grande deficiência no aspecto defensivo, foi uma mão amiga para o time carioca. O fogão sobrou pela direita, com Elkeson e o bom lateral Lucas. Muitas chances vieram por lá no primeiro tempo, e como bem sabemos, água mole, pedra dura... o segundo gol saiu por lá.

Com o resultado garantido, nem foi preciso realizar alterações para endurecer o jogo. Mas ainda assim, o time conseguiu achar um gol com Maicosuel, impossível na noite. Tantos volantes em campo, ninguém percebeu seu oportunismo. Cicinho perdeu a bola na lateral direita e, com o time do Palmeiras todo no ataque, o meia do fogão saiu em disparada, driblou Deola e deixou o dele. Ao final do jogo, Marcos Assunção, de novo, de falta, pra não ficar tão feio.

Não conseguiu.


Considerações
Existe coisa pior que um jogador ruim? Existe! Cada palmeirense que se preze está coçando a cabeça nesse exato momento, pensando como um técnico campeão do mundo que treinou Chelsea, seleção brasileira e seleção portuguesa, pode insistir em um jogador como Rivaldo? Perdido em campo, marcou mal, não criou nada, deixou a ala esquerda às moscas. Algumas questões inexplicáveis sobre este jogo:

  1. A perda defensiva com a saída de Luan já estava garantida com os três volantes. Qual a lógica em utilizar Rivaldo pela ponta esquerda? Verdadeiro desperdício de tempo e oportunidade.
  2. Por que Felipão não colocou Patrik em campo (já que Valdívia estava servido a seleção chilena) para melhorar a criação de jogadas? O time já contava com três volantes e Tinga um pouco mais avançado pela direita.
  3. Por que Gabriel Silva jogou quando Gerley, melhor defensivamente e no apoio, estava disponível? Gabriel estava na seleção sub-20, outro nível, outra competição. Gerley já havia jogado pelo time, tinha ritmo, entrosamento.
  4. Finalmente, por que CINCO volantes? Se para fazer gols é preciso atacar, como o time conseguiria chegar próximo dá pequena área com tantos defensores? Fazendo gols de tiro de meta? É inexplicável essa postura e extremamente decepcionante ver um time da grandeza do Palmeiras com um futebol tão pequeno, beirando ao ridículo. Se vamos depender de bola parada o campeonato inteiro, se a cada jogo a estratégia é congestionar o centro com o máximo de volantes possível, qual a serventia dos serviços de um técnico tão caro quanto Felipão?

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